
A Moderna � respons�vel por uma vacina de mRNA que tem efic�cia de 53% contra hospitaliza��es, de acordo com um estudo com dados do mundo real, divulgado no m�s passado. Segundo o CEO da companhia, nas pr�ximas duas semanas ser� poss�vel saber o grau de efici�ncia frente � �micron. Por�m Stephane Bancel disse ao FT que levar� meses para os laborat�rios desenvolverem um novo imunizante que proteja significativamente contra a cepa. De acordo com ele, os cientistas n�o est�o otimistas. "Todos os cientistas com quem conversei... sentem que 'isto n�o vai ser bom'", afirmou.
Adapta��o
Tanto a Moderna quanto a Pfizer j� trabalham para adaptar as vacinas � variante, mas o problema � que 32 das 50 muta��es identificadas na �micron est�o justamente no local onde essas subst�ncias atuam, a prote�na spike. "O n�mero de muta��es no v�rus �micron, em compara��o com a vers�o usada para desenvolver as vacinas, sugere que elas provavelmente n�o funcionar�o t�o bem. Ainda n�o sabemos qu�o significativo ser� o efeito no mundo real", destaca o infectologista Peter English, ex-editor da revista Vacinas na Pr�tica. Ele explica que, at� agora, os imunizantes resistiram contra as novas cepas, com apenas uma ligeira queda na efic�cia, especialmente no caso da dose �nica. "� algo um tanto tranquilizador, mas n�o podemos nos fiar nisso."
O infectologista destaca a necessidade de monitorar casos (infec��es assintom�ticas, casos sintom�ticos; hospitaliza��es, interna��es em UTIs e �bitos) em popula��es do mundo real e relacionar esses dados ao estado de vacina��o dos pacientes. "Isso nos dir� o qu�o eficazes s�o uma, duas, tr�s ou quatro doses, para diferentes vacinas e combina��es de vacinas."
Virologista na Universidade de Monash, na Austr�lia, Vinod Balasubramaniam destaca que a desigualdade na cobertura vacinal global abre as portas para v�rus mutantes. "Cada vez que o v�rus se reproduz dentro de algu�m que n�o foi vacinado, h� uma chance de ele sofrer muta��o e uma nova variante emergir. � basicamente uma bomba-rel�gio. A principal forma de interromper as variantes � a vacina��o global igualit�ria. Devemos levar vacinas a essas pessoas o mais r�pido poss�vel (especialmente em pa�ses que est�o com a taxa de vacina��o abaixo), tanto para ajudar as vulner�veis quanto para impedir o surgimento de novas variantes." O m�dico lembra que, na �frica do Sul, onde apenas 35% das pessoas est�o totalmente vacinadas, a �micron come�ou a se espalhar rapidamente.
Bloqueios
O especialista tamb�m � c�tico quanto � efic�cia dos bloqueios nas fronteiras. "N�o esque�amos tamb�m que quando a cepa Delta foi inicialmente descoberta/anunciada, ela foi encontrada em 53 pa�ses em tr�s semanas, indicando claramente que o fechamento geral das fronteiras n�o � a maneira mais sustent�vel de combater isso.
Acho que � tarde demais para impor um fechamento total da fronteira, pois isso far� mais mal do que bem a longo prazo", diz, insistindo na necessidade de se adotar medidas eficientes; "A forma mais eficaz de prevenir a propaga��o da variante seria aumentar as taxas de vacina��o nos pa�ses da �frica do Sul, em vez de bloque�-los do resto do mundo. A equidade da vacina � um problema real e a principal causa para o surgimento desses tipos de variantes. A solu��o de longo prazo ser� ajudar esses pa�ses com taxas de vacina��o extremamente baixas com o lan�amento de vacinas e suprimentos m�dicos, em vez de encerr�-los", critica. Balasubramaniam lembra que, h� pouco tempo, os Estados Unidos se desfizeram de milh�es de doses de imunizantes vencidos "devido ao car�ter ego�sta do ac�mulo de vacinas".
Diante da preocupa��o mundial com a nova cepa, o diretor da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu "calma" aos Estados-membros, para que respondessem de maneira "racional" e "proporcional".Tedros disse compreender "a preocupa��o de todos os pa�ses por proteger seus cidad�os", mas expressou preocupa��o com o fato de v�rias na��es implantarem "medidas gerais e brutais que n�o s�o fundamentadas em evid�ncias, nem s�o eficazes por conta pr�pria, e que apenas agravar�o as desigualdades".
M�scaras
A descoberta da nova cepa fez muitos pa�ses refor�arem medidas internas de seguran�a. Desde ontem, os brit�nicos voltaram a usar m�scara obrigatoriamente no transporte p�blico e no com�rcio. Na Fran�a, que detectou na ter�a-feira o primeiro caso na Ilha da Reuni�o, um departamento ultramarino situado no Oceano �ndico, as autoridades sanit�rias recomendaram a vacina��o de crian�as com entre 5 e 11 anos que apresentem risco de uma forma grave de COVID-19.
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Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.