
N�o bastasse o cansa�o e o sofrimento f�sico, portadores de dor cr�nica precisam lidar com a descren�a de familiares, amigos, colegas de trabalho e at� de profissionais
Tumisu/PixabayQuase metade da popula��o mundial sofre com dor cr�nica
Sem d�vida a pandemia da COVID-19 foi uma das respons�veis por este aumento das dores cr�nicas. Para chegarem a este resultado, os cientistas respons�veis pelo estudo partiram de uma premissa de que a dor cr�nica afeta entre 30% e 50% da popula��o mundial. Ou seja, quase metade das pessoas em todo mundo sofrem com a doen�a, que, obviamente, n�o pode ser ignorada.Outro aspecto importante da vida humana que a dor cr�nica gasta e que n�o pode ser recuperado como o dinheiro � o tempo: “O paciente perde v�rios momentos de lazer por estar em tratamento e quando est� de ‘folga’ de m�dicos e outros profissionais de sa�de, est� com dor ou cansado demais”, comenta Amelie Falconi.
Cansa�o, sofrimento f�sico e descren�a das pessoas

Amelie Falconi, m�dica intervencionista em dor, lembra que a dor � multifatorial, com intera��es complexas entre muitos fatores biol�gicos, psicol�gicos e sociais
D�bora Silva Ferreira/Divulga��oConforme Amelie Falconi, como a dor � algo um subjetivo e n�o aparece em exames, � comum que muitos n�o saibam lidar com pacientes nesta condi��o: “Al�m de n�o saber o que � dor, n�s profissionais tamb�m sa�mos da faculdade com defici�ncias severas como falta de empatia e compaix�o com os portadores dessa doen�a".
Falta de empatia diante da ignor�ncia
J� a falta de compreens�o, acolhimento e empatia por parte das pessoas pr�ximas faz com que o fardo da dor se torne ainda mais dif�cil e suportar. De fato, segundo a m�dica, o contexto de ignor�ncia e descren�a compromete toda a abordagem da dor e faz com que pacientes n�o se tratem de maneira adequada.Doen�a invis�vel
Isso ocorre, segundo ela, porque n�o se leva t�o a s�rio uma doen�a invis�vel quanto uma doen�a que se v�: “Em um mundo ideal, por�m, cuidar�amos da dor da mesma maneira que cuidamos de um cora��o: seguindo etapas e corrigindo fatores de riscos, que s�o respons�veis por desencadear e alimentar a dor cr�nica”, diz a m�dica.Passos do tratamento da dor cr�nica
- O paciente deve ser submetido a um tratamento conservador ativo, ou seja, uma fisioterapia bem-feita, de prefer�ncia uma fisioterapia particular (n�o gen�rica)
- Se este caminho n�o funcionar, deve-se ir para o plano B: cirurgia.
- � importante corrigir fatores de risco do paciente significa interferir no estilo de vida da pessoa, estimulando-a a praticar atividade f�sica, dormir bem, comer adequadamente e cuidar da sa�de mental.
- No tratamento da dor cr�nica n�o se pode esquecer do uso de medicamentos. Estes s�o importantes para devolver uma certa autonomia ao portador da doen�a, para que ele d� prosseguimento � fisioterapia, por exemplo. Contudo, alerta Amelie Falconi, controlar a dor com farmacol�gicos n�o significa us�-los de forma indiscriminada, mas sim com orienta��o m�dica: “O uso de rem�dios sem orienta��o pode atrapalhar o funcionamento dos outros rem�dios que voc� utiliza e, consequentemente, o tratamento de outra doen�a. Pior: automedicar-se pode causar a cronifica��o da dor”.
A dor � multifatorial
Amelie Falconi explica que a dor � multifatorial, com intera��es complexas entre muitos fatores biol�gicos, psicol�gicos e sociais. Em outras palavras, a dor influencia em tudo e tudo influencia na dor.Conforme a m�dica, quando o paciente usa e abusa de rem�dios ele trata apenas os sintomas dessa dor, que, por terem causas variadas, n�o s�o resolvidas com a utiliza��o de rem�dios: “Chamo isso de 'enxugar gelo' na dor cr�nica. O paciente n�o modificou o que est� causando a dor, ent�o, a consequ�ncia � ela intensificar e torn�-la permanente".
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Conforme a m�dica intervencionista em dor, para obter bons resultados no tratamento da dor cr�nica, n�o basta olhar apenas para a doen�a: “Cada dor se manifesta de uma maneira totalmente diferente e individual. O mesmo tratamento apresenta resultados diferentes em pessoas diferentes. Isso mostra porque precisamos olhar para a pessoa, al�m da dor”.
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