Colar as orelhas, como fez a influenciadora Maria Eduarda, � seguro?

A influenciadora digital Maria Eduarda repercutiu na internet ap�s postar um story conversando com seus seguidores enquanto utiliza uma cola instant�nea para deixar as orelhas menos proeminentes. A t�cnica surpreendeu os internautas, mas Maria Eduarda n�o � a �nica adepta. N�o � dif�cil encontrar v�deos replicando esse truque espalhados no TikTok. Mas, afinal, a t�cnica � segura? Segundo o m�dico p�s-graduado em tricologia m�dica e dermatologia cl�nica e cir�rgica, Danilo S. Talarico, n�o. "A utiliza��o recorrente de cola instant�nea � base de cianoacrilato para disfar�ar as orelhas proeminentes pode causar um dano significativo na regi�o. Isso porque, ainda que a cola se solte ap�s alguns dias, a pele do local pode ficar ferida e sens�vel. Logo, o uso repetido pode levar ao surgimento de problemas como atrofia cicatricial da pele, infec��es bacterianas e telangiectasias inflamat�rias", afirma o especialista.

O uso desse tipo de produto para colar as orelhas pode ser motivado pelos estigmas sociais e psicol�gicos que envolvem as orelhas proeminentes. "As orelhas proeminentes, tamb�m conhecidas como orelhas em abano, s�o uma das malforma��es cong�nitas mais comuns e causam repercuss�es sociais e psicol�gicas que podem ser devastadoras, levando o paciente a buscar por corre��es para a altera��o, seja por meio de cirurgia ou com improvisos que podem levar a problemas ainda mais graves, como o uso de cola instant�nea", explica o cirurgi�o pl�stico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica, T�cito Ferreira.

De acordo com Danilo S. Talarico, em casos pontuais e isolados, � at� poss�vel utilizar colas que n�o s�o feitas � base de cianoacrilato e n�o destroem a pele da regi�o, como as colas de c�lios. "Outra op��o � o uso de fio de silicone, que pode manter as orelhas mais pr�ximas � cabe�a sem ficar aparente", informa o m�dico. Por�m, � importante destacar que essas solu��es s�o apenas tempor�rias.

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Mas � poss�vel tornar as orelhas menos proeminentes de maneira definitiva atrav�s da realiza��o da cirurgia conhecida como otoplastia. "Na otoplastia, � realizada uma incis�o na pele atr�s da orelha e s�o confeccionadas dobras que s�o fixadas com fios n�o absorv�veis. Assim, formamos um novo relevo. Em seguida, a orelha � fixada ao osso do cr�nio com um fio espesso tamb�m n�o absorv�vel", explica T�cito Ferreira. "Como a cartilagem tem uma caracter�stica chamada de 'mem�ria', apresentando tend�ncia a voltar � forma original, � importante que, ap�s a cirurgia, sejam adotados cuidados para evitar traumas na regi�o para que nenhum ponto se abra e, assim, a orelha se mantenha fixa na nova posi��o", acrescenta o cirurgi�o pl�stico.

O especialista ainda ressalta a import�ncia da realiza��o dessa cirurgia antes da idade escolar, dos sete anos de idade, pois, caso inicie os estudos com as orelhas proeminentes, a crian�a pode ser v�tima de bullying e sofrer rejei��o com consequ�ncias irrepar�veis. "O que acontece � que muitos casos n�o s�o tratados na idade correta ou recebem tratamento inadequado, o que faz com que os jovens tomem medidas por conta pr�pria, muitas vezes prejudiciais, devido aos estigmas sociais e psicol�gicos relacionados a essa malforma��o", aponta.