Técnicas cirúrgicas evoluem cada vez mais buscando aspecto natural da face

T�cnicas cir�rgicas evoluem cada vez mais buscando aspecto natural da face

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Na medida em que os procedimentos est�ticos, minimamente invasivos ou cir�rgicos, tornam-se mais populares, � comum que muitas pessoas tenham d�vidas sobre idade, resultados e melhor �poca para buscar o tratamento est�tico. A cirurgi� pl�stica, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica, Beatriz Lassance, esclarece os principais questionamentos:

Quanto mais cedo fizer o procedimento, mais satisfat�rios ser�o os resultados?

Segundo Beatriz Lassance, o que importa mais � a indica��o e o momento em que o paciente se sente incomodado com os sinais da idade ou alguma altera��o. "Quanto mais envelhecemos, maiores ter�o de ser as interven��es para chegar a resultados satisfat�rios. Resultados esses que, na maioria das vezes, n�o ser�o t�o bons quanto se o procedimento tivesse sido realizado antes", diz a m�dica.

H� idade m�nima para fazer um procedimento est�tico?

Tratamentos de beleza devem ser feito em todas as idades, visando a sa�de dos tecidos, melhorando a autoestima, em busca de qualidade de vida, de acordo com a m�dica. "Com rela��o � idade, depende do tipo de procedimento que � feito. Por exemplo, a otoplastia, cirurgia da 'orelha de abano', pode ser realizada a partir dos seis anos de idade, quando o crescimento do pavilh�o auditivo � completo. Com rela��o aos outros procedimentos, � sempre importante ver a indica��o e o que incomoda o paciente. Alguns pacientes podem fazer aplica��o de toxina botul�nica para tratar o suor excessivo aos 18 anos, enquanto para tratamento facial o ideal � esperar mais, a partir da terceira d�cada", diz a cirurgi� pl�stica.

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Como escolher o m�dico ideal para fazer um procedimento est�tico?

"Para evitar complica��es e riscos � sa�de, � fundamental que voc� se certifique de que o procedimento ser� realizado por um profissional especializado, que deve possuir habilita��o em cirurgia pl�stica e credenciais para execu��o segura do procedimento. Para ter certeza disso, uma boa dica � visitar o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica (SBCP). L� � poss�vel pesquisar o nome do m�dico que realizar� o procedimento e verificar se ele est� devidamente credenciado junto � institui��o. Al�m disso, vale a pena tamb�m procurar por outras pessoas que j� tenham passado por procedimentos com o seu m�dico e verificar qual foi a experi�ncia delas", diz Beatriz.

O procedimento pode ser refeito se o paciente n�o gostar do resultado?

"Depende do caso, mas o recomendado � sempre agir com cautela e conversar com o paciente, pois � imposs�vel reverter de uma �nica vez todos os danos do envelhecimento causados ao longo de anos. O m�dico pode sugerir a combina��o de diferentes procedimentos que, realizados em uma determinada sequ�ncia e ao longo de um certo tempo, potencializar�o os resultados esperados", refor�a a especialista.

O m�dico deve ser sincero com o paciente sobre os poss�veis resultados?

"Com certeza. Ao contr�rio do que muitos pensam, os procedimentos cir�rgicos, independentemente de sua finalidade, n�o s�o nada simples. Por isso, antes de toda e qualquer cirurgia pl�stica, e at� mesmo de procedimentos est�ticos menos invasivos, � fundamental que voc� aproveite as consultas para esclarecer todas as suas d�vidas - e cabe ao m�dico tir�-las. Pergunte sobre o tipo de anestesia, o tempo da cirurgia, se � necess�rio interna��o, como ser� o p�s-operat�rio, quais s�o os riscos do procedimento, como ser�o as cicatrizes e quais os resultados esperados. Al�m disso, comunique seu m�dico sobre qualquer tipo de alergias ou doen�as que voc� tenha e medicamentos que voc� use. Por�m, � importante tamb�m que voc� escute seu m�dico, j� que apenas ele poder� fazer uma avalia��o e dizer se o procedimento que voc� deseja realizar � realmente o mais adequado para o seu caso. Caso contr�rio, ele poder� oferecer alternativas ao tratamento", explica.

� preciso tamb�m estar atento se n�o tenho algum problema de ordem emocional, al�m dos de ordem f�sica nos pacientes?

"Considerando que toda cirurgia � um trauma, alguns horm�nios tamb�m s�o liberados, como cortisol e adrenalina, e outros t�m sua produ��o diminu�da, como serotonina. Mesmo que com anestesia e em ambiente seguro, nosso DNA, que foi criado h� mais de 5 milh�es de anos atr�s, entende que estamos sendo atacados e por isso devemos nos defender lutando ou fugindo, e manda o organismo se preparar para isso, liberando horm�nios. J� no per�odo posterior ao trauma, o organismo precisa refazer o tecido afetado e repor toda a energia e reserva que foram gastos, outros horm�nios s�o liberados. Interpretamos estes sinais com sensa��o de tristeza, ansiedade e at� depress�o s�o comuns no per�odo perioperat�rio. Se o paciente j� entra em cirurgia com este mecanismo alterado, tudo ser� mais dif�cil ainda na recupera��o. Problemas emocionais podem impactar a cirurgia pl�stica desde a primeira consulta. Muitas vezes pacientes me procuram para fazer pl�stica por problemas emocionais e n�o f�sicos, � muito f�cil atribuir uma insatisfa��o pessoal com a vida, casamento, trabalho a alguma imperfei��o f�sica como mamas, nariz, rugas. A consulta � muito importante para realmente entender aquilo que o paciente est� procurando", esclarece a cirurgi� pl�stica.

Existe esta��o do ano ideal para fazer cirurgia pl�stica?

"A melhor �poca � quando o paciente consegue organizar a vida para o per�odo p�s-operat�rio. No per�odo p�s-operat�rio da maioria das cirurgias pl�sticas n�o � recomendado fazer esfor�os, dirigir, tomar sol. Um resguardo � sempre necess�rio. Ideal escolher um per�odo tranquilo. O inverno � bom para cirurgias, pois a exposi��o ao sol � menor, � menos calor, o que facilita o uso de cintas p�s-operat�rias e � um per�odo de f�rias escolares", destaca.

Os resultados de uma cirurgia est�tica duram para sempre?

"N�o. A cada minuto estamos envelhecendo. A cirurgia pl�stica n�o rejuvenesce, n�o consegue devolver o rosto de 30 anos � paciente que hoje tem 60. Se tentar vai errar, vai transform�-la em algu�m diferente, pl�stico, n�o t�o humano, como vemos em revistas de celebridades. As t�cnicas cir�rgicas evoluem cada vez mais buscando aspecto natural da face. Paciente bem operada n�o parece ter feito cirurgia, parece mais descansada, mais feliz", aponta a m�dica.