Minas precisa avan�ar nos cuidados paliativos; evento aberto na UFMG

Voc� sabe o que s�o cuidados paliativos (CP’s)? Sabia que eles podem ser oferecidos em qualquer idade? Para falar sobre isso e outros aspectos, a Sociedade Mineira de Tanatologia e Cuidados Paliativos (Sotamig) e a Frente Paliativistas – Cuidados Paliativos pelo Brasil participam da I Confer�ncia Livre Nacional de Cuidados Paliativos, dia 19/05, das 13h �s 18h, no Campus Sa�de da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O encontro, que ser� presencial e tamb�m transmitido on-line (fechado para os inscritos), que vai reunir usu�rios, trabalhadores da sa�de, gestores e prestadores de servi�o ao Sistema �nico de Sa�de (SUS) para defender os cuidados paliativos nas pol�ticas p�blicas, em todas as inst�ncias.

De acordo presidente da Sotamig, a m�dica Gabriela Casanova, os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes, seus familiares e cuidadores, atentando aos aspectos f�sicos, emocionais, sociais e espirituais: “Devem ser ofertados precocemente e em diferentes cen�rios assist�ncias, com cuidado interprofissional. Est�o ligados a pacientes com doen�as graves, ou seja, com qualquer condi��o de sa�de, aguda ou cr�nica, que carrega um alto risco de mortalidade e afeta negativamente a qualidade de vida, com grande carga de sintomas, associados � sobrecarga de seus cuidadores.”

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Durante o encontro, os participantes t�m como objetivo levar a proposta de implementa��o da Pol�tica Nacional de Cuidados Paliativos, com garantia de financiamento, integrada �s Redes de Aten��o � Sa�de e como componente de cuidado na Aten��o Prim�ria � Sa�de atrav�s da Estrat�gia de Sa�de da Fam�lia.

A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) trata o acesso aos CP’s como um Direito Humano, devendo todas as na��es garantirem assist�ncia, n�o s� direcionado ao processo de adoecimento em si, mas tamb�m aos sofrimentos associados. Ela destaca ainda que devem obrigatoriamente integrar os sistemas de sa�de, em todos n�veis de aten��o. 

No Brasil um grande contingente de pessoas, com elevada carga de sintomas relacionados �s suas doen�as de base, n�o tem acesso a equipes de refer�ncia, com forma��o em cuidados paliativos em seus territ�rios, por meio da Aten��o Prim�ria � Sa�de.

“Elas recorrem a outros servi�os da Rede de Urg�ncia e/ou Hospitalar, para ter acesso, principalmente, a medicamentos para controle de sintomas f�sicos na finitude da vida. Portanto, o fortalecimento dos Cuidados Paliativos, como estrat�gia de promo��o de qualidade de vida na Aten��o Prim�ria � Sa�de, integrado �s redes de aten��o � sa�de, favorece tamb�m a sustentabilidade do sistema”, refor�a Casanova.

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A cada ano, mais hospitais t�m iniciado o trabalho com equipes de cuidados paliativos, mas ainda falta esse servi�o em muitos e, muitas vezes, elas n�o t�m o suporte adequado: "Percebemos que n�o haver um treinamento, o que gera atraso no acompanhamento do paciente, ocasionando muito sofrimento. Essa situa��o tamb�m gera uma m� aloca��o de recursos da sa�de por submeter o indiv�duo a um tratamento que vai gerar mais malef�cios do que benef�cios. A aus�ncia de hospice e de vagas para cuidado paliativo em hospital de retaguarda tamb�m � uma defasagem que precisa ser modificada para o cuidado mais adequado desse paciente. Dessa forma, temos muita luta pela frente e uma Pol�tica P�blica Nacional em Cuidados Paliativos � um passo essencial para as mudan�as necess�rias".

Em 2020, os CP’s estavam acess�veis a apenas 14% daqueles que necessitavam. Estima-se que at� 2060, a necessidade de Cuidados Paliativos para aqueles na fase final da vida dobrar� e 48 milh�es de pessoas falecer�o com sofrimento grave relacionado � sa�de, sendo que 83% ser�o provenientes de pa�ses com renda baixa ou m�dia, como o Brasil.

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O envelhecimento populacional no Brasil se associa ao somat�rio crescente de doen�as cr�nicas n�o transmiss�veis, agravados pelas consequ�ncias da Covid-19. Atualmente, cerca de 70% dos �bitos no Brasil s�o causados por doen�as cr�nicas e em grande sofrimento, sem assist�ncia qualificada. Nosso pa�s possui um dos piores indicadores de qualidade de morte do mundo.