
O gerente administrativo de uma grande empresa � um profissional bem-sucedido e resolvido, como ele mesmo afirma. Mas antes de chegar ao equil�brio emocional de quem aceita a pr�pria homossexualidade foram muitas noites sem dormir, e muitas correntes de ora��o, na tentativa de conseguir o perd�o divino para o que ele acreditava ser pecado, ou at� uma doen�a. "Pastores falavam que isso era coisa do dem�nio... e eu sofri muito com isso".
F�bio Wilson Silveira Rodrigues conta que, aos tr�s anos de idade, j� sabia que era gay. Mas somente aceitou a pr�pria sexualidade e “saiu do arm�rio” ap�s os trinta.
F�bio, que hoje tem 42 anos, nasceu em uma fam�lia evang�lica, foi l�der de louvor, e sofreu por v�rios anos o dilema entre ser e n�o ser.
Ele conta que, na igreja, a homossexualidade era tratada como um desvio, uma transgress�o das leis de Deus. F�bio chegou a procurar um psic�logo, at� ouvir de algu�m a frase : "psic�logo n�o cura homossexualidade".
Ao revelar para a m�e sua sexualidade, a dor tamb�m foi muito forte, conta F�bio. “Eela chorou muito”.
Um dos momentos mais dif�ceis, afirma, foi quando o pastor o convidou a deixar a igreja onde se criou e se dedicava a v�rias atividades como, o louvor e as aulas gratuitas de canto. O motivo: ter se descoberto um homem gay.
“A gente pensa que a fam�lia � um local de acolhimento e a gente sofre na fam�lia, na igreja e na sociedade".
Dados das organiza��es n�o governamentais que tratam das quest�es LGBTQIA+ apontam que as desigualdades entre gays e pessoas heteros ainda s�o muito grandes no mercado de trabalho, e que a homofobia � respons�vel n�o apenas por este problema, mas tamb�m pelo n�mero de mortes e de casos de viol�ncia envolvendo a popula��o LGBTQIA+. Isso sem falar no bullying, cyberbullyng e amea�as, dentro e fora de casa.
Nesta s�rie que discute as dificuldades da comunidade LGBTQIA+, voc� vai se emocionar com os relatos desse homem sens�vel e ao mesmo tempo forte. F�bio Rodrigues diz que a entrevista � coluna O Fato em Foco, � mais uma “sa�da do arm�rio”, o revelar-se para um universo de milhares de pessoas.
“Se eu quiser ser gay e acreditar em Deus, tenho que crer que ele � diferente”, F�bio Rodrigues.
F�bio hoje tem um canal no YouTube em que tenta ajudar outros homens gays a superar os problemas desta caminhada, com serenidade e bom humor.