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Estado de Minas CORONAV�RUS

COVID-19: medicamento reduz em 37% o risco de morte

Especialistas mineiros avaliam a��o do f�rmaco em casos graves da infec��o. Resultados s�o promissores, mas necessitam de cautela


17/06/2021 14:37 - atualizado 17/06/2021 15:02

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Estudo recente do Hospital Israelita Albert Einstien, em parceria com a farmac�utica Pfizer, aponta para uma esperan�a no tratamento da infec��o por COVID-19. � que, conforme a pesquisa, publicada nessa quarta-feira (16/6) na revista cient�fica “The New England Journal of Medicine”, um medicamento, o tofacitinibe, conseguiu reduzir em 37% a chance de pacientes contaminados pelo v�rus evolu�rem para �bito ou para quadros graves de insufici�ncia respirat�ria

Segundo o infectologista Guenael Freire, tamb�m professor da Faculdade da Sa�de e Ecologia Humana (Faseh), esse estudo apresenta resultados promissores, mas, tamb�m, pregam cautela, j� que foram apenas os primeiros resultados sobre a avalia��o do uso do medicamento tofacitinibe na redu��o da progress�o da COVID-19 para quadros graves, com risco de morte e/ou insufici�ncia respirat�ria. 

“Esse estudo foi realizado com 289 pacientes internados com infec��o causada pelo novo coronav�rus. E a pesquisa foi desenhada como ensaio cl�nico randomizado duplo cego. O que � isso? Foram dois grupos, um tomou o f�rmaco e o outro placebo, uma subst�ncia sem efeito. Nesse caso, nem o m�dico e nem o paciente sabiam o que estavam administrando, de forma a n�o induzir o m�dico ao resultado de melhora ou piora e nem o paciente. � o que chamamos de ensaio cl�nico duplo cego, padr�o ouro.” 

Com essa coleta, os pacientes analisados que receberam o medicamento apresentaram chance 37% menor de evoluir para a fal�ncia respirat�ria ou morte. Mas como esse medicamento age no organismo de forma a trazer resultados t�o promissores? 

“Um dos mecanismos que causam a morte por COVID-19, na forma grave, � a resposta inflamat�ria exagerada causada pelo v�rus, favorecendo a piora respirat�ria desses pacientes. Ent�o, tem que se lembrar que j� foi bem demonstrado que o corticoide para os pacientes internados que usam oxig�nio reduz a mortalidade, porque reduz a inflama��o exacerbada. Ele coloca ‘um pouco de �gua na fervura’, evitando que o paciente evolua mal pela inflama��o. Esse medicamento atua justamente reduzindo a inflama��o”, explica Guenael Freire. 

O tofacitinibe, segundo o infectologista, � usado para tratar artrite reumatoide em situa��es em que o paciente n�o responde bem aos tratamentos de primeira linha.

“Ele tem atua��o anti-inflamat�ria diferenciada, pois evita que um sistema enzim�tico seja ativado dentro da c�lula. Esses medicamentos com a��o anti-inflamat�ria devem ser usados a partir do quinto ou sexto dia, em m�dia, at� o d�cimo ou d�cimo segundo dia, tendo um benef�cio melhor, porque a partir do sexto dia, aproximadamente, n�o se tem tanto problema mais com o v�rus, mas sim com a resposta inflamat�ria exagerada que ele causou.” 

Depois da fase inicial, que se tem carga viral alta, o que sobra � a resposta inflamat�ria. "� por isso que v�rios medicamentos anti-inflamat�rios t�m sido analisados”, comenta.  

Nesse cen�rio, Adelino de Melo Freire, infectologista e diretor cient�fico do Hospital Fel�cio Rocho, refor�a que o estudo � bem desenhado, mas pondera que a a��o do medicamento n�o � no combate ao v�rus, mas sim �s sequelas que ele deixa no organismo contaminado.

“� um estudo feito para avaliar se o rem�dio tem efic�cia ou n�o. E ele traz resultados que parecem adequados, sugerem que o tratamento traz benef�cio. E at� com um impacto razo�vel. Provavelmente, grande parte das pessoas que receberem esse medicamento v�o se beneficiar dele. � um estudo muito interessante e positivo.” 

“Por�m, vale lembrar que sua a��o anti-inflamat�ria n�o age sobre o v�rus, mas sobre a inflama��o. Ent�o, a expectativa n�o � impedir a infec��o viral, mas diminuir a inflama��o que ela causa, que � o que, no fim das contas, causa os agravamentos e �bitos”, afirma. 

CAUTELA 


Guenael  Freire destaca que os resultados s�o promissores e como uma ponta de esperan�a em meio ao caos da pandemia de COVID-19. Por�m, segundo ele � necess�rio cautela, haja vista que este � apenas o primeiro estudo realizado sobre o uso do tofacitinibe em quadros de infec��o pelo coronav�rus.

“Esse medicamento se demonstrou seguro e com poucos efeitos colaterais. � uma descoberta importante, mas que deve ser confirmada por outros estudos, de prefer�ncia com mais pacientes para ver se os resultados se reproduzem em outros cen�rios.” 
 

� importante entender que ele n�o vai mudar a hist�ria da pandemia e muito menos resolver o problema de cont�gio e da carga viral. Ele resolve a quest�o do indiv�duo, o que � pouco do ponto de vista de uma pandemia.

Adelino de Melo Freire, infectologista e diretor cient�fico do Hospital Fel�cio Rocho

 

“Isso precisa ser feito antes de adicionar o medicamento ao arsenal terap�utico. Mas � uma esperan�a a mais. Temos que receber os resultados com felicidade e otimismo, mas tamb�m temos que saber que nenhum medicamento foi revolucion�rio para reduzir �bitos com forma grave de COVID-19. O que temos de revolucion�rio at� o momento s�o as vacinas. Esses medicamentos s�o interessantes, ficamos confiantes, mas precisamos de mais estudos antes de celebrar. N�o podemos perder as esperan�as, mas temos que ter cautela”, afirma. 

Ainda sem aprova��o para uso contra COVID-19 por ag�ncias regulat�rias, Guenael  Freire comenta que, em um cen�rio futuro, caso a efic�cia seja comprovada, ser� preciso avaliar como ser� este uso, uma vez que o f�rmaco pertence a uma classe de medicamentos cara e de dif�cil acesso.

“Considerando o n�mero de pacientes que temos atualmente, dificilmente vamos ter benef�cios a curto prazo. � o primeiro, j� tem outros estudos em andamento com essa subst�ncia e depois avaliamos agregar esse medicamento ao nosso arsenal e, por fim, no SUS. Mas, ainda tem uma longa caminhada at� bater o martelo e dizer que a droga � �til.” 

PREVEN��O � ORDEM! 


Para Adelino de Melo Freire, a descoberta de op��es que modulam a resposta inflamat�ria da COVID-19 � muito importante, porque ajudam a dar suporte e tratamento para aqueles que j� est�o adoecidos e com doen�a grave instalada. Mas destaca que a preven��o ainda � a principal aliada da sa�de e da vida.

“Isso � importante e ajuda muito no tratamento da s�ndrome que a COVID-19 traz, mas � um tratamento, do ponto de vista de prote��o e combate a pandemia, mais tardio. � um tratamento da consequ�ncia da doen�a. Claro que vai ser importante no arsenal, mas o ideal seria evitar que as pessoas se contaminassem.” 

“� importante entender que ele n�o vai mudar a hist�ria da pandemia e muito menos resolver o problema de cont�gio e da carga viral. Ele resolve a quest�o do indiv�duo, o que � pouco do ponto de vista de uma pandemia. Ainda temos o fato de que ele n�o ser� acess�vel para todos. Temos, ent�o, que focar na preven��o prim�ria: a vacina. Faz mais sentido do ponto de vista de custo/benef�cio. Ou seja, evitar que a pessoa adoe�a para que ela n�o precise desse tratamento.” 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 
 

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