
Bloquear a transmiss�o de bact�rias, prevenir as infec��es e reduzir o uso de antibi�ticos est� entre as vantagens que as vacinas trouxeram para a sa�de p�blica.
SESAA automedica��o e a prescri��o incorreta de antibi�ticos est�o entre as maiores preocupa��es das autoridades de sa�de, que temem que esses problemas continuem a selecionar cada vez mais bact�rias resistentes a esses medicamentos, inviabilizando ou encarecendo tratamentos. Nesse contexto, bloquear a transmiss�o de bact�rias, prevenir as infec��es e reduzir o uso de antibi�ticos est� entre as vantagens que as vacinas trouxeram para a sa�de p�blica.
“A bact�ria at� consegue invadir, mas o corpo passa a ter o arsenal para atacar antes que ela cause qualquer estrago. Se voc� n�o for vacinado, ela vai fazer um estrago, pequeno, m�dio ou grande. E como voc� trata? Com antibi�tico. Se voc� come�a a tratar inadequadamente, com doses menores ou toma certo e uma bact�ria consegue escapar desse antibi�tico, estou criando bact�rias resistentes. O uso de antibi�ticos vai treinando e selecionando as bact�rias.”
O resultado disso � que os antibi�ticos mais usados, chamados de primeira linha, passam a ser menos eficazes, e isso exige que novos medicamentos entrem em a��o. “Assim a gente vai depender do desenvolvimento de antibi�ticos cada vez mais caros, de menor acesso e com mais eventos adversos, para tratar uma bact�ria que voc� poderia nem ter pegado, com a vacina��o. Se eu n�o tiver doen�a, eu n�o preciso usar antibi�tico, e n�o vou selecionar cepas resistentes.”
A prescri��o de antibi�ticos para situa��es n�o necess�rias, como em viroses, ou sua administra��o incorreta durante tratamentos s�o motivos de recorrentes alertas de autoridades sanit�rias e sociedades m�dicas. O Minist�rio da Sa�de aponta que alguns dos principais erros relacionados s�o o uso desses medicamentos sem receita m�dica, recorrendo a eles em caso de gripe ou garganta inflamada, por exemplo, usando rem�dios que sobraram de um tratamento anterior, sem passar por avalia��o profissional.
A preocupa��o com o tema cresceu durante a pandemia de covid-19, quando m�dicos recorreram aos antibi�ticos indevidamente de forma frequente para tratar a doen�a. Quadros espec�ficos da doen�a, especialmente quando envolvem interna��es, podem associar a covid-19 � infec��o por bact�rias, exigindo o uso de antibi�ticos, mas especialistas identificaram que houve uso excessivo durante a emerg�ncia sanit�ria.
A Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou a alertar que, em 2019, o n�mero de bact�rias resistentes detectadas por laborat�rios p�blicos era pouco maior que mil. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, esse n�mero dobrou. E, em 2021, mais que triplicou.
A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria chegou a emitir uma nota t�cnica em 2021 para refor�ar que os antibi�ticos n�o s�o indicados no tratamento de rotina da covid-19, j� que a doen�a, � causada por v�rus e esses medicamentos atuam apenas contra bact�rias. Eles s�o recomendados apenas para os casos com suspeita de infec��o bacteriana associada � infec��o viral.
O uso incorreto, por�m, � apenas uma das causas da preocupa��o com bact�rias resistentes. Tamb�m est�o relacionados a esse problema falhas no controle de infec��es em hospitais e cl�nicas, capacita��o insuficiente de alguns profissionais de sa�de e excesso de uso de antibi�ticos em animais destinados � alimenta��o humana.
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