
Voc� j� ouviu falar que o ambiente de trabalho � o “�ltimo arm�rio” para muitas pessoas LGBTQIAP+? Por mais que outras institui��es sociais, como a fam�lia a escola, sejam tamb�m espa�os de repress�o �s viv�ncias dessa comunidade, � no ambiente de trabalho que grande parte das pessoas LGBTQIAP encontram a maior dificuldade para viver de maneira aut�ntica. Muitas vezes, essas pessoas j� n�o est�o mais “no arm�rio” para a fam�lia e amigos, por�m “voltam ao arm�rio” durante as horas em que est�o nas empresas em que trabalham.
Essa situa��o n�o se d� � toa. Uma pesquisa realizada pela Santo Caos com representantes de recursos humanos de empresas de 14 estados brasileiros revelou que 38% das institui��es t�m restri��es para contratar pessoas LGBTQIAP , por mais aptas que elas estejam para realizar o trabalho. Essa mesma pesquisa mostra que 54% dos entrevistados acreditam que exista discrimina��o contra pessoas LGBTQIAP nas suas empresas, mesmo que ela seja velada, n�o expressada abertamente.
Barreiras � progress�o na carreira
Pesquisa realizada pelo Vagas.com tamb�m mostra que h� menos oportunidades para que essas pessoas cheguem a cargos de lideran�a. Enquanto 10% dos cargos de base s�o ocupados por pessoas que se autodeclaram LGBTQIAP , essa comunidade ocupa apenas 6% dos cargos de lideran�a. Quando olhamos para o topo da carreira executiva, o dado � mais alarmante: elas ocupam somente 0,5% dos cargos de CEO das 500 maiores empresas do mundo. Esse n�mero mostra que h� barreiras para a progress�o, o que tamb�m faz com que pessoas entrem no “arm�rio corporativo” para que n�o percam oportunidades de promo��es devido ao preconceito das pessoas tomadoras de decis�es das empresas.
Devido ao preconceito vivenciado no local de trabalho e � falta de representatividade, entre outros fatores, muitas pessoas ainda sentem que n�o podem ser elas mesmas nas empresas em que atuam. Pesquisa da consultoria Accenture mostra alguns dados dessa realidade, considerando empresas de 20 pa�ses, inclusive o Brasil:
- Apenas 31% das colaboradoras e colaboradores LGBTQIAP falam abertamente de sua orienta��o afetivo-sexual ou identidade de g�nero no ambiente de trabalho.
- Apenas 13% das colaboradoras e colaboradores LGBTQIAP est�o confort�veis para falar sobre as suas identidades com seus gestores ou gestoras.
- 81% de profissionais LGBTQIAP acreditam que ainda falta muito para as empresas acolherem melhor esse grupo de pessoas.
O “arm�rio corporativo”
O LinkedIn tamb�m conduziu uma pesquisa sobre o tema. No levantamento Proud at Work, foram entrevistados 1088 trabalhadores brasileiros, de todas as regi�es do Brasil. Quando os colaboradores LGBTQIAP que “est�o no arm�rio” no ambiente corporativo foram perguntados sobre o porqu� de manter esse segredo, os respondentes apresentaram principalmente quatro justificativas: “n�o vejo necessidade”, “n�o gosto de falar sobre minha vida pessoal no trabalho”, “ningu�m sabe da minha orienta��o sexual dentro ou fora do trabalho” e “medo de sofrer repres�lias”.
Al�m dessas justificativas, as outras respostas mostram a dificuldade dessas pessoas assumirem quem s�o e se sentirem integradas em conversas normais do dia a dia. Pessoas heterossexuais assumem, naturalmente, a sua orienta��o afetivo-sexual ao dizer frases como “ontem eu, minha esposa e minha filha fomos ao anivers�rio da minha sogra” ou “eu e minha namorada vamos passar f�rias na praia”.
Essas frases, se ditas por um homem heterossexual, deixam expl�cita a sua orienta��o afetivo-sexual e ningu�m pensa que isso � uma exposi��o desnecess�ria. Por que, ent�o, seria uma exposi��o desnecess�ria se elas fossem ditas por uma pessoa LGBTQIAP ? H� toda uma LGBTQIAP fobia estrutural que fez, ao longo do tempo, muitas pessoas n�o ouvirem e/ou n�o falarem sobre o tema com naturalidade.
M�s do orgulho e o letramento nas organiza��es
Estamos iniciando um bimestre muito importante para a equidade e respeito � popula��o LGBTQIAP . No m�s de maio temos, no dia 17, o Dia Internacional de Combate � LGBT fobia. Junho � conhecido como o M�s do Orgulho. No dia 28/06 temos o Dia do Orgulho LGBTQIAP .
S�o dois meses em que a pauta fica em mais evid�ncia e nos quais as empresas costumam fazer mais a��es para contribuir para que tenhamos mais respeito e valoriza��o da diversidade sexual e de g�nero. A gente quer que esse trabalho seja realizado o ano inteiro, mas � muito relevante ter essas datas para marcar esses espa�os de discuss�o e colabora��o.
Que a��es a empresa em que voc� trabalha pode fazer para que o clima organizacional seja de mais inclus�o e ajudar a abrir o “arm�rio corporativo” para que todas as pessoas possam participar de maneira aut�ntica das intera��es no ambiente organizacional?
