
Os bem-intencionados reclamam que “perderemos nosso maior patrim�nio”. Os mal-intencionados dizem que “est�o dando nosso maior patrim�nio”. Amigos, nem uma coisa nem outra. Se o neg�cio se concretizar dessa forma, o CAM estar� "vendendo" cerca de metade destes ativos para, principalmente, quitar suas d�vidas.
O t�tulo desta coluna ilustra bem a situa��o atual do Galo. Ser o propriet�rio da arena mais moderna da Am�rica Latina, avaliada em mais de 1 bilh�o de reais, certamente enche de orgulho qualquer atleticano que se preze. Por�m, sem dinheiro para oper�-la adequadamente, e mais, para mant�-la brilhando nos pr�ximos anos, o orgulho se esvai.
O mesmo racioc�nio vale para a Cidade do Galo, reconhecida internacionalmente como um dos melhores centros de treinamento do mundo. Pessoal, voc�s t�m ideia do custo anual de manuten��o daquela belezura toda? Bem, vendendo parte do CT, o Clube n�o apenas ter� dinheiro para pagar suas d�vidas, como dividir� as despesas com seu s�cio.
Sim, porque se tudo sair como anunciado, o Atl�tico ser� s�cio da SAF com expressiva participa��o acion�ria. Sem contar a presen�a dos chamados 4Rs (Rubens e Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimar�es). Ou seja, contar� com a entrada fundamental de dinheiro, ao mesmo tempo em que repartir� os custos e, claro, os lucros.
O brasileiro que tem a sorte de poder consumir bens e produtos de alto valor agregado, costumeiramente o faz atrav�s de parcelamento (presta��es). Nos pa�ses desenvolvidos, os juros costumam ser baixos e a renda elevada, trazendo certo equil�brio ao mercado. No Brasil, infelizmente, a realidade � outra, e bastante desequilibrada por sinal.
Assim, n�o � incomum um vizinho usar um smartphone de �ltima gera��o, mas n�o pagar o condom�nio. Ou o coleguinha do filho chegar � escola em carro zero, mas a mensalidade estar atrasada. O Atl�tico, meus caros, vive exatamente essa situa��o. Mora em Lourdes, tem s�tio em Vespasiano, campinho de pelada no Calif�rnia, mas deve os tubos.
Fosse eu o “dono” do Galo e “passava tudo nos cobres”. Venderia Arena, CT, shopping, sede e o que mais tivesse. Pagaria minhas d�vidas, deixaria de enriquecer bancos e financeiras, arrumaria minha casa e iria, a� sim, curtir a vida, � beira das piscinas do Labareda e da Vila Ol�mpica, assistindo ao Gal�o da Massa ser campe�o na Arena MRV.