balas coloridas  a granel, várias cores e 'sabores'

Os corantes na composi��o dos alimentos t�m como �nica fun��o intensificar ou restaurar a cor do produto

Shirley Hirst/Pixabay


Sorvetes, refrigerantes, bolos, massas, biscoitos, gelatinas, doces e salgadinhos. Alimentos que est�o presentes na vida da maioria das pessoas, seja no cotidiano ou em momentos indulgentes. Praticamente todas essas op��es t�m corantes em suas composi��es e a �nica fun��o desses elementos � intensificar ou restaurar a cor de um alimento.

Isso ocorre porque o impacto visual � fator determinante no momento em que seres humanos decidem o que v�o comer ou n�o, conforme j� comprovado por pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Apesar de os corantes estarem mais presentes no dia a dia do que imaginamos, � relevante diferenciar os tipos e buscar os corantes naturais para uma 
alimenta��o mais saud�vel.

Nesse sentido, o caminho mais f�cil para exercer o consumo consciente � saber interpretar as informa��es do r�tulo dos produtos. De acordo com a regula��o vigente no Brasil, a ind�stria aliment�cia tem obriga��o de informar o consumidor a presen�a de corantes e suas especifica��es, al�m de respeitar limites percentuais de utiliza��o.

Identificar corretamente os corantes exige muita aten��o. De forma geral, os corantes artificiais t�m n�meros em sua nomenclatura como, por exemplo, Tartrazina (E-102) ou Vermelho 40, corante vermelho mais artificial. Em alguns casos, empresas usam uma numera��o que � padronizada internacionalmente para mascarar a presen�a desses elementos nos alimentos ou bebidas.
Paulo Rog�rio, gerente de aplica��es da Oterra, explica sobre a diferen�a entre os corantes naturais e sint�ticos id�nticos aos naturais: "Os corantes naturais t�m o pigmento extra�do a partir de vegetais ou insetos enquanto que os sint�ticos id�nticos aos naturais, cont�m esses pigmentos id�nticos aos que ocorrem na natureza mas produzidos por s�ntese qu�mica".

Riscos � sa�de

Existe um conjunto de evid�ncias cient�ficas sinalizando que corantes artificiais e inorg�nicos podem causar problemas de sa�de. Embora existam contradi��es em alguns casos, muitos corantes j� foram banidos em diversos pa�ses, mas continuam permitidos no Brasil.

Os riscos identificados envolvem desde rea��es al�rgicas, com sintomas na pele e nos sistemas gastrointestinal e respirat�rio, a hiperatividade em crian�as e, at� mesmo, c�ncer, passando tamb�m por doen�as renais e anemia.

A tartrazina � um dos corantes artificiais que mais preocupam pesquisadores da �rea da sa�de. Estudos  nos Estados Unidos e na Europa comprovam casos de rea��es al�rgicas ao corante Tartrazina, incluindo asma, bronquite, rinite, n�usea, broncoespasmos, urtic�ria, eczema e dor de cabe�a.

Determina��o da Anvisa

Pelo fato de algumas pessoas apresentarem sensibilidade a este corante, a Ag�ncia Naciona de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) determinou, em 2002, que nos produtos que contenha o corante, o seu nome esteja escrito por extenso na lista de ingredientes, acompanhado ou n�o do seu INS (INS 102), para facilitar sua identifica��o.

Legisla��o brasileira permite o uso de 11 corantes artificiais na produ��o de alimentos e bebidas:

  1. Amaranto (E-123): tom de vermelho
  2. Amarelo Crep�sculo (E-110): tons de amarelo e laranja
  3. Azorrubina (E-122): tom de vermelho (proibido nos Estados Unidos, Jap�o, Noruega e Su�cia)
  4. Azul Brilhante (E-133): tom de azul (banido na Alemanha, �ustria, B�lgica, Fran�a, Noruega, Su�cia e Su��a)
  5. Azul Indigotina (E-132): tom de azul
  6. Azul Patente V (E-131): tom de azul (proibido na Austr�lia, Estados Unidos e Noruega)
  7. Eritrosina (E-127): tons de vermelho e rosa (banido nos Estados Unidos e na Noruega)
  8. Ponceau (E-129): tom de vermelho (proibido nos Estados Unidos e na Noruega)
  9. Tartrazina (E-102): tom amarelo 
  10. Verde R�pido (E-143): tom de verde (proibido nos pa�ses da Uni�o Europeia)
  11. Vermelho 40 (E-129): tom de vermelho (banido em pa�ses como Alemanha, �ustria, B�lgica, Dinamarca, Fran�a, Su�cia e Su��a)
Al�m disso, o corante inorg�nico Di�xido de Tit�nio (E-171), usado para branquear alimentos, inclusive no Brasil, foi proibido na Uni�o Europeia por suspeitas de que suas nanopart�culas possam danificar o DNA. Na B�lgica, o elemento � considerado um poss�vel cancer�geno.
 
Os corantes naturais dispon�veis no mercado j� cobrem praticamente todo o espectro de cores que poderiam ser utilizadas em alimentos e bebidas, sem riscos para a sa�de. Entretanto, os custos maiores para a ind�stria ainda constituem uma barreira para ampliar a utiliza��o, mesmo em um cen�rio de consumo cada vez mais consciente, com prefer�ncia crescente por alimentos e bebidas mais naturais e saud�veis.