M�dica preparando vacina
O Minist�rio da Sa�de divulgou esta semana o cronograma para 2023 do Programa Nacional de Vacina��o. As a��es come�am em 27 de fevereiro, com a aplica��o de doses de refor�o bivalentes contra a COVID-19 na popula��o com maior risco de desenvolver formas graves da doen�a, como idosos acima de 60 anos e pessoas com defici�ncia.
O cronograma foi pactuado com representantes do Conselho Nacional de Secret�rios de Sa�de (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Sa�de (Conasems) e pode ser alterado caso o cen�rio de entregas seja modificado ou t�o logo novos laborat�rios tenham suas solicita��es aprovadas pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).
COVID-19: pr�ximas fases
Em rela��o � imuniza��o contra o coronav�rus, os grupos v�o receber uma dose de refor�o do imunizante bivalente da Pfizer. A primeira etapa se concentra nos grupos priorit�rios. A cobertura vacinal contra a COVID, nesse momento, inclui pessoas a partir de 70 anos, imunocomprometidos, comunidades ind�genas, ribeirinhos e quilombolas.
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Em seguida, ser�o convocadas as pessoas com idades entre 60 e 69 anos. A terceira fase dar� prioridade para as gestantes e pu�rperas. E a quarta fase ser� para os profissionais de sa�de.
Vacina bivalente
Vale lembrar que o uso emergencial de duas vacinas bivalentes da Pfizer contra a COVID-19 foi aprovado pela Anvisa em novembro de 2022.
A bivalente BA1 protege contra a variante original e tamb�m contra a variante �micron BA1. J� a bivalente BA4/BA5 protege contra a variante original e tamb�m contra a variante �micron BA4/BA5.
O Minist�rio da Sa�de tamb�m deve intensificar a vacina��o contra a COVID-19 com as vacinas monovalentes, que oferecem prote��o contra a infec��o. Cerca de 19,1 milh�es de brasileiros ainda n�o completaram o esquema vacinal contra a doen�a, ou seja, receberam apenas a primeira dose e, por isso, n�o est�o completamente protegidos.
O que � vacina bivalente?
A vacina bivalente ajuda a proteger as pessoas contra mais de uma cepa do v�rus.
No caso da vacina da Pfizer, � usada a tecnologia de �cido ribonucleico (RNA) mensageiro, tamb�m conhecido como mRNA.
Diferentemente das imuniza��es tradicionais, que usavam uma vers�o morta do v�rus para que o corpo pudesse produzir anticorpos, as vacinas de mRNA representaram uma inova��o na forma de fabricar imunizantes.
O mRNA tem a fun��o de carregar as informa��es necess�rias para a s�ntese proteica. Esses dados s�o captados pelos ribossomos (organelas que, entre outras fun��es, realizam o trabalho de sintetizar prote�nas dentro das c�lulas). A partir disso, o corpo � capaz de produzir uma prote�na espec�fica, conhecida como prote�na S, usada pelo v�rus para invadir as c�lulas saud�veis.
Os anticorpos e linf�citos T, que fazem parte do sistema imunol�gico, podem aprender essa informa��o para combater a prote�na de um v�rus real. Portanto, � poss�vel imunizar uma pessoa sem que o corpo tenha contato com o v�rus, usando apenas um c�digo gen�tico.
Programa de imuniza��o
Quando se trata da imuniza��o para doen�as previstas no programa do Minist�rio da Sa�de como um todo, a pasta destaca que o Brasil, apesar de ser considerado um pa�s pioneiro em campanhas de vacina��o, vem apresentando retrocessos nesse campo desde 2016. Praticamente todas as coberturas vacinais, segundo o minist�rio, est�o abaixo da meta. A cobertura vacinal para a poliomielite no Brasil em 2022, por exemplo, ficou em 72% em rela��o � primeira dose, e em 64% para o primeiro e o segundo refor�os.
"Diante do cen�rio de baixas coberturas vacinais, desabastecimento, risco de epidemias de poliomielite e sarampo, al�m da queda de confian�a nas vacinas, o Minist�rio da Sa�de realizou, ao longo do m�s de janeiro, uma s�rie de reuni�es envolvendo outros minist�rios. � importante ressaltar que, para todas as estrat�gias de vacina��o propostas, as a��es de comunica��o e de comprometimento da sociedade ser�o essenciais para que as campanhas tenham efeito. A popula��o precisa ser esclarecida sobre a import�ncia da vacina��o e os riscos de adoecimento e morte das pessoas n�o vacinadas", divulgou a pasta.
"Temos agora um pouco mais de informa��es sobre o calend�rio vacinal neste primeiro trimestre, incluindo a� o b�nus da vacina��o contra influenza e uma campanha a ser realizada especificamente contra p�lio e sarampo", comemora a infectologista Luana Araujo. Mas a especialista pondera que, ainda assim, faltam informa��es pr�ticas importantes, como qual o intervalo m�nimo que ser� praticado da �ltima dose para as popula��es-alvo.
Luana aponta a import�ncia de entender que o calend�rio vacinal est� sendo feito considerando limita��es existentes, como a quantidade de doses. A medida tamb�m caminha no esfor�o de amplificar o cronograma de imuniza��o para que seja uniformizado, superando as dificuldades em ter, em diferentes regi�es, agendas de vacina��o distintas. "Em cada lugar � uma coisa. Libera a vacina em uma cidade, em outra n�o. Ou tem doses para uma parcela da popula��o, e outra n�o, da� a necessidade de priorizar determinados grupos", pondera.
Sobre o coronav�rus, a infectologista pontua que a dire��o futura � pela consolida��o da vacina bivalente e sua disponibiliza��o para todos. O Food and Drug Administration (FDA), ag�ncia reguladora de sa�de dos Estados Unidos, j� aprovou a vacina bivalente para o esquema vacinal prim�rio e para as doses de refor�o, diz Luana. "No Brasil, o laborat�rio Moderna tamb�m j� requereu, junto � Anvisa, autoriza��o para disponibilizar no pa�s sua vacina bivalente, no mesmo modelo da Pfizer, em tecnologia mRNA. H� possibilidade de que seja oferecida no mercado privado, mas ainda n�o existem datas", continua Luana.
Luana refor�a ainda que praticamente todas as coberturas vacinais no pa�s est�o muito aqu�m do necess�rio. "Aproveite a oportunidade, leve a carteira de vacina��o do seu filho a um posto de sa�de e complete aqueles esquemas que ainda estiverem falhos. N�o h� raz�o nenhuma para submeter seus filhos - e voc� mesmo - a doen�as que n�o precisam ter."
A infectologista lembra que, em rela��o � poliomielite e ao sarampo, foram contempladas na campanha diante do alt�ssimo risco de epidemias graves no Brasil pela baixa cobertura vacinal contra essas doen�as por aqui. "Nas Am�ricas, estamos ao lado de Bol�via, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela na lista de alto risco. Mas isso n�o muda o fato de que praticamente todas as outras doen�as imunopreven�veis tamb�m est�o com coberturas muito baixas", reitera.
Quadro de cobertura vacinal
Confira as cinco etapas do cronograma:
Etapa 1 - fevereiro
Vacina��o contra COVID-19 (refor�o com a vacina bivalente)
P�blico-alvo:
Pessoas com maior risco de formas graves de COVID-19
Pessoas com mais de 60 anos
Gestantes e pu�rperas
Pacientes imunocomprometidos
Pessoas com defici�ncia
Pessoas vivendo em Institui��es de Longa Perman�ncia (ILP)
Povos ind�genas, ribeirinhos e quilombolas
Trabalhadores da sa�de
Etapa 2 - mar�o
Intensifica��o da vacina��o contra COVID-19
P�blico-alvo:
Toda a popula��o com mais de 12 anos.
Etapa 3 - mar�o
Intensifica��o da vacina��o contra COVID-19 entre crian�as e adolescentes
P�blico-alvo:
Crian�as de 6 meses a adolescentes de 17 anos
Etapa 4 - abril
Vacina��o contra Influenza
P�blico-alvo:
Pessoas com mais de 60 anos
Adolescentes em medidas socioeducativas
Caminhoneiros
Crian�as de 6 meses a 4 anos
For�as Armadas, for�as de seguran�a e salvamento
Gestantes e pu�rperas
Pessoas com defici�ncia
Pessoas com comorbidades
Popula��o privada de liberdade
Povos ind�genas, ribeirinhos e quilombolas
Professores
Profissionais de transporte coletivo
Profissionais portu�rios
Profissionais do Sistema de Priva��o de Liberdade
Trabalhadores da sa�de
Etapa 5 - maio
Multivacina��o contra poliomielite e sarampo nas escolas
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