Agente de sa�de aplicando vacina
A vacina��o de refor�o contra a COVID-19 com as doses bivalentes ter� in�cio na pr�xima segunda-feira (27/2) para grupos priorit�rios, segundo o Minist�rio da Sa�de (MS). Como explicam especialistas, esse tipo de vacina tem melhor performance porque na sua composi��o s�o inclu�dos tamb�m ant�genos que protegem tanto das cepas originais da COVID (aquelas que vieram da China em 2020), quanto da cepa �micron e suas subvariantes, que est�o circulando atualmente.
Quem j� recebeu as duas doses da vacina��o b�sica contra a COVID-19, ofertada pelo SUS desde 2021, independentemente do laborat�rio, est� apto a receber a vacina bivalente. Portanto, quem s� tomou uma dose at� agora, vai ter que tomar ainda a segunda dose da primeira vers�o da vacina para estar apto a tomar a bivalente.
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Em entrevista ao Estado de Minas, o infectologista, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Estev�o Urbano, tira as principais d�vidas sobre a vacina bivalente.
Por que essa vacina � chamada de bivalente?

O infectologista Estev�o Urbano fala sobre a import�ncia de manter as recomenda��es quanto � vacina��o
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Qual � o �ndice de cobertura da vacina bivalente? � mais eficaz por ser composta por duas vacinas?
Ainda temos muito o que aprender sobre a vacina bivalente. Essa resposta ainda n�o est� muito clara. Estudos est�o em andamento. A expectativa � que mantenha um bom n�vel de anticorpos contra a COVID, especificamente em rela��o � �micron, por um per�odo mais longo do que as vacinas monovalentes, ou seja, com prote��o por mais tempo. Isso significa uma prov�vel maior efic�cia contra formas leves e graves da doen�a, mas esse tamb�m � um comportamento individual - cada pessoa responde de um jeito � vacina.
Quem n�o tem a cobertura completa, ou seja, quem n�o tomou quatro doses, pode se vacinar com a quinta dose? Quantas doses seria o m�nimo para poder se vacinar?
Pessoas que tomaram pelo menos duas doses da vacina monovalente j� est�o aptas a tomar a bivalente, respeitando os crit�rios divulgados pelo Minist�rio da Sa�de em rela��o ao cronograma e o p�blico-alvo em cada fase da vacina��o. N�o precisa esperar pela quarta dose para tomar a quinta. Daqui para frente, quem j� tem duas doses pode procurar diretamente a bivalente.
Qual � a dist�ncia (em meses) da �ltima dose para esta? Por que � importante esse intervalo?
Pelo menos quatro meses depois da �ltima dose. Isso porque, nesse intervalo, � esperado que o n�mero de anticorpos no organismo se mantenha em um bom n�vel, que come�a a cair depois desses quatro meses.
E com rela��o �s vacinas anteriores? Coronavac, Pfizer e AstraZeneca? Importa se a pessoa tomou uma delas ou todas elas? Faz alguma diferen�a com rela��o aos efeitos colaterais? Ali�s, a bivalente pode ter efeitos colaterais mais fortes?
� indiferente. N�o importa qual � o laborat�rio das doses anteriores. Pode tomar a bivalente, que hoje � da Pfizer. Em rela��o aos efeitos colaterais, por esse tipo de imunizante ter mais componentes, pode haver mais chance de manifesta��o. Mas s�o os mesmos j� descritos, como febre, dor de cabe�a e dor no corpo, sempre em manifesta��es brandas, que melhoram entre 24 horas a 48 horas depois da aplica��o da vacina, sem perigo algum para o indiv�duo.
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Quais s�o os riscos se a pessoa n�o tomar a quinta dose?
Tamb�m n�o se sabe exatamente. � sabido que pessoas nos grupos de risco t�m mais chance de manifestar as formas graves da COVID-19, com chance de interna��o, CTI e �bito. � importante que todos tomem a dose da bivalente, seguindo o calend�rio, mesmo pelo ponto de vista coletivo, da prote��o da popula��o como um todo. Se uma pessoa teve COVID ou n�o, tomou essa quantidade ou outra de vacina, tem comorbidade ou n�o, est� naquele ou outro grupo de risco, a resposta imunol�gica � diferente. N�o d� para falar em valores quando pensamos na vacina. Todos devem tomar a vacina. Poder� haver benef�cios importantes para a prote��o contra as formas leves e graves da doen�a.
� inten��o das autoridades incluir as vacinas contra COVID no calend�rio nacional?
Isso est� em debate, mas provavelmente sim. Caminhamos nessa dire��o.
� indicado manter as medidas sanit�rias, mesmo com o arrefecimento da pandemia?
Sim. Principalmente para pessoas nos grupos de risco, como idosos e imunossuprimidos, por exemplo, e quem � de seu c�rculo de conviv�ncia. Se voc� vai a locais fechados, de aglomera��o, vale a pena usar a m�scara, ainda que a vacina diminua sua import�ncia. Uma coisa se soma � outra. Com a m�scara e a vacina, o risco de contrair a infec��o � menor.Depois das aglomera��es durante o carnaval em Belo Horizonte, h� receio de que aumentem os casos de COVID?
S� podemos ter certeza observando o que vai acontecer nos pr�ximos sete a 10 dias. Antes do carnaval, viv�amos um per�odo de acalmia da pandemia, ou seja, de baixa transmiss�o do v�rus. Se nas aglomera��es havia muitos contaminados, a tend�ncia � de que os casos se multipliquem, mesmo os leves. Mas se a maioria das pessoas n�o estava com COVID, o carnaval n�o ter� grandes impactos nesse sentido. Tudo ainda � uma suposi��o. S� monitorando o que vai acontecer nos pr�ximos dias � que teremos essa resposta.Como � o cen�rio da pandemia no Brasil e no mundo? H� perspectiva de que seja completamente superada? A tend�ncia � de que, daqui para frente, a COVID-19 se manifeste de forma mais leve, no geral?
O cen�rio, tanto no Brasil como no mundo, � de um per�odo bom, de transmiss�o baixa, poucos casos graves e mortes, e muito disso se deve �s vacinas. S�o suposi��es. No futuro, � mais prov�vel que convivamos com o coronav�rus de forma end�mica. � um v�rus que veio para ficar, e deve se manifestar daqui para frente em casos mais leves. Para que haja um desequil�brio nesse panorama, depende das pessoas seguirem sempre as recomenda��es futuras sobre a vacina��o, nunca deixando de se imunizar conforme for determinado, ou se aparecer uma variante completamente diferente, mais agressiva e que fuja � a��o das vacinas.
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