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Estado de Minas VITALidade

A import�ncia do cuidado ao Idoso

Cuidadores de pacientes com condi��o f�sica ou ps�quica fragilizada necessitam de maior apoio, j� que sua tarefa � bem mais �rdua


15/11/2021 06:00 - atualizado 13/11/2021 23:14

Cuidadora acompanha idosa ao caminhar
Cuidadora acompanha idosa ao caminhar (foto: Flickr)


(Por Jos� Milton Junior e Juraciara Vieira Cardoso)

Sabemos que no Brasil mais de 15 milh�es de pessoas precisam de cuidados cont�nuos ou de longa dura��o, que s�o feitos por parentes (geralmente filhas) ou por profissionais com treinamento na aten��o ao idoso.  

O ato de cuidar demanda compaix�o, empatia e pode se estender a um fen�meno existencial, onde a rela��o interpessoal entre o cuidador e a pessoa que � cuidada representa um movimento para aliviar, confortar e ajudar as pessoas que necessitam de cuidados.

- Leia tamb�m:  Como devemos encarar o desafio de envelhecer?
As dificuldades de envelhecer no Brasil, agora ainda mais com a pandemia 
Exige-se do cuidador responsabilidade, solidariedade e capacidade de oferecer apoio e ter muita paci�ncia com as dificuldades inerentes a esta atividade.  

Os idosos muitas vezes apresentam doen�as cr�nicas e degenerativas, extremamente debilitantes e que trazem muita fragilidade ao portador, exigindo do cuidador muita habilidade e for�a, tanto ps�quica quanto emocional, para que esta atividade t�o importante seja exercida com esmero.  

O envelhecimento � acompanhado de v�rias perdas e limita��es. Por�m, quando bem gerenciadas, permitem � pessoa idosa uma vida repleta de dignidade, autonomia, respeito e, principalmente, a manuten��o da autoestima, fundamental para a qualidade de vida do idoso.  

Ao cuidador cabe a tarefa de auxiliar aquele que, por v�rios motivos incapacitantes, necessita de cuidados e ajuda para se manter. O cuidador torna-se necess�rio quando as necessidades de cuidados s�o superiores � capacidade das pessoas de se autocuidarem.  

Em 2007 o Minist�rio da Sa�de definiu o cuidador como “uma  pessoa que cuida de pessoas idosas com depend�ncias, desenvolvendo a��es que promovam a melhoria da sua qualidade de vida em rela��o a si, � fam�lia e � sociedade....”. 

At� pouco tempo atr�s a figura do cuidador do idoso resumia-se a familiares que assumiam o cuidado do geronte, sendo uma filha a presen�a mais frequente, inclusive nos dias atuais. Mas esta figura t�o importante no cuidado do idoso vem decrescendo nos �ltimos tempos, devido �s modifica��es nas estruturas sociais e familiares, com aumento exponencial dos cuidadores profissionais.  

� comum que, quando um familiar assume o cuidado do idoso, possam ocorrer v�rios conflitos internos na fam�lia, principalmente devido �s diferentes opini�es de outros membros, al�m do pr�prio conflito do cuidador, j� que o mesmo passa a questionar as dificuldades do cuidado, a interrup��o de sua vida familiar, muitas vezes negligenciando-os, e a conviv�ncia di�ria com doen�as e limita��es. Trata-se de tarefa �rdua e muito desgastante.  

V�rios s�os os trabalhos que evidenciam o grau elevado de estresse e depress�o a que estas pessoas est�o expostas. Estes atores do cuidado apresentam altera��es tanto f�sicas (dores no corpo, principalmente na coluna, altera��es dos movimentos intestinais, eleva��o de n�veis press�ricos e glic�micos), quanto emocionais (ansiedade, depress�o, baixa de autoestima,  sentimentos de culpa, ressentimento, irritabilidade e S�ndrome do Esgotamento - Burnout) e os profissionais de sa�de que cuidam do idoso devem sempre ficar atentos �s manifesta��es ps�quicas dos cuidadores. N�o podemos deixar de citar que muitas vezes o cuidador principal tamb�m � um idoso (c�njuge, por exemplo) e que  este cuidador muitas vezes est� � precisando de cuidados .  

Cuidadores de pacientes com condi��o f�sica ou ps�quica fragilizada necessitam de maior apoio, j� que sua tarefa � bem mais �rdua. Pacientes que necessitam de cuidados para atividades b�sicas da vida di�ria, como locomover-se, banhar-se, higienizar-se ou alimentar-se geralmente trazem uma carga de trabalho muito grande ao cuidador.  

Caso o cuidador evidencie queixas espont�neas ou manifesta��es de cansa�o, deve-se providenciar condi��es de que ele tenha descanso e consiga manter sua atividade de cuidar sem adoecer.

Existem v�rias escalas que podem mensurar o grau de esgotamento apresentado pelo cuidador. Quando identificado, este cuidador deve ser ouvido, acolhido, aliviado em suas ang�stias e cansa�o com objetivo de uma melhor qualidade de cuidados ao idoso e redu��o da sobrecarga e preju�zo na higidez do cuidador.  

V�rias s�o as interven��es que podem minimizar o desgaste do cuidador, como orienta��es psicoeducacionais, grupos de apoio e aconselhamento, envolvendo v�rios membros da fam�lia no cuidado, de modo que se beneficiar�o o cuidador e o receptor do cuidado, j� que a intera��o familiar ser� muito refor�ada.  

Portanto, muita aten��o deve ser dada ao idoso fr�gil, por�m com olhar claro de que, ao lado desse geronte que necessita de tanto apoio, existe um cuidador que tamb�m se cansa, sofre, se afei�oa, chora e se desespera. Cabe a cada um de n�s reconhecer quando o cuidador est� necessitando de cuidados e estabelecer condi��es de que ele tenha a condi��o de exercer suas tarefas de forma mais efetiva e menos penosa poss�vel. 

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