Em casos de crianças e adolescentes, é sempre necessário se fazer uma boa investigação, pois, se for confirmado um distúrbio metabólico urinário, durante toda a vida, haverá o cálculo renal. Orientação é sempre manter a criança bem hidratada

Em casos de crian�as e adolescentes, � sempre necess�rio se fazer uma boa investiga��o, pois, se for confirmado um dist�rbio metab�lico urin�rio, durante toda a vida, haver� o c�lculo renal. Orienta��o � sempre manter a crian�a bem hidratada

Michal Jarmoluk/Pixabay

Um problema mais comumente relacionado � vida adulta tem aumentado de forma consider�vel entre crian�as e adolescentes: o c�lculo renal, tamb�m conhecido como pedra nos rins. Segundo um estudo publicado na Sociedade Americana de Nefrologia, nos Estados Unidos, a incid�ncia da patologia em jovens de 15 a 19 anos aumentou 16% nos �ltimos anos. Embora n�o existam pesquisas recentes sobre o assunto no Brasil, especialistas relatam que a frequ�ncia de pacientes pedi�tricos com queixas de sintomas correlatos tem crescido nos �ltimos anos. Dentre os fatores que contribuem para o cen�rio est�o alimenta��o multiprocessadasedentarismo, baixa ingest�o de �gua e hist�rico familiar.

Antonio Cesar Cillo, m�dico nefrologista pedi�trico do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), explica que o c�lculo renal consiste em forma��es endurecidas (realmente parecidas com pedras) que se formam nos rins ou nas vias urin�rias, gerando o ac�mulo de cristais presentes na urina e causando dor e desconforto. Ele explica que os sintomas entre crian�as e adultos t�m algumas diferen�as. "Nos adultos, a sensa��o de c�lica renal � intensa, acomete a regi�o lombar e migra para a virilha. J� nas crian�as, h� uma dor abdominal difusa, menos intensa, que pode vir acompanhada de palidez e v�mitos", diz.

Aos pais e respons�veis, o especialista recomenda aten��o a alguns ind�cios. "Geralmente, a pedra nos rins � confundida com c�lica intestinal, por�m, se, junto com a dor abdominal, houver hemat�ria, ou seja, a presen�a de sangue na urina, � bem poss�vel que se trate de um c�lculo renal e, a�, n�o se deve esperar para procurar atendimento m�dico".

Inicialmente, � solicitado um exame de urina e, para confirmar o diagn�stico, � preciso realizar um ultrassom ou uma tomografia. "Em casos de crian�as e adolescentes, � sempre necess�rio se fazer uma boa investiga��o, pois, se for confirmado um dist�rbio metab�lico urin�rio, durante toda a vida, haver� o c�lculo renal. Da�, � poss�vel iniciar um tratamento preventivo", orienta Cillo.

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O hist�rico familiar tamb�m est� entre os fatores que explicam o problema. "As crian�as de fam�lias que t�m v�rias pessoas com c�lculo renal t�m mais chances de desenvolv�-lo. A incid�ncia na inf�ncia n�o � desprez�vel, varia de 1% a 4%, sendo que, no adulto, a varia��o � de 10% a 20%. Por isso, � importante estar atento. A investiga��o de um poss�vel dist�rbio metab�lico urin�rio deve ser sempre feita no intuito de prevenir novos frutos de pedra nos rins."

O tratamento � simples e consiste em identificar a causa do dist�rbio metab�lico urin�rio. Os quatro mais comuns s�o: hipercalci�ria idiop�tica, que � o excesso de c�lcio na urina; hiperuricos�ria, que � o aumento do �cido �rico na urina; hipocitrat�ria, que � a diminui��o do citrato na urina (sendo o citrato um grande protetor contra a forma��o de pedra); e a hiperoxal�ria, que � o excesso de oxalato de c�lcio.

"O tratamento � feito com uso de medicamentos para efeitos de corre��o, e os resultados s�o muito bons. C�lculos maiores exigem a retirada, que pode ser feita por meio de um procedimento de litotripsia, ou seja, ondas de choque direcionadas ao local. Elas quebram, implodem a pedra, e os fragmentos s�o eliminados com mais facilidade. H� tamb�m outros tipos de cirurgias com essa finalidade, que podem variar conforme o tamanho do c�lculo", diz.

Para evitar o problema, existem algumas recomenda��es. "A orienta��o � sempre manter a crian�a bem hidratada, evitar alimentos muito salgados e ricos em s�dio, evitar refrigerantes e alimentos multiprocessados. �gua e frutas c�tricas s�o grandes protetores da forma��o de c�lculos renais", aponta o especialista.