Silenciosa, 'press�o alta' � uma das principais causas de morte no Brasil

H�bitos comportamentais est�o entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertens�o arterial ou "press�o alta", como a doen�a � popularmente conhecida. Por ser silenciosa e ter graves consequ�ncias, a data de 26 de abril foi institu�da como o Dia Nacional de Preven��o e Combate � Hipertens�o Arterial para mobilizar e alertar a popula��o sobre a import�ncia de manter um estilo de vida saud�vel e realizar exames peri�dicos para detectar a 

hipertens�o arterial.

Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que mais de 30% da popula��o brasileira � acometida pela hipertens�o arterial. A doen�a � considerada um problema de sa�de p�blica e de acordo com o Minist�rio da Sa�de, via Sistema de Informa��o sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doen�as hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens.

Um outro relat�rio do Minist�rio da Sa�de tamb�m revelou que o n�mero de adultos com diagn�stico m�dico de hipertens�o aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os �ndices sa�ram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. O relat�rio mostra ainda um aumento na preval�ncia do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.

 

Leia tamb�m: ï¿½reas do c�rebro afetadas pela hipertens�o arterial

 

Os estados com maiores preval�ncias de diagn�stico m�dico de hipertens�o arterial segundo a Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS), realizada em 2019, s�o: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%). Os Estados com menores preval�ncias de diagn�stico m�dico de hipertens�o arterial s�o: Par� (15,3%), Roraima (15,7%) e Amazonas (16%). O indicador se refere � popula��o brasileira com mais de 18 anos que referiu ter diagn�stico m�dico de hipertens�o arterial, exceto mulheres que tiveram diagn�stico durante a gravidez.

A Hipertens�o arterial integra um grupo de doen�as pass�veis de serem evitadas por meio de h�bitos modific�veis relacionados ao consumo de �lcool, tabaco, alimenta��o inadequada e sedentarismo, considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doen�a.

 

Leia tamb�m: Novo exame de sangue ajuda a avaliar hipertens�o arterial pulmonar

“O estilo de vida tem grande influ�ncia no desenvolvimento da hipertens�o arterial. Procurar equil�brio entre o trabalho e a conviv�ncia com a fam�lia, somado a h�bitos saud�veis como n�o abusar do sal, utilizando temperos que ressaltam o sabor dos alimentos, praticar atividade f�sica regular, aproveitar momentos de lazer, abandonar o cigarro e, se consumir bebida alco�lica, faz�-lo com modera��o, ser� determinante na preven��o desta doen�a que pode desencadear o surgimento de v�rios problemas cardiovasculares”, explica a Dra Sueli Vieiras, cardiologista da Rede de Hospitais S�o Camilo de S�o Paulo. A especialista enfatiza ainda que a aferi��o peri�dica dos n�veis press�ricos propicia o diagn�stico precoce da doen�a, o controle da press�o arterial e dos fatores de risco associados.

Considerada o principal fator de risco para as doen�as cardiovasculares, a Hipertens�o Arterial Sist�mica (HAS), mais conhecida como “press�o alta”, quando n�o controlada, leva a complica��es como insufici�ncia card�aca, insufici�ncia renal e acidente vascular cerebral, contribuindo de forma expressiva para a perda de anos de vida saud�vel na popula��o.

A hipertens�o arterial faz parte do grupo das Doen�as Cr�nicas n�o Transmiss�veis e pode ser prim�ria, quando geneticamente determinada, ou secund�ria, quando decorrente de outros problemas de sa�de, como doen�as renais, da tire�ide ou das suprarrenais.

Caracteriza-se pela eleva��o sustentada dos n�veis de press�o arterial, acima de 140×90 mmHg (mil�metro de merc�rio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro n�mero se refere � press�o m�xima ou sist�lica, que corresponde � contra��o do cora��o; o segundo, � press�o do movimento de di�stole, quando o cora��o relaxa. Em crian�as e adolescentes, ser�o considerados valores acima de 120/80 mmHg.

Em geral, tontura, falta de ar, palpita��es, dor de cabe�a frequente e altera��o na vis�o podem ser os sinais de alerta, entretanto, a hipertens�o geralmente � silenciosa, sendo importante medir regularmente a press�o arterial.

Na grande maioria dos casos, a hipertens�o arterial � de origem multifatorial, estando associada aos fatores de risco modific�veis e n�o modific�veis, os quais interferem no curso da doen�a. Est�o associados ao surgimento da hipertens�o: obesidade, sedentarismo, alimenta��o, glicemia elevada, colesterol e/ou triglic�rides elevados e estresse. 

O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em at� 10 anos o aparecimento da doen�a. O consumo exagerado de sal associado a h�bitos alimentares n�o adequados tamb�m s�o fatores destacados. S�o reconhecidos como fatores n�o modific�veis para a hipertens�o arterial: sexo, idade, etnia e hist�ria familiar. H� uma associa��o direta entre envelhecimento e preval�ncia da doen�a. 

As principais complica��es da hipertens�o s�o derrame cerebral, tamb�m conhecido como AVC, infarto agudo do mioc�rdio e doen�a renal cr�nica. Al�m disso, a hipertens�o pode levar a uma hipertrofia do m�sculo do cora��o, causando arritmia card�aca. Os olhos podem sofrer problemas na retina e as pernas podem ter “entupimentos” dos vasos que levam o sangue (pelas art�rias), com dores principalmente na panturrilha devido aos esfor�os.

A hipertens�o, na grande maioria dos casos, n�o tem cura, mas pode ser controlada. Nem sempre o tratamento significa o uso de medicamentos, sendo imprescind�vel a ado��o de um estilo de vida mais saud�vel, com mudan�a de h�bitos alimentares, redu��o no consumo de sal, atividade f�sica regular, n�o fumar, moderar o consumo de �lcool, entre outros. � fundamental consultar um m�dico e diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado.