Pesquisa 'Um olhar sobre o c�ncer de mama no Brasil' revela como o tratamento da doen�a impacta diretamente na qualidade de vida das pacientes
Angiola Harry/Unsplash
A pesquisa “Um Olhar Sobre o C�ncer de Mama no Brasil”, fruto da parceria entre Roche, Federa��o Brasileira de Institui��es Filantr�picas de Apoio � Sa�de da Mama (Femama) e Instituto Oncoguia, e realizada pela Editora Abril, entrevistou 1.237 pessoas – 99% mulheres – que j� foram diagnosticadas com c�ncer de mama, revelando como o tratamento da doen�a impacta diretamente na qualidade de vida das pacientes. Entre os pontos levantados pelo question�rio, o tempo empregado entre consultas, exames e medica��es � um dos pontos mais desgastantes na vida das pacientes.
A pesquisa tamb�m conseguiu fazer um comparativo e mostrar quais as diferen�as entre as jornadas das pacientes tratadas exclusivamente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) em contraste com aquelas que utilizam a sa�de suplementar. Para a grande maioria delas – 64% do SUS e 52% do sistema privado – o tempo de deslocamento at� o hospital, ambulat�rio ou local onde faziam exames, consultas e o tratamento medicamentoso, afetou de alguma forma a qualidade de suas vidas.
Isso se reflete tamb�m pelo tempo empregado no deslocamento de suas casas at� esses locais. 46% das pacientes do SUS demoram mais de uma hora para chegar at� esses locais, o que � explicado pelo fato de muitas se tratarem em outro munic�pio que n�o o de sua resid�ncia. O dado da sa�de suplementar cai para 27% no tempo de deslocamento, com apenas 29% fazendo o acompanhamento em outro munic�pio.
Para al�m desses dados, as pacientes tamb�m indicaram outros aspectos de suas vidas que foram diretamente impactados pelo c�ncer de mama, como suas vidas social profissional. Para 40% das pacientes do Sistema �nico de Sa�de (SUS), a empregabilidade e a renda familiar foram os setores mais prejudicados pelo c�ncer, enquanto a sexualidade foi a �rea mais indicada pelas pacientes da sa�de suplementar (36%).
Mesmo apontando tantos aspectos que foram alterados devido � doen�a, quando perguntadas diretamente sobre o tema, mais da metade indicaram ter uma �tima ou boa qualidade de vida. “Isso nos levanta um alerta de que, talvez, apesar de sentir os impactos dos cuidados, essa paciente acredita que n�o tem como deixar sua jornada melhor e esse n�o � o caso. Existem formas e possibilidades de melhorar o cen�rio para todas com pol�ticas p�blicas, avan�os da medicina, e claro, o apoio das associa��es de paciente”, reflete Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. “A pesquisa tamb�m mostrou que uma grande maioria dos m�dicos n�o indica que a sua paciente e rede de apoio procurem o aux�lio das associa��es, que s�o fundamentais para ajud�-las a entender seus direitos” complementa.
Efeitos colaterais
As pacientes tamb�m tiveram a oportunidade de opinar sobre quais aspectos da jornada elas gostariam que melhorasse: 67%* e 72%** apontaram que gostariam que os efeitos colaterais fossem mais brandos, 26%* e 18%** gostariam que o tempo dedicado ao tratamento no centro de refer�ncia/hospital fosse menor e 22%* e 17%** gostariam que a forma de aplica��o do tratamento fosse melhorada.
“A medicina e a ci�ncia evoluem para oferecer novas op��es para diferentes tipos e subtipos de tumor, levando em considera��o suas caracter�sticas e est�gio que o c�ncer foi descoberto, por exemplo. Al�m disso, o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar que olha para todos os aspectos da paciente tamb�m precisa entrar na equa��o para oferecer uma jornada de tratamento mais c�moda e tranquila”, comenta Maira Caleffi, m�dica mastologista, chefe do N�cleo do Hospital Moinhos de Vento e presidente volunt�ria da Femama.
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