Rogério Tobias
Rogério Tobias
Mestre em Marketing; Pós-graduado em marketing; Administrador; Professor; consultor de marketing e negócios. Palestrante; Escritor.
MARKETING E NEGÓCIOS

O marketing que não grita

Algumas empresas adotaram a tática do marketing que não interrompe, não invade, nem explora. Elas só existem. E mesmo assim são lembradas e preferidas

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As empresas sempre buscaram gritar. Elas gritam nos outdoors, nas vitrines, nos jingles, nas mensagens digitais, nos pop-ups, através do telemarketing insistente. São avisos de urgência, de escassez, de forma sempre imperativa. Mas, os consumidores mudaram.

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Sabemos que as pessoas estão ficando saturadas de tantos estímulos, cansadas do barulho. Então, eles estão desenvolvendo filtros cada vez mais sofisticados para fugirem desse modo agressivo de contato.

Hoje, o excesso de gritos publicitários leva o consumidor a se isolar, a evitar contato e até a desprezar certas marcas. Ele já consegue distinguir com clareza um apelo desesperado por vendas de uma oferta genuína que resolve um problema ou realiza um desejo.

O que eu percebo é que quanto maior a necessidade de vender, maior é o alarde na mente do cliente. Quando falo deste tema, sempre me lembro do marketeer e professor Seth Godin da Stanford Graduate School of Business, quando diz: “Quando não há valor genuíno resta apenas o grito”. E lembro também do Pai do marketing moderno, Philip Kotler, que afirma que quando a necessidade de lucrar supera a de satisfazer, o marketing perde o equilíbrio e começa a gritar.

É muito interessante saber que o marketing de sucesso oxigena a relação com os clientes, ele insinua, não deixa a empresa invadir o íntimo dos seus clientes, ele cria um ambiente que mais é um convite, em que o cliente mesmo, faz a aproximação.

Em tempos anteriores, o silêncio das empresas era visto como ausência, e talvez até fosse mesmo, pois foi um período de busca de credibilidade nos conceitos de marketing, agora é visto como presença qualificada. Sob meu ponto de vista, este termo passou a ser determinante para o sucesso das organizações. Afinal, quem não quer paz, sossego, como se diz aqui em Minas Gerais? Mas, também, quem não quer uma solução rápida e segura, ao se defrontar com um problema?

Reforço com meus alunos de pós-graduação, que a atenção virou moeda valiosa, um ativo estratégico, e o silêncio pode ser a melhor tática para muitos tipos de públicos.

O cenário das empresas simplesmente mudou. Muitas ainda não enxergaram isso. Chegou o momento de menos estímulos e mais significados. Menos grito e mais pausa.

Temos exemplos positivos como o caso da empresa Aesop, uma empresa estrangeira de cosméticos de luxo, que transforma o ato de comprar numa experiencia sensorial e estética. Ela oferece um design minimalista, fragrâncias marcantes e um tipo de abordagem que une sofisticação e autenticidade.
Estive na Aesop em Nova York (EUA), na Madison Avenue, um espaço que mais parece uma galeria. Loja silenciosa, literalmente, em que os produtos falam por si. E isso a faz vender, vender muito.

É importante as organizações se atualizarem e assumirem a chamada escassez emocional. O consumidor está anestesiado por campanhas repetitivas, excesso de estímulos, e promessas “meio verdadeiras”. Isto o faz ficar cético e exausto emocionalmente. O antídoto para isto é o silêncio.

O marketing da escassez emocional, em que menos estímulo significa mais conexão e o silêncio abre espaço para relações mais profundas e verdadeiras manifesta-se com menos campanhas, design limpo e silencioso, narrativas pausadas, sem o velho argumento da urgência e fim de estoque.

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É fundamental dar foco no tato, no aroma, na ambientação e, em disponibilidade real e soluções plenas através dos meios digitais. Isso tudo exige coragem. Enfrentar o mundo do barulho exagerado não é uma batalha fácil, mas, o risco pode levar a um novo posicionamento no mercado.

Chegou o momento crucial de mudar a imagem efêmera das organizações, para uma imagem memorável e de fidelidade.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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