
� necess�rio falar das crian�as. Por mais estranho que possa parecer quando a demanda pela vacina � superior � capacidade de se ofertar, falar das crian�as n�o parece ser uma tarefa emergencial. Mas �.
A primeira a anunciar os testes foi a Pfizer, com a faixa de idade entre 12 a 15.
Os cientistas sabem que n�o h� como ter um controle coletivo da doen�a sem considerar que, em determinado momento, as crian�as entram no grupo daqueles que t�m que ser vacinados. As ind�strias farmac�uticas, respons�veis pelo desenvolvimento das vacinas, est�o avan�ando nas pesquisas relacionadas a essa faixa de idade. Parece ir�nico falar sobre isso no Brasil, pa�s que n�o articulou uma estrat�gia eficiente da vacina��o e n�o h� previs�o de acesso pleno �s vacinas por adultos e idosos, falar das crian�as parece algo muito distante. Mas, � necess�rio que elas se tornem a pr�xima fronteira da vacina��o.
A ci�ncia n�o sabe claramente quais os fatores que impedem que as crian�as n�o desenvolvam os sintomas severos da COVID-19, sendo na maioria assintom�ticas.
Entretanto, s�o potenciais transmissoras da doen�a e quanto mais o v�rus circula maiores as chances de desenvolver variantes mais resistentes e letais.
O n�mero de casos de crian�as contaminadas, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, correspondente ao primeiro trimestre de 2020 comparado com o primeiro trimestre de 2021 (quando atingimos ou m�ximo do agravamento da pandemia no pa�s) indica que o n�mero de infectados nessa faixa de idade foi reduzido, felizmente, e com isso a mortalidade nos primeiros anos de vida.
Alguns poderiam questionar ent�o o porqu� da necessidade de vacin�-las. Estudos cient�ficos, ainda na fase inicial, revelam que h� possibilidades de as crian�as que contra�ram a COVID-19 desenvolverem sintomas persistentes de longo prazo (fadiga, dores musculares e articulares, cefaleia, ins�nia, problemas respirat�rios e palpita��es), como ocorre com os adultos.
Mas, o cen�rio mais grave e que imp�e a necessidade de vacinar todas as crian�as no futuro pr�ximo � que o v�rus pode continuar se disseminando, com variantes cada vez mais potentes e que tornem as crian�as alvo mais f�ceis dessas novas muta��es. O Brasil, tradicionalmente, tem, provavelmente, o mais amplo programa de vacina��o destinada as crian�as do mundo.
Somos uma refer�ncia global positiva neste aspecto. O negacionismo dos efeitos ben�ficos das vacinas, que est� aumentando, infelizmente, entre determinadas parcelas da popula��o brasileira, acende a luz da preocupa��o em todas as esferas associadas �s demais doen�as. Mas, essa � uma outra discuss�o. Voltemos ao objetivo inicial deste “di�logo”.
Os cientistas acreditam que uma imunidade coletiva eficiente abranja entre 70% a 85% da popula��o, que precisaria ser vacinada ou imune ao v�rus para chegar ao ponto de satisfat�rio do controle da doen�a. Esse pode ser o ponto m�gico da imunidade coletiva.
Como no Brasil, o total de crian�as de 0 a 12 anos, segundo dados do IBGE de 2018, soma 35,5 milh�es, que corresponde a 17% da popula��o brasileira, � necess�rio que seja projetado uma forma eficiente de vacina��o futura destinada a essa faixa et�ria para que possamos ter real sucesso no controle da pandemia.
N�o � voltar ao normal, talvez isso nunca mais seja alcan�ado nos padr�es anteriores, e nesse momento deve ser evitado (� a tentativa de voltar � normalidade que explica o cen�rio atual da pandemia no pa�s). O controle da doen�a a longo prazo � condi��o fundamental. Ent�o, � necess�rio pensar nas crian�as!