Skanbelô guarda com carinho os agrados que ganhou da banda

Skanbel� guarda com carinho os agrados que ganhou da banda, como palhetas, baquetas e aut�grafos dos m�sicos

Leandro Couri/EM/D.A Press

Samuel Rosa, Henrique Portugal, Lelo Zaneti e Haroldo Ferretti conquistaram milhares de admiradores pelo Brasil afora. Neste domingo (26/3), o Skank chega ao fim, fazendo seu �ltimo show no Mineir�o, em BH, deixando f�s-clubes saudosos no pa�s inteiro.

A jornalista Regiane Avelar conta que o Skanbel� foi criado logo no in�cio da banda, na capital mineira. “Eles come�aram os primeiros shows em 1992. No ano seguinte, a gente passou a se mobilizar para fundar o nosso f�-clube”, diz a presidente do grupo idealizado por Ricardo Caldas. “Estou na presid�ncia h� quase 12 anos. Temos cerca de 350 integrantes registrados e o Ricardo atua como conselheiro”, diz.
 
O f�-clube acompanhou shows em quase todos os lugares no Brasil. “J� fomos a v�rias capitais. Cidades do interior mineiro � at� dif�cil citar, pois fomos a tantas... Participamos das grava��es dos DVDs em Ouro Preto e S�o Paulo, fomos para Bras�lia e Aracaju. Sempre que poss�vel, a gente viajava atr�s da banda”, conta ela.
 
Em 2001, show histórico na Praça Tiradentes, em Ouro Preto

Em 2001, show hist�rico na Pra�a Tiradentes, em Ouro Preto, reuniu f�s apaixonados pela banda

Sony Music


A agenda do Skanbel� tamb�m ficou animada nesta turn� de despedida. “Estivemos nos shows de S�o Paulo e na grava��o do programa 'Altas horas', l� tamb�m. O domingo � o dia que nunca quer�amos que chegasse, mas estaremos l� no Mineir�o, se Deus quiser”, afirma Regiane.

Skanbel� n�o tem sede pr�pria. Parte da memorabilia fica com ela, a outra com Ricardo Caldas. “A maioria � acervo pessoal, coisas da banda que a gente foi conquistando. Temos todos os CD autografados, bandeiras, livros, baquetas, fotos e palhetas”, diz.
 
 fita cassete com a gravação do primeiro show da banda, no Expresso Canadá

Rel�quia do Skanbel�: fita cassete com a grava��o do primeiro show da banda, no Expresso Canad�

Leandro Couri/EM/D.A Press
 

Regiane tamb�m faz parte da diretoria nacional de outros f�s-clubes. “Pessoas que conhecem a banda mais recentemente s�o mais admiradoras do Samuel, o que � natural, ele � vocalista. Mas outras que tiveram contato com todos os integrantes acabam n�o tendo nele essa figura. H� gente louca pelo Henrique, outros pelo Haroldo e o Lelo. Minha irm�, por exemplo, � f� da banda, mas, para ela, o Skank � igual ao Lelo. � a maior f� dele que conhe�o, talvez a n�mero 1.”
 

'F�-clube � muito legal, porque abre espa�o para outros tipos de contato e tamb�m cria v�nculos de amizade. Por meio do Skank, conheci v�rias capitais e tenho amigos em milh�es de lugares. Tudo porque o Skank acabou nos unindo'

Regiane Avelar, presidente do Skanbel�, da capital mineira

 

Caravana desembarca em BH

Uma caravana nacional, com cerca de 120 membros de f�s-clubes e admiradores de v�rios estados, vai desembarcar hoje no Mineir�o. Elas v�m de Aracaju, Fortaleza, Salvador, S�o Paulo e Rio de Janeiro. Tamb�m estar�o em BH f�s do interior mineiro.

O objetivo do Skanbel� n�o � o lucro, mas expressar seu amor pela banda, garante a presidente. “Para o show de domingo, at� fizemos a camisa personalizada que colocamos � venda em nosso Instagram. Fizemos homenagem ao clipe 'Uma partida de futebol', com a remontagem do uniforme que os quatro usaram l�. � uma releitura daquela camisa com o nome de cada integrante e o nome do f�-clube”, explica.

Regiane calcula ter ido a cerca de  200 shows da banda. F� de Samuel, Lelo, Haroldo e Henrique, ela ressalta tamb�m sua admira��o pelo guitarrista Doca Rolim.

“Depois que ele entrou para o Skank, foi outra fase da banda. J� o conhecia antes, de quando tocava na banda Bala 12. Gosto muito do pessoal dos sopros. F�-clube � muito legal, porque abre espa�o para outros tipos de contato e tamb�m cria v�nculos de amizade. Por meio do Skank, conheci v�rias capitais e tenho amigos em milh�es de lugares. Tudo porque o Skank acabou nos unindo”, diz. Regiane admite que todos esses momentos ser�o revividos hoje, “por�m de uma forma bem sofrida”.
 
 
 

Entre as loucuras para ver a banda, Regiane, certa vez, quase se machucou seriamente porque desejava ficar perto do palco. “J� tem alguns anos. Cismei de pular o alambrado e tentar invadir o gramado do Mineir�o. Resultado: quase ca� no fosso e ainda bati o maxilar no ch�o”, relembra.


“Fora isso, j� viajei dirigindo na ida e na volta para v�rios lugares somente para ver show. Sa�a de BH logo ap�s deixar o trabalho”, conta.
 
Fã, na frente do palco,  mostra cartaz pedindo para conhecer músicos do Skank

O apelo da f� durante show do Skank realizado em BH em outubro de 2006

Eug�nio Gurgel/Esp/EM/D.A Press/9/10/06
 

Paulista de Limeira e morando atualmente em Campinas (SP), a engenheira Isis Sartori conta que o Skankarados re�ne f�s que se conhecem h� bastante tempo.

“Com esse neg�cio de internet, o grupo foi crescendo cada vez mais. Ent�o, a gente come�ou a criar outros grupos nas redes sociais e t�nhamos de dar um nome. Decidimos que seria F�-clube Skankarados”, relembra.

Grupo de amigos � mais que f�-clube

Formado por amigos de S�o Paulo, o grupo ganhou pessoas de outros lugares. “Consideramos que o f�-clube foi fundado em 2008, quando o Skank lan�ou o CD 'Estandarte'. N�o � propriamente f�-clube, mas um grupo de amigos. Inclusive, frequentamos a casa um do outro, portanto, n�o � uma coisa restrita aos shows do Skank”, explica.

Muitas dessas amizades come�aram por causa da banda. “Nos conhecemos em filas e shows, mas como a coisa vem desde 2008, acaba que fam�lias se frequentam. �s vezes, algu�m quer ir ao show em outra cidade e acaba ficando na casa algu�m do grupo. Dizer que temos um f�-clube � meio simplista. � bem mais que isso.”

A integrante dos Skankarados calcula ter assistido a mais de 50 shows. E, claro, Isis Sartori estar� no Mineir�o neste domingo.
 
A engenheira paulista descobriu o quarteto mineiro quando tinha 10 anos. “Desde que me conhe�o por gente, me lembro da banda. Provavelmente, tudo come�ou pela televis�o. Passaram-se alguns anos, at� conseguir ir a um show deles em Campinas, em 2002.”
 
 

Em 2003, Isis foi contemplada com uma promo��o da MTV e finalmente pode conhecer os quatro. “Eu tinha de escrever uma frase. Quase virou uma hist�ria, pois, como havia espa�o, escrevi bastante, contando como come�ou essa hist�ria de ser f�”, relembra. Para a engenheira, a conex�o com o quarteto “tem aquela coisa do �dolo de inf�ncia”.

A simpatia maior � por Samuel Rosa. “Vem dessa coisa de crian�a”, diz. “Conheci o Chico Amaral, um dos letristas, que considero pra caramba, al�m do empres�rio Fernando Furtado. Acaba que n�o tem como falar que prefiro o Samuel, porque todas as pessoas relacionadas ao Skank s�o especiais e sempre nos trataram com respeito. Gosto de todos”, afirma.
 

O �lbum preferido de Isis � “Maquinarama” (Chaos/Sony Music, 2000). “Me empolguei muito com a grava��o dos tr�s primeiros discos. Fui � grava��o de um DVD deles, no Rio de Janeiro, e foi uma surpresa. Gostei mais do que achei que gostaria. � dif�cil escolher um disco. Temos at� uma brincadeira no f�-clube: quando a pessoa entra, a gente pergunta se ela � AM ou PM, ou seja, antes do 'Maquinarama' ou p�s-'Maquinarama'. Na realidade, esse �lbum abriu as portas para outra gera��o. Fa�o 39 anos este ano e as meninas de 18 se encantam pelo Skank p�s-'Maquinarama'. O primeiro CD que tenho na lembran�a � o 'Calango'”, diz ela, referindo-se ao disco lan�ado em 1994.

Entre as loucuras de Isis para ver o Skank, est� esperar a banda por horas em S�o Paulo. “L� tem dois aeroportos grandes, ent�o, a chance de errarmos era de 50%. Felizmente, fomos para Congonhas e ficamos esperando. A banda apareceu e deu tudo certo. Foi de caso pensado, mas poderia n�o ter acontecido se tiv�ssemos ido para Guarulhos.”
 
Samuel Rosa com a plateia durante ensaio geral do Skank, no Teatro Alterosa, em abril de 2009. No canto, à esquerda, está o cantor Vander Lee

Samuel Rosa com a plateia durante ensaio geral do Skank, no Teatro Alterosa, em abril de 2009. No canto, � esquerda, est� o cantor Vander Lee, que morreu em 2016

Eug�nio Gurgel/Esp/EM/D.A Press/16/04/09
 

Baianos seguem a banda desde 2005

Em julho de 2005, surgiu o Los Skankeiros, em Salvador. Isso ocorreu logo depois de um show dos mineiros na cidade, conta o baiano Felipe Arouca, engenheiro eletricista. “A gente tem esta data como oficial e a usa em tudo. Mas, antes disso, levamos pelo menos uns tr�s meses avan�ando a ideia – eu e Carol Luz, a minha s�cia, outra fundadora do clube”, afirma.

Felipe e Carol sempre iam sozinhos �s apresenta��es da banda, cada qual por sua conta. “N�o nos conhec�amos pessoalmente. Certa vez, nos encontramos nas redes sociais e falamos: vamos juntar e levar adiante a ideia do f�-clube. “Tivemos ajuda de uma antiga produtora do Skank, e a� a gente come�ou a ter contato maior com outros f�s.”

O nome surgiu por causa da liga��o da banda com can��es em espanhol. Com 30 integrantes, o Los Skankeiros acompanhou apresenta��es dos mineiros na Bahia. “Fora do estado tamb�m. Estive presente no �ltimo show deles no Recife. Sa� de Salvador com o �nico objetivo de ir at� l�. No outro dia j� estava de volta, uma loucura.”

Los Skankeiros guarda CDs, bandeiras, camisas, foto, baquetas e palhetas que o f�-clube ganhou nos shows da banda. “Eu e Carol estaremos no Mineir�o”, informa Felipe.
 
O baiano diz admirar todos os m�sicos, mas revela: “Aqui em Salvador, temos certa prefer�ncia pelo Henrique Portugal, com quem a gente tem mais contato. A gente sempre se encontrava com ele nos camarins e tirava muitas fotos.”

Felipe considera natural o fim do Skank. “Em certa hora, a gente chega no limite. Creio que aconteceu um pouco disso com o Samuel e a banda. � aquele limite tipo 'a gente j� fez tudo, j� mudou, diversificou o ritmo, criou CDs diferentes, chegou a nossa hora de tentar outros desafios. Quem sabe fazer sozinho?'. Os desafios do Skank acabaram sugerindo novos caminhos”, comenta.

Mas o engenheiro admite: s� digeriu aos poucos o fim do Skank. “No in�cio, achei estranho, pois a gente n�o percebia que eles estavam caminhando para isso. Com a turn� de despedida, tudo ficou claro. V�o dar um tempo e cada um seguir� o seu rumo”, observa, ressaltando que Samuel, Henrique, Lelo e Haroldo j� se dedicam a projetos solo.

A banda acaba, mas o f�-clube baiano ser� mantido. “A gente � muito amigo, temos aquela cumplicidade, afinal s�o 18 anos juntos. Vamos completar a maioridade agora. A m�sica e o legado do Skank continuar�o para sempre. Se algum dia fizerem turn� comemorativa, estaremos l�.”
 
 
 
O �lbum preferido do presidente do Los Skankeiros � o “MTV ao vivo”, lan�ado em 2001. “A partir daquele disco, passei a seguir a banda direto, indo direto a shows e turn�s. Tenho 36 anos, sou engenheiro eletricista, trabalho com projetos de energia. Esta � a minha vida: acompanhar o Skank e trabalhar diariamente”, conta.

As loucuras que fez por causa da banda envolvem viagens. Na �ltima delas, trocou a temporada com a fam�lia em Cara�va, no sul baiano, pelo show do Skank em Feira de Santana, tamb�m na Bahia.

“Foi uma viagem sem programa��o alguma, sem local para me hospedar. Fui com a cara e a coragem, com a mochila no porta-malas do carro e aventurando. Valeu a pena, faria novamente”, conta Felipe Arouca.