Import�ncia do cirurgi�o-dentista no tratamento de pacientes com c�ncer
Incid�ncia de mucosite em pessoas com c�ncer de cabe�a e pesco�o em tratamento com radioterapia � de aproximadamente 85% quando associada � quimioterapia
O cirurgi�o-dentista desempenha papel fundamental antes, durante e ap�s o tratamento oncol�gico
Ideal HKS/Divulga��o
No Brasil, o c�ncer � a segunda principal causa de morte desde 2003, perdendo apenas para doen�as cardiovasculares. De acordo com pesquisas, aproximadamente 60% dos pacientes recebem radioterapia convencional para o tratamento localizado em cabe�a e pesco�o, e mais de 90% dos pacientes se submetem a terapia combinada (radioterapia e quimioterapia), sendo esperado o desenvolvimento de uma s�rie de altera��es na cavidade bucal.
Segundo o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), s�o esperados 704 mil casos novos de c�ncer no Brasil para cada ano do tri�nio 2023-2025, com destaque para as regi�es Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incid�ncia.
O tratamento � sempre individualizado e existem diferentes tipos de abordagens a serem aplicados em cada paciente, podendo ser feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula �ssea. Tendo em vista que o paciente oncol�gico deve seguir alguns protocolos espec�ficos de cuidado, a boca, fonte de bact�rias, deve ser um deles.
Neste sentido, o cirurgi�o-dentista desempenha papel fundamental antes, durante e ap�s o tratamento oncol�gico. De acordo com a cirurgi�-dentista, especializada em tratamento odontol�gico hospitalar, oncol�gico e laserterapia, Vera Ruschel, o ideal � que toda pessoa que vai iniciar uma quimioterapia ou radioterapia passe por uma avalia��o odontol�gica antes de come�ar esses tratamentos.
"O cirurgi�o-dentista que estiver capacitado para o atendimento ao paciente oncol�gico, ao receb�-lo antes do in�cio das terapias, poder� realizar uma avalia��o cl�nica e radiogr�fica da sua boca para identificar e tratar todo e qualquer foco de infec��o nessa fase. � preciso remover todo processo infeccioso que possa agudizar durante o per�odo de baixa imunol�gica do paciente e lev�-lo a desenvolver uma infec��o sist�mica", explica.
''Pacientes com mucosite t�m cinco vezes mais chance de �bito por sepse durante a quimio e radioterapia'', alerta a cirurgi�-dentista Vera Rushel
Arquivo pessoal
A dentista ressalta ainda que diversas altera��es bucais decorrentes do tratamento contra o c�ncer podem acometer o paciente, provocando manifesta��es orais graves como mucosite, xerostomia, infec��o bacteriana (estomatite), f�ngica (candid�ase) e viral (herpes), que causam dor e dependendo da gravidade, impossibilitam a continuidade do tratamento oncol�gico. "Pacientes com mucosite t�m cinco vezes mais chance de �bito por sepse durante a quimio e radioterapia. � causa de interna��o hospitalar e aumento do custo do tratamento. Infelizmente, ainda vemos nos dias de hoje, pacientes indo a �bito por desnutri��o, desidrata��o, sepse e choque metab�lico decorrentes de mucosites severas que n�o foram adequadamente prevenidas ou tratadas", lamenta a especialista.
A utiliza��o da quimioterapia e da radioterapia, isoladas ou em conjunto como protocolo para o tratamento oncol�gico, pode induzir a mucosite oral, um dos principais efeitos colaterais agudos observados no paciente com c�ncer. "A mucosite oral � caracterizada por les�es ulcerativas da mucosa bucal, sendo uma complica��o frequentemente relatada entre os pacientes em tratamento de c�ncer. Essa toxicidade surge em m�dia de sete a dez dias ap�s a quimioterapia e a partir da segunda semana de radioterapia. J� no caso da radioterapia de cabe�a e pesco�o, os cuidados devem ser maiores, uma vez que a regi�o a ser irradiada, a boca, desenvolve varias altera��es, causando dor e desconforto. Por isso, o paciente oncol�gico deve procurar tratamento odontol�gico logo no in�cio da doen�a", enfatiza Vera Ruschel.
O cirurgi�o-dentista oncol�gico n�o avalia apenas a boca do paciente, mas tamb�m a medica��o que ele usa, os exames que realiza e os tratamentos que ele faz. � preciso desenvolver uma rela��o multidisciplinar, enxergar o paciente como um todo. "A partir do momento que � dado o diagn�stico � poss�vel minimizar os efeitos colaterais e at� prevenir, por�m, mesmo o paciente que j� est� em tratamento e que apresenta alguns efeitos, conseguimos diminuir os mesmos atrav�s da laserterapia e protocolos espec�ficos. A terapia com o laser de baixa pot�ncia se destaca como uma alternativa eficaz na preven��o e no tratamento da mucosite oral, apresentando-se como um tratamento n�o traum�tico, de baixo custo e com bons resultados", explica.
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