Vacina��o tem import�ncia maior para prematuros, diz neonatologista

O cen�rio de queda na prote��o das crian�as brasileiras contra doen�as imunopreven�veis preocupa especialistas desde 2015, e, entre os alertas, est� o da necessidade de vacinar os beb�s que nascem prematuros. Em entrevista � Ag�ncia Brasil, na Semana Mundial da Imuniza��o, a neonatologista Lilian Sadeck explica que beb�s prematuros precisam ainda mais da prote��o das vacinas.

"O beb� prematuro tem imaturidade imunol�gica. Ele recebe menos anticorpos da m�e, porque os anticorpos passam principalmente no final da gesta��o, e, com isso, ele � mais suscet�vel [a doen�as]. E, al�m de serem mais vulner�veis, eles acabam tendo casos mais graves quando adquirem a doen�a", explica. "A fam�lia precisa prestar mais aten��o, porque eles acabam ficando internados por mais tempo e, al�m de ter um sistema imunol�gico mais imaturo, muitas vezes, n�o conseguem receber aleitamento materno por um tempo mais prolongado", diz Lilian.

Secret�ria do Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a m�dica pede aten��o tamb�m �s idades recomendadas para cada vacina, que permanecem as mesmas, com a contagem a partir do nascimento como refer�ncia. As vacinas contra meningite, pneumonia, coqueluche, hepatite B, rotav�rus, gripe e as demais do primeiro ano de vida devem ser aplicadas segundo a idade cronol�gica da crian�a, independentemente de seu peso ou idade gestacional, alerta a SBP.

O que conta � a data em que o beb� nasceu, diz a m�dica. “� uma coisa que confunde as pessoas, que, �s vezes, pensam que t�m que dar de acordo com uma idade corrigindo a prematuridade."

 

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Os beb�s prematuros tamb�m t�m maior risco de eventos adversos ao receber algumas vacinas. Por isso, os imunizantes que previnem contra a coqueluche devem ser preferencialmente vacinas acelulares. Nos centros de refer�ncia em imunobiol�gicos especiais (CRIEs), � poss�vel encontrar a penta acelular (difteria, t�tano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b) e a hexa acelular (difteria, t�tano, coqueluche, poliomielite inativada (VIP), hepatite B (HB) e Haemophilus influenzae tipo b (Hib)) gratuitamente.

"Estas s�o vacinas conjugadas, em que uma mesma dose protege contra v�rias doen�as. S�o vacinas que causam menos sofrimento para a fam�lia e para o beb�, porque em uma inje��o ele recebe v�rias vacinas juntas", aconselha a m�dica. "Muitas vezes, a fam�lia fica com d�, porque a crian�a j� nasceu prematura, j� sofreu, muitas vezes ficou internada. Ent�o, a gente tem que sensibilizar muito a fam�lia para que mantenham esse calend�rio atualizado."

Assim como os beb�s prematuros, as gestantes tamb�m requerem mais aten��o em rela��o ao calend�rio vacinal. Gr�vidas t�m um calend�rio vacinal espec�fico e, caso n�o tenham hist�rico vacinal da dT (difteria e t�tano), devem receber duas doses e, a partir da 20ª semana de gesta��o, uma dose da vacina dTpa (que inclui tamb�m a coqueluche). Mesmo que j� tenham recebido a dT anteriormente, a dTpa continua recomendada uma vez por gesta��o. 

 

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"� importante que a m�e receba essas vacinas, principalmente pelo componente coqueluche, porque ela vai produzir mais anticorpos e eles v�o passar para o feto e proteger o rec�m-nascido nos primeiros anos de vida."

O hist�rico vacinal contra a hepatite B tamb�m deve ser checado. Caso n�o seja poss�vel completar o esquema durante a gesta��o, ele dever� ser conclu�do ap�s o parto, informa o calend�rio da gestante atualizado no ano passado pelo Minist�rio da Sa�de.

Lilian Sadeck tamb�m recomenda que as gestantes recebam as vacinas contra influenza e covid-19. A m�dica ressalta que a vacina��o das gestantes tamb�m est� em baixa. Isso ocorre mesmo que muitas delas sejam acompanhadas por profissionais de sa�de.

"Al�m de a pandemia ter interferido no pr�-natal, muitas gestantes desconhecem a disponibilidade dessas vacinas no SUS [Sistema �nico de Sa�de], que elas podem e devem receber durante o pr�-natal", acrescenta a m�dica.