
A narrativa perform�tica � parte do jogo. Querem provar que s�o intoc�veis. Quando esse tipo de conte�do salta, das m�dias digitais do homem comum para as redes de um parlamentar, ganha aspecto institucional. Por isso, mandat�rios devem zelar pelas mensagens, j� que na fala, est� a mais genu�na a��o pol�tica.
Da bancada de 15 deputadas estaduais – que n�o alcan�a 20% do plen�rio – quatro parlamentares, quase 30% – est�o, na Assembleia Legislativa, sob amea�a de vida. Todas vinculadas � Comiss�o de Direitos Humanos precisam de escolta policial. Andr�a de Jesus (PT), presidente; Bella Gon�alves (Psol), vice-presidente; Lohanna (PV), suplente; Beatriz Cerqueira (PT), suplente. Andr�a de Jesus h� mais de um ano; Bella, Lohanna e Beatriz, h� 70 dias.
Quando o ataque a qualquer deputada, j� sob prote��o do estado, � desferido por um parlamentar, o que se chancela neste momento � a naturaliza��o da viol�ncia.
Ser� que Minas Gerais, que lidera o ranking do feminic�dio no Brasil, precisa de mais esse incentivo? E a�, nesse momento, h� um del�rio narrativo, pois os assuntos desconectados s�o destilados para justificar a viol�ncia, como se realmente l� e cr� fizessem sentido.
Algu�m me explique, por favor, qual o sentido de um agressor assim se justificar: “Essas mulheres s�o as mesmas que pro�bem a dona de casa de ter uma arma de fogo pra se defender quando � amea�ada pelo marido”? A rea��o un�nime de l�deres da Assembleia – da direita � esquerda, em rep�dio - � um claro sinal de que o Legislativo mineiro n�o aceita se vincular a esse comportamento. As institui��es democr�ticas n�o podem ser c�mplices da barb�rie.
Leia tamb�m na coluna da Bertha de hoje:
- Comitiva mineira
- Mais poder
- O outro lado
