Mulher com a mão no pescoço

Mulher com a m�o no pesco�o

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O c�ncer da gl�ndula tireoide e o da cavidade oral est�o entre os mais prevalentes na capital mineira, segundo o Instituto Nacional do C�ncer (Inca), atr�s do tumor de mama feminino, pr�stata e colorretal, e � exce��o da neoplasia de pele n�o melanoma, que � a mais recorrente em todas as regi�es do pa�s. O primeiro � o mais incidente entre as mulheres e o segundo entre os homens. Fica o alerta na data em que se lembra o Dia Mundial de Combate ao C�ncer, neste s�bado (8/4).

Parte da popula��o desconhece que � poss�vel reduzir os riscos de desenvolvimento de ambos e de outros tumores ao adotar h�bitos saud�veis, evitar o sobrepeso e a obesidade. Segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), 40% dos casos de c�ncer podem ser prevenidos evitando fatores de risco, como tabagismo e consumo de �lcool, e 30% podem ser curados mediante diagn�stico precoce e tratamento adequado - um desafio para pa�ses de baixa e m�dia renda, que concentram 70% das mortes globais pela neoplasia.

Tais comportamentos protetores s�o indispens�veis no combate a uma doen�a considerada pela mesma ag�ncia internacional como um dos principais problemas de sa�de p�blica, que vem avan�ando globalmente. Em 2040, o n�mero de novos registros de c�ncer chegar� a 28,4 milh�es.

Por falar em crescimento, o especialista em cirurgia de cabe�a e pesco�o do Grupo Oncocl�nicas Belo Horizonte, Alexandre Andrade Sousa, afirma que o c�ncer de tireoide aumentou em todo o mundo nas �ltimas d�cadas. "Contudo, essa evolu��o � associada em parte ao aumento da detec��o por meio de exames de imagem, feitos por outro motivo, e em consultas de rotina. Dificilmente a neoplasia cursa com sintomas. Em geral, cresce lenta e silenciosamente. Na maioria dos casos, o tumor � descoberto durante a palpa��o do pesco�o pelo m�dico quando s�o identificados n�dulos na regi�o da tireoide, ou at� mesmo linfonodos acometidos pelo tumor (met�stase)", explica.

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O especialista em cirurgia de cabeça e pescoço do Grupo Oncoclínicas Belo Horizonte, Alexandre Andrade Sousa

Em geral, o c�ncer de tireoide cresce lenta e silenciosamente, afirma o especialista em cirurgia de cabe�a e pesco�o do Grupo Oncocl�nicas Belo Horizonte, Alexandre Andrade Sousa

Grupo Oncocl�nicas/Divulga��o
Os tipos mais comuns s�o o carcinoma papil�fero, que representa aproximadamente 80% dos casos, folicular, medular, linfoma de tireoide e anapl�sico. "O carcinoma papil�fero e o folicular apresentam excelente progn�stico com alta taxa de cura. O tipo histol�gico mais agressivo e fatal � o anapl�sico, que acomete idosos, por�m � pouco frequente. O medular pode aparecer isoladamente, de forma espor�dica, ou pode ser uma das neoplasias end�crinas de uma doen�a cong�nita de alta penetr�ncia. Nesse caso, recomenda-se a pesquisa gen�tica no paciente e em todos os familiares de primeiro grau", elucida o especialista.

O m�dico relata que s�o fatores de risco de tumores da gl�ndula tireoide doen�as autoimunes, radia��o ionizante na inf�ncia, obesidade e hist�ria familiar positiva para parentes de primeiro grau (10%), e que o tratamento � sempre cir�rgico. "� feita a retirada total ou parcial da gl�ndula, e em alguns casos de carcinoma papil�fero ou folicular, realiza-se terapia com Iodorradioativo depois da cirurgia. Vale ressaltar que n�o h� indica��o e nem benef�cio na ado��o de quimioterapia ou radioterapia", informa.

C�ncer de boca: um dos mais prevalentes entre homens belo-horizontinos

No tumor da cavidade oral, tamb�m denominado c�ncer de boca, os sintomas iniciais podem ser confundidos com condi��es benignas, especialmente aftas. "Qualquer les�o/ferida branca ou avermelhada na boca que n�o regrida em poucos dias ap�s o tratamento merece aten��o. Outros sinais se manifestam quando a doen�a est� mais avan�ada, como ulcera��o, dor local, disfagia (principalmente em tumores localizados na regi�o posterior da l�ngua), odinofagia, amolecimento de dentes e massa cervical, trismo, que � a dificuldade em abrir a boca, fixa��o da l�ngua, sangramento e odor f�tido. � medida que o tumor progride, necrosa, infecta e se infiltra nos tecidos adjacentes", alerta o m�dico.

De acordo com Alexandre, o c�ncer da cavidade oral � mais prevalente no grupo masculino acima de 40 anos e, embora os fatores de risco mais conhecidos sejam o tabagismo e o consumo de bebida alc�olica, a infec��o pelo v�rus HPV tamb�m est� relacionada ao surgimento da neoplasia.

"Comumente, o ca%u0302ncer de boca HPV positivo acomete homens e mulheres com idade entre 40 e 60 anos, e muitos deles n�o t�m h�bitos de tabagismo ou etilismo. A forma de preven��o se d� pela prote��o contra a infec��o pelo papilomav�rus humano, por meio do uso de preservativos e da vacina��o. A vacina contra o HPV � oferecida gratuitamente pelo SUS a meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, e pacientes imunossuprimidos de at� 45 anos", orienta.

Os tumores bucais podem ser tratados com interven��o cir�rgica e outras abordagens, o que depender� do estadiamento da doen�a, como esclarece o cirurgi�o. "Na fase inicial, o tratamento � exclusivamente cir�rgico. Em tumores avan�ados, conforme a necessidade de cada caso, realiza-se a ressec��o cir�rgica, seguida de radioterapia e quimioterapia. No entanto, o melhor caminho continua sendo a preven��o. Junto � imuniza��o contra o HPV, que ajuda a prevenir esse e outros c�nceres, como de colo de �tero, vagina e p�nis, e uso de preservativo, abandone o tabagismo, evite o consumo excessivo de bebida alco�lica, priorize uma alimenta��o saud�vel e pratique atividade f�sica", finaliza o m�dico.