Homem pulveriza pesticida em lavoura

Pesticidas cont�m subst�ncias que podem prejudicar sistema nervoso e �rg�os sensoriais humanos

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Quinze anos atr�s, Tim Parton, gerente da fazenda Brewood Park em Staffordshire, na Inglaterra, decidiu inovar, experimentando a agricultura biol�gica.


Ele deixou de usar pesticidas e fertilizantes sint�ticos e passou a aplicar insumos naturais biologicamente ativos — como Trichoderma, uma esp�cie de fungo — cultivados por ele pr�prio para ajudar as plantas a crescer e fixar nitrog�nio e f�sforo no solo.

 

Parton faz parte de uma comunidade agr�cola em crescimento, que adota pr�ticas de agricultura regenerativa, uma t�cnica que prioriza a sa�de do solo e do meio ambiente, minimizando a aplica��o de insumos sint�ticos.


Ele passou a aplicar insumos biol�gicos na sua fazenda ap�s enfrentar dores de cabe�a e erup��es na pele, causadas pelo uso de pesticidas.


Depois de praticar a imers�o das ovelhas — um processo que consiste em mergulhar os animais em misturas de pesticidas e inseticidas para eliminar parasitas — frequentemente surgiam caro�os nos seus bra�os.

 

 


Essa rea��o permanecia por v�rios dias.


"Eu ficava mal, mas, se fosse visitar os m�dicos, eles diziam 'voc� s� teve uma rea��o' e n�o levavam a s�rio", conta.

 

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Desde que adotou a agricultura biol�gica, Parton n�o sofreu mais problemas de sa�de. Ele n�o precisa usar fertilizantes de f�sforo e pot�ssio na sua fazenda h� mais de 10 anos.


"Tento manter as plantas com o melhor equil�brio nutricional poss�vel e, se tiver toda a nutri��o correta, a planta n�o fica doente", acrescenta.


Parton afirma que observou um grande aumento das esp�cies de aves e insetos desde que parou de usar pesticidas para controlar insetos e ervas daninhas.


"O efeito em cadeia � que tenho mais p�ssaros aqui do que antes e muitas esp�cies amea�adas est�o se multiplicando porque aqui fica a fonte de alimento", afirma.


Os pesticidas s�o subst�ncias qu�micas usadas para repelir, destruir e controlar pragas, ervas daninhas ou outros organismos que afetam o crescimento das plantas. Eles s�o eficazes, mas cont�m componentes t�xicos que podem ter extensos efeitos, �s vezes cr�nicos, sobre os �rg�os sensoriais e o sistema nervoso humano.


Os pesticidas come�aram a ser desenvolvidos nos anos 1930 para proteger a produ��o norte-americana de alimentos. Mas muitas comunidades agr�colas logo ficaram dependentes do seu uso, devido ao seu efeito significativo sobre a produ��o.


Atualmente, cerca de um ter�o da produ��o agr�cola mundial depende dos pesticidas.


Segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), mais de 1 mil tipos de pesticidas s�o usados em todo o mundo. Alguns dos mais comuns s�o os herbicidas (49%), fungicidas e bactericidas (27%) e inseticidas (19%).


Em 1990, o consumo global de pesticidas era de 1,69 milh�es de toneladas. Este n�mero cresceu mais de 57% nas �ltimas duas d�cadas, atingindo 2,66 milh�es de toneladas em 2020. E um relat�rio do Programa Ambiental das Na��es Unidas afirma que as previs�es s�o de crescimento cont�nuo do uso de pesticidas.


Estima-se que a popula��o mundial atinja 9,3 bilh�es de pessoas em 2050, o que exigir� um aumento da velocidade de produ��o de alimentos de 60%. Para sustentar essa demanda, os pesquisadores acreditam que os agricultores precisar�o usar ainda mais pesticidas.


Um estudo dos sistemas agr�colas europeus afirma que a suspens�o total do uso de pesticidas pode gerar uma queda de 78% na produ��o de frutas, 54% de legumes e verduras e 32% de cereais.


Mas nossa depend�ncia dos pesticidas tamb�m traz um custo significativo para o meio ambiente. Pesquisas indicam que os pesticidas podem ser respons�veis pela perda do olfato das abelhas e salm�es, al�m da contamina��o de corpos d’�gua, amea�ando os ecossistemas aqu�ticos.


Os pesticidas tamb�m podem entrar na cadeia alimentar, por meio de um processo conhecido como bioacumula��o. Ela ocorre quando uma subst�ncia se acumula no corpo devido � nossa incapacidade de decomp�-la.


Como os animais e seres humanos n�o conseguem decompor muitos pesticidas sint�ticos, eles podem simplesmente se acumular na gordura corporal, com efeitos prejudiciais � sa�de.


Apesar de todas as regulamenta��es globais sobre o uso de pesticidas, um estudo estima que ocorram cerca de 385 milh�es de casos de envenenamento agudo acidental com pesticidas entre os trabalhadores agr�colas todos os anos.


Quando pulverizados, os pesticidas produzem vapores que podem se tornar poluentes do ar.

 

Nos Estados Unidos, 37-54% das doen�as relacionadas aos pesticidas entre os trabalhadores rurais s�o atribu�das aos res�duos da pulveriza��o.


Os sintomas podem variar de dores de cabe�a e n�useas at� sensa��es de queima��o da pele.


Abelha

Pesquisas indicam que os pesticidas podem ser respons�veis pela perda de olfato das abelhas

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Quais s�o os inseticidas mais comuns?

Os organofosforados e os piretroides s�o os dois tipos de inseticida mais consumidos nos Estados Unidos. Ambos s�o neurot�xicos para os animais.

Os inseticidas s�o projetados para interferir com o sistema nervoso das esp�cies-alvo, criando um desequil�brio qu�mico que evita a transmiss�o normal dos impulsos nervosos. Mas eles podem tamb�m causar efeitos neurot�xicos em outras esp�cies.

E o uso de inseticidas tamb�m j� ocasionou a contamina��o generalizada de ambientes aqu�ticos.


Verduras e legumes em mercado

N�o � incomum encontrar res�duos de pesticidas em frutas, legumes e verduras

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Os efeitos

Os sintomas iniciais de exposi��o a pesticidas podem incluir dores de cabe�a, n�useas, vertigens e secre��o respirat�ria, segundo a pediatra Michelle Perro, uma das fundadoras da organiza��o sem fins lucrativos GMO Science — uma plataforma p�blica na qual os m�dicos discutem e analisam o impacto dos alimentos e produtos agr�colas geneticamente modificados.

Os impactos agudos � sa�de podem incluir desde convuls�es at� depress�o respirat�ria. O modo e a dura��o da exposi��o, al�m do tipo de pesticida utilizado, alteram seu impacto ao nosso sistema nervoso e sensorial.

"A exposi��o aos pesticidas por inala��o atrav�s dos nossos pulm�es pode ser mais t�xica, pois o nosso intestino cont�m micr�bios que ajudam a desintoxicar os poluentes", explica Perro.

A exposi��o a pesticidas tamb�m foi relacionada � deteriora��o sensorial. Um dos incidentes mais conhecidos ocorreu nos anos 1960, na regi�o agr�cola de Saku, no Jap�o.

Os moradores da regi�o apresentaram alta incid�ncia de anomalias da vis�o, ap�s a exposi��o a inseticidas organofosforados. Os efeitos da doen�a de Saku inclu�am vis�o emba�ada, dist�rbios no movimento dos olhos, miopia e astigmatismo.

Um estudo dos moradores da regi�o concluiu que, al�m dos agricultores, suas vi�vas — que podem ter sido expostas � contamina��o em casa ou proveniente da pulveriza��o em campos pr�ximos — tamb�m sofreram redu��o da acuidade visual e perda da vis�o.

"Quando os aplicadores de pesticidas t�m res�duos de pesticidas sobre a pele ou as roupas, as pessoas � sua volta podem inalar esses res�duos e a maior exposi��o secund�ria tamb�m pode trazer efeitos prejudiciais � sa�de", segundo Honglei Chen, professor de epidemiologia e bioestat�stica da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos.

Chen participou de um estudo da Universidade em 2019, que pesquisou o efeito da exposi��o aos pesticidas sobre o funcionamento do olfato. O estudo acompanhou 11.232 agricultores por um per�odo de 20 anos.

Entre os agricultores estudados, 10,6% sofreram um evento de alta exposi��o a pesticidas (HPEE, na sigla em ingl�s). O HPEE n�o tem defini��o oficial e depende da interpreta��o dos agricultores sobre a gravidade da sua exposi��o ao pesticida. Agricultores com hist�rico de HPEE apresentaram possibilidade 49% maior de ter o sentido do olfato reduzido.

Um estudo de 2020 concluiu que 44% dos trabalhadores agr�colas — estima-se que haja 860 milh�es deles em todo o mundo — sofrem envenenamento por pesticidas todos os anos. Este n�mero se deve � falta de equipamento protetor ou ao uso de equipamento com defeito, o que aumenta a exposi��o por absor��o na pele, inala��o ou ingest�o.

"Quando os pesticidas entram no corpo por inala��o, [eles] ultrapassam a barreira hematoencef�lica e prejudicam a fun��o nervosa", afirma Chen. "Alternativamente, [os pesticidas] podem entrar no nosso fluxo sangu�neo atrav�s do trato gastrointestinal, se ingeridos."

Muitos estudos tamb�m estabelecem uma rela��o entre o uso de pesticidas e doen�as neurodegenerativas. A exposi��o aos pesticidas j� foi associada a condi��es como o transtorno de d�ficit de aten��o e hiperatividade (TDAH) e o mal de Parkinson.

Um estudo da Universidade de Guelph, no Canad�, indica que os pesticidas causam muta��es das c�lulas animais, imitando os efeitos das muta��es conhecidas por causarem Parkinson.

Outro estudo concluiu que os pesticidas piretroides causam aumento da express�o de transportadores de dopamina (DAT, na sigla em ingl�s) em camundongos. DAT � um tipo de express�o gen�tica que tamb�m � observado em indiv�duos com TDAH.

A exposi��o de pesticidas durante a gravidez ou a primeira inf�ncia tamb�m j� foi associada ao desenvolvimento de autismo entre as crian�as.

Por serem projetados para atingir o tecido nervoso dos organismos, inseticidas como os organofosforados, carbamatos e organoclorados s�o mais t�xicos que os herbicidas. Embora existam fortes evid�ncias de que a exposi��o aguda em grande quantidade pode gerar danos ao sistema nervoso, os pesquisadores ainda est�o estudando se a exposi��o cr�nica e moderada tem o mesmo efeito.

Chen afirma que ainda � dif�cil estabelecer uma liga��o causal clara entre os pesticidas e a deteriora��o da sa�de porque "existem muitas toxinas ambientais na atmosfera, como poluentes do ar, v�rus e compostos org�nicos vol�teis... todos eles podem se acumular no corpo e causar efeitos cumulativos prejudiciais � sa�de".


Abelhas mortas

Pesticidas s�o um dos principais culpados por mortes de abelhas, importantes para poliniza��o

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Quais s�o os herbicidas mais comuns?

Na Uni�o Europeia, os fungicidas e bactericidas s�o a classe mais comum de pesticidas (45%), seguidos pelos herbicidas (32%) e inseticidas/acaricidas (11%).

Dois dos herbicidas mais comuns incluem atrazina e glifosato. Estas duas subst�ncias s�o usadas para controlar gramas e ervas daninhas e s�o frequentemente aplicadas a produtos agr�colas comuns, como soja, milho e cana-de-a��car.

O glifosato passou a ser uma subst�ncia especialmente controversa quando a Ag�ncia Internacional de Pesquisa sobre o C�ncer da OMS afirmou que ele "provavelmente � carcinog�nico para seres humanos", em 2015.

Mas o efeito carcinog�nico do glifosato sobre os seres humanos permanece inconclusivo, j� que a maioria das pesquisas at� hoje foi realizada com animais.


Homem pulveriza pesticida em pomar enquanto mulher com véu o observa

Exposi��o aos pesticidas foi relacionada � perda de olfato e problemas de vis�o em seres humanos

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Efeitos sobre as crian�as

As crian�as s�o particularmente vulner�veis aos pesticidas, devido � sua fisiologia, metabolismo mais r�pido e aos seus comportamentos.

"As crian�as, muitas vezes, ficam mais perto do ch�o devido � sua altura e tamb�m levam as m�os � boca com frequ�ncia, de forma que seu risco de ingerir pesticidas acidentalmente � mais alto, em compara��o com os adultos", explica Perro.

Um artigo publicado na revista Environmental Toxicology indica o risco de absor��o de doses mais altas de pesticidas pelas crian�as, devido � sua maior ingest�o de alimentos ou fluidos em propor��o ao peso do corpo.

Em 2014, crian�as em idade escolar sofreram envenenamento por pesticidas na regi�o de Bordeaux, na Fran�a. Em uma escola prim�ria localizada perto de um vinhedo, 23 alunos sofreram n�useas, dores de cabe�a e irrita��o na pele depois que fungicidas foram pulverizados �s uvas.

O caso resultou em uma multa de 30 mil euros (cerca de R$ 167 mil) para os dois vinhedos envolvidos, depois de uma a��o judicial apresentada por duas associa��es ambientais francesas, a Sepanso e a G�n�rations Futures.

Casos de crian�as doentes devido � exposi��o a pesticidas podem ser encontrados em todo o mundo. O Hava� e a Nova Zel�ndia s�o alguns exemplos.

Na �ndia, o envenenamento de crian�as por pesticidas � um importante problema de sa�de p�blica h� d�cadas.

Um estudo que documentou o impacto do pesticida de uso agr�cola fosfeto de alum�nio sobre crian�as da zona rural no norte da �ndia concluiu que, das 30 crian�as internadas em unidades de terapia intensiva, 14 n�o sobreviveram ao envenenamento com pesticidas.

Os idosos tamb�m s�o particularmente vulner�veis devido � sua pele mais fina, que aumenta o risco de envenenamento por contato d�rmico.

E, � medida que o funcionamento dos seus �rg�os se deteriora, os rins e o f�gado podem demorar mais para remover as toxinas, o que aumenta a possibilidade de ac�mulo de pesticidas no corpo, causando danos f�sicos ou neurol�gicos.

Embora o envenenamento com pesticidas seja mais prov�vel durante a exposi��o aguda ou cr�nica, os consumidores s�o suscet�veis � ingest�o acidental ou contato com a pele.

N�o � incomum encontrar res�duos de pesticidas em produtos aliment�cios frescos. Em 2022, o Grupo de Trabalho Ambiental dos Estados Unidos (EWG, na sigla em ingl�s) concluiu que mais de 70% dos produtos frescos n�o org�nicos do pa�s cont�m res�duos de pesticidas potencialmente perigosos.

Um relat�rio sobre res�duos de pesticidas em alimentos preparado pela Autoridade Europeia de Seguran�a Alimentar em 2020 afirmou que 29,7% dos produtos continham um ou mais res�duos em quantidades iguais ou abaixo dos limites permitidos, enquanto 1,7% excederam o limite estabelecido por lei.

Segundo os dados obtidos pela OMS e pela Organiza��o das Na��es Unidas para Alimenta��o e Agricultura (FAO), os governos e os organismos intergovernamentais devem estabelecer padr�es alimentares e "limites m�ximos de res�duos" para os pesticidas em diferentes tipos de alimentos.

Os consumidores podem ter controle limitado sobre a frequ�ncia e a quantidade de pesticidas aplicados aos seus alimentos, mas os efeitos negativos podem ser reduzidos pelo procedimento b�sico de lavar ou limpar sua pele ou os alimentos ap�s a exposi��o.

� poss�vel reduzir os n�veis de pesticidas em 10 a 80% com m�todos de cozimento e processamento — escaldando, fervendo ou fritando os alimentos. E um estudo comparativo de 2022 concluiu que lavar com �gua ou ferver � a forma mais eficaz de remover os res�duos de pesticidas.


Pesticidas

Idosos tamb�m s�o particularmente vulner�veis devido � pele mais fina

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As proibi��es

Certos pa�ses e regi�es estabeleceram proibi��es de pesticidas espec�ficos.

Em 1962, um livro da bi�loga Rachel Carson, Silent Spring ("Primavera Silenciosa", Ed. Gaia), apresentou ao p�blico os impactos prejudiciais dos pesticidas ao meio ambiente.

Ele gerou um movimento ambiental nacional nos Estados Unidos, que levou � proibi��o do inseticida DDT, de uso comum na agricultura na �poca.

A Conven��o de Estocolmo sobre Poluentes Org�nicos Persistentes de 2001, assinada por 90 pa�ses, tamb�m proibiu mais de 20 subst�ncias para proteger o meio ambiente e resguardar a sa�de humana.

Elas incluem pesticidas como aldrina e DDT, selecionados devido � sua toxicidade, resist�ncia � degrada��o e capacidade de bioacumula��o nos animais e nos ecossistemas.

Mas tamb�m existem pa�ses que exigem por lei o uso de pesticidas espec�ficos para controlar surtos de doen�as na agricultura.

Em 2014, a Borgonha (regi�o francesa produtora de vinhos) multou um viticultor em 500 euros (cerca de R$ 2,8 mil) por infringir as normas governamentais, n�o pulverizando seu vinhedo org�nico com pesticidas.

A exig�ncia foi anunciada depois de um surto de uma doen�a dos vinhedos, a flavesc�ncia dourada, na regi�o.

Como parte da estrat�gia da Uni�o Europeia para adotar um sistema alimentar mais sustent�vel, a Comiss�o Europeia comprometeu-se a reduzir � metade o uso e o risco de pesticidas at� 2030. Mas algumas comunidades agr�colas ainda acham que este objetivo � insuficiente.

Um grupo de trabalhadores da agricultura e consumidores formou a iniciativa "Salve as Abelhas e os Agricultores", que pede uma redu��o de 80% do uso de pesticidas at� 2030 e sua proibi��o completa at� 2035.

Hist�rias de sucesso, como a de Tim Parton, mostram que a produ��o agr�cola sem insumos sint�ticos � poss�vel. Em 2020, Parton foi declarado o "Inovador Agr�cola do Ano" no Reino Unido, pela sua abordagem de cultivo biol�gico e sem o uso de m�quinas.

Ele afirma que, desde que substituiu os pesticidas pelas bact�rias fixadoras de nitrog�nio, sua produ��o � igual ou maior, em rela��o aos anos anteriores. A fazenda economiza 90 mil libras (cerca de R$ 570 mil) por ano em pesticidas, em compara��o com 10 anos atr�s.

"O s�culo passado foi o s�culo da qu�mica", ele conta. "Este s�culo ser� o da biologia, j� que n�o podemos continuar poluindo o planeta onde vivemos."

"Eu cultivo no ritmo da natureza, criando um ecossistema saud�vel na fazenda para as pr�ximas gera��es", afirma Parton.

"Juntos, podemos fazer as mudan�as necess�rias para curar o planeta onde vivemos. N�o existe planeta B."

Leia a vers�o original desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.

- Este texto foi publicado em

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c6pqqpzpdmpo