criança olhando notebook

Qualquer crian�a ou adolescente pode ser alvo de abuso e explora��o on-line, especialmente com o uso massivo da internet por meio de celulares, tablets ou computadores

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Qualquer crian�a ou adolescente pode ser alvo de abuso e explora��o on-line, especialmente com o uso massivo da internet por meio de celulares, tablets ou computadores. A viol�ncia no ambiente virtual � um problema que preocupa cada vez mais fam�lias em todo o mundo. Segundo a Safernet, houve 111.929 den�ncias de crimes envolvendo fotos e v�deos de viol�ncia sexual contra crian�as no Brasil em 2022, o que representa um aumento de 9,91% em rela��o ao ano anterior. O aumento de den�ncias j� havia sido registrado em 2020 e 2021. 

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O contato das crian�as com estes aparelhos ocorre de maneira intensiva e cada vez mais precoce. A pesquisa TIC Kids Online Brasil, feita pelo Comit� Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) apontou que 88% das crian�as e adolescentes entre 9 e 17 anos que usam a internet no Brasil t�m pelo menos um perfil nas redes sociais, sendo que 78% dos entrevistados t�m smartphone e 53% acessam a internet pelo celular. 

Como forma de alertar m�es, pais, cuidadores, crian�as e adolescentes, a campanha do Maio Laranja faz uma conscientiza��o sobre o enfrentamento e preven��o ao abuso e � viol�ncia sexual de crian�as e adolescentes. Neste ano, a campanha ocorre pela primeira vez durante todo o m�s por meio de uma lei federal aprovada em 2022, gra�as ao trabalho de incid�ncia pol�tica do ChildFund Brasil e de outras diversas organiza��es sociais no Congresso Nacional pela aprova��o da lei junto � parlamentar Eliziane Gama (PSD - MA). A autoria do projeto na C�mara foi da ent�o deputada Leandre Dal Ponte (PSD-PR), atual secret�ria da mulher e igualdade Racial do estado do Paran�.

Intelig�ncia artificial 

 O tema tem sido abordado pelas cenas protagonizadas pela adolescente Karina, interpretada pela atriz Danielle Ol�mpia, na novela Travessia, da TV Globo, tem gerado como��o entre os telespectadores. Na trama, a adolescente foi enganada por um abusador que utilizou um recurso denominado deep fake, t�cnica de intelig�ncia artificial que altera �udios e v�deos, para assumir a identidade de uma atriz fict�cia chamada Bruna Schuller. Deslumbrada com a possibilidade de se tornar amiga de Bruna e de conseguir um papel na televis�o, Karina come�ou a fazer videochamadas com a suposta atriz e a lhe enviar fotos �ntimas. Por�m, a identidade verdadeira por tr�s da c�mera foi revelada e o abusador iniciou uma s�rie de chantagens com a adolescente.

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O ambiente virtual est� entre os principais locais onde mais ocorrem agress�es contra crian�as e adolescentes. O dado � da Pesquisa Nacional da Situa��o de Viol�ncia Contra Crian�as no Ambiente Dom�stico, lan�ada pelo ChildFund Brasil, com o apoio da The LEGO Foundation. Atento � gravidade desse cen�rio, o ChildFund Internacional elaborou uma cartilha para prevenir o abuso e explora��o sexual on-line de crian�as e adolescentes. O documento, que estar� dispon�vel no site do ChildFund Brasil, cont�m orienta��es importantes para m�es, pais, crian�as e outros cuidadores, al�m de recomenda��es direcionadas �s organiza��es.

“A preven��o da viol�ncia contra crian�as e adolescentes no ambiente on-line ï¿½ urgente, pois a soma do uso intensivo de tecnologias e dos recursos de intelig�ncia artificial pode ser extremamente perigosa para crian�as e adolescentes. Nossa cartilha oferece recomenda��es n�o apenas para familiares e cuidadores, mas tamb�m para que outros atores nos ajudem nesse enfrentamento. Abusadores e outros criminosos utilizam a ingenuidade e a falta de conhecimento desses jovens de maneira cada vez mais sedutora e sofisticada”, explica Maur�cio Cunha, diretor de pa�s do ChildFund Brasil. 

Equipamentos eletr�nicos s�o uma das principais distra��es das crian�as

Segundo o estudo do ChildFund Brasil, os equipamentos eletr�nicos conectados � internet foram citados de maneira recorrente pelas crian�as nas entrevistas e grupos de discuss�o como uma de suas principais distra��es. A cartilha revela os perigos do grooming e do sexting. Enquanto o primeiro termo se refere ao aliciamento de menores por meio da internet com o intuito de assediar ou abusar sexualmente da crian�a no ambiente virtual, o segundo est� relacionado ao ato de filmar ou tirar fotografias de si pr�prio com conte�do sexual, er�tico ou pornogr�fico e enviar estas imagens ou v�deos a uma pessoa supostamente de confian�a por celular ou outro dispositivo electr�nico. 
 

Embora o sexting seja uma pr�tica comum, quem recebe e compartilha as imagens pode viraliz�-las sem o consentimento da outra pessoa. Quanto maior esse movimento, mais exposi��o o autor das imagens ter�. H� tamb�m a possibilidade de hackear as informa��es pessoais do autor das fotos e v�deos.

Confira algumas orienta��es da cartilha para familiares e cuidadores 

  • Como na vida real, fale com o seu filho sobre as regras de utiliza��o da internet e a��es que possam coloc�-lo em risco, por exemplo, n�o conversar com estranhos ou publicar informa��es pessoais, como endere�o, escola onde estuda e n�meros de documento ou de telefone. 
  • Alinhe a utiliza��o da internet em casa, tais como hor�rios e locais. � melhor se o computador for colocado num local de acesso de toda a fam�lia. 
  • Utilize os controles parentais e crie contas em aplica��es a que pais, m�es e cuidadores tenham acesso, tais como YouTube Kids ou Google Kids. Se quiser informa��o sobre controle parental visite esta p�gina.
  • rie espa�os de confian�a para que as crian�as possam dizer se tiveram experi�ncias desagrad�veis na internet. 
  • Ensine aos seus filhos sobre o que significam os termos “p�blico” e “privado” no ambiente on-line e os oriente a compartilhar perfil e conte�do somente para pessoas conhecidas. Oriente seus filhos a n�o publicar conte�do no modo “p�blico” e/ou enviar fotografias on-line para pessoas desconhecidas.
  • Encoraje os seus filhos a serem gentis e respeitosos no mundo digital e os ensine a n�o espalhar fofocas, partilhar hist�rias e/ou fotografias que possam magoar ou envergonhar outra pessoa. 
  • Crie atividades para que os seus filhos interajam positivamente com amigos, fam�lia ou sozinhos on-line e com seguran�a. Ajude-os a identificar publicidades ou not�cias falsas divulgadas no ambiente virtual.
  • Ensine aos seus filhos e filhas como ajustar as medidas de seguran�a nas suas redes sociais, com o objetivo de ajud�-los a proteger a sua identidade e as suas informa��es privadas.
  • Fale com os seus filhos sobre como bloquear, reportar e denunciar conte�dos que os tornam desconfort�veis ou incomodados nas redes sociais que utilizam.
  • Ap�s o uso, oriente seus filhos a fechar a sess�o de seus e-mails, redes sociais e contas banc�rias, ter senhas fortes com pelo menos 8 caracteres e letras, s�mbolos e n�meros. � melhor usar letras mai�sculas e min�sculas, mas acima de tudo, evitar usar palavras previs�veis como o seu nome ou o da sua fam�lia.

Di�logo e aten��o a mudan�as de comportamento

A cartilha tamb�m alerta para a import�ncia de prestar aten��o �s mudan�as de comportamento das crian�as e dos adolescentes. Caso eles apresentem sinais de medo, ansiedade, ang�stia ou isolamento, os familiares ou cuidadores podem conversar para identificar se h� algum inc�modo durante o uso da internet. 
� necess�rio refor�ar as rela��es de confian�a para que crian�as e adolescentes saibam a quem recorrer se forem v�timas de viol�ncia ou outras situa��es inc�modas na internet: “O ideal � que os cuidadores se informem sobre a gravidade e preven��o do abuso e explora��o sexual on-line de crian�as e adolescentes e mantenham um canal aberto de di�logo constante. Muitas vezes, os adolescentes t�m suas dores negligenciadas devido a conturbadas fases emocionais caracter�sticas dessa fase e o que poderia ser prevenido se transforma em um grande problema para toda a fam�lia. Eles precisam ser ouvidos e acolhidos", conclui Maur�cio.

Casos de viol�ncia on-line podem ser denunciados � pol�cia pelo n�mero 190. Outra possibilidade � fazer a den�ncia pelo Disque 100 ou utilizar sites como o portal da Safernet.