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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

STF, Lava-Jato, Moro, Lula e a li��o que fica

Que, no futuro, ningu�m ouse desafiar as elites pol�tica e empresarial corruptas do Brasil, sob pena de se tornar criminoso


23/04/2021 07:06

(foto: Carlos Reis/Flickr)


Nunca antes na hist�ria deste Pa�s, como diria aquele not�rio meliante de S�o Bernardo, o l�der da maior quadrilha de assalto a cofres p�blicos da hist�ria mundial e agora transformado em v�tima de ju�zes malvados, um grupo de agentes p�blicos, com o apoio irrestrito da ampla maioria da sociedade, ousou enfrentar, de forma t�o dura e audaciosa, as elites corruptas da pol�tica e do mundo empresarial.

A Opera��o Lava-Jato, reconhecida internacionalmente como marco brasileiro no combate � corrup��o, cujo resultado - al�m do desmonte da maior organiza��o criminosa do Pa�s, tr�s centenas de condena��es penais e a recupera��o bilion�ria de ativos e dinheiro roubado - foi uma extraordin�ria lufada de esperan�a de termos um Brasil com menos corrup��o e impunidade, chegou ao cap�tulo final.

O pleno do STF (Supremo Tribunal Federal) j� formou maioria (por ora, 7x2) e decidiu a suspei��o do ex-juiz Sergio Moro, nos dois processos em que o magistrado condenou o ex-presidente Lula ï¿½ pris�o, por crimes como corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, contrariando tr�s desembargadores de segunda inst�ncia e ao menos cinco ministros do STJ (Superior Tribunal de Justi�a).

Mas, ainda antes disso, por vontade do atual presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, que nomeou para a PGR (Procuradoria Geral da Rep�blica) Augusto Aras, e, para o Supremo, o ministro K�ssio Nunes Marques, ambos ferrenhos combatentes da Lava Jato, a Opera��o j� havia sido extinta e seus principais procuradores, assim como Moro, perseguidos em uma ca�ada virulenta e revanchista.

Contudo, o mais incr�vel em toda essa farsa jur�dica, � que o pr�prio pleno do Tribunal j� julgou anuladas as decis�es do ex-juiz federal. Diante disso, cabe perguntar: como algu�m pode ser considerado suspeito em processos que nem sequer existem? Se a suspei��o � a “parcialidade” do magistrado nas condena��es, e se essas condena��es foram anuladas, que raio de suspei��o ainda resta a declarar? 

O resultado final � que Lula jamais ser� condenado outra vez. Dezenas de r�us confessos, como Marcelo Odebrecht, poder�o recorrer de suas penas e multas sob os mesmos argumentos falaciosos de suspei��o (de Sergio Moro) ou de incompet�ncia da 13ª Vara Federal de Curitiba. E os agentes que participaram da Opera��o Lava-Jato, como Deltan Dallagnol, poder�o ser julgados e punidos.

O recado que o STF, capitaneado por Gilmar Mendes, luxuosamente auxiliado por Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, todos estes, a� sim, muito mais do que suspeitos, passa � sociedade e aos agentes p�blicos, � simples e direto: n�o mexam conosco! N�o mexam com nossos padrinhos pol�ticos! N�o mexam com o Brasil! Queremos o Pa�s assim! Gostamos Dele assim! Ganhamos com Ele assim! Precisa desenhar?

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