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Estado de Minas DE FRENTE PARA A COZINHA

Balc�o de bar e restaurante atrai pessoas que buscam experi�ncia diferente

'Para quem gosta de comer, nada mais interessante do que acompanhar o bal� da cozinha em opera��o', aponta o chef Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis


27/03/2022 04:00 - atualizado 31/03/2022 07:26

balcão do Turi
O balc�o do Turi tem sido cada vez mais disputado, principalmente por quem busca uma experi�ncia diferente (foto: Nereu Jr/Divulga��o)

De quebra-galho a lugar mais disputado. O balc�o vem ganhando protagonismo na cena gastron�mica de Belo Horizonte. Cada vez mais restaurantes apostam neste tipo de atendimento, que aproxima o cliente da cozinha e dos cozinheiros. Para os chefs que est�o do lado de dentro, a experi�ncia de acompanhar t�o de perto o preparo dos pratos vai muito al�m da comida. Instiga, gera curiosidade, conex�es e pode ser transformador.
 
O Cozinha Tupis n�o tem mesas, apenas balc�o. H� tr�s anos, o restaurante chegou para dar in�cio � revitaliza��o do Mercado Novo, e isso inclu�a resgatar a cultura de comer no balc�o, que � t�o comum no Centro da cidade. “Aqui celebramos o ato de compartilhar a mesa, de se sentar em comunidade. Esse � o nosso desejo para o futuro, ver todo mundo se misturando”, aponta o s�cio e chef Henrique Gilberto.
 
A escolha tamb�m se conecta com a forma��o de Henrique na Espanha, onde � tradi��o comer tapas no balc�o, e com as experi�ncias de quando trabalhou em buf� e fazia a montagem dos pratos ao vivo, na frente dos clientes.
 
Com a proposta no mercado, ele traz uma provoca��o. A ideia � que a comida seja mais importante at� que o conforto. “Colocamos em primeiro lugar a qualidade do que estamos servindo, e n�o uma cadeira confort�vel”, observa.
 
Taça de vinho
Cabernet Butiquim (foto: Studio Tert�lia/Divulga��o)
 
O que ele quer � que as pessoas sejam atra�das essencialmente pela gastronomia. Henrique trabalha com ingredientes simples, que ganham complexidade atrav�s das t�cnicas. Valoriza o que encontra de melhor no mercado, incluindo cortes de carne subvalorizados, como p� de porco, l�ngua, rabada e f�gado.

“Acho que a aceita��o desses cortes vem do fato de o cozinheiro explicar o prato para o comensal, e esse � o grande trunfo do balc�o. Voc� que fez, passa confian�a e o incentiva a experimentar.”
 
O chef cita primeiro a l�ngua de churrasco com p�o de alho e vinagrete na chapa com molho ingl�s. Depois fala do pastel de quibebe, refogado de quiabo e ab�bora, cl�ssico do interior de Minas, normalmente servido com p� de porco e costelinha. A massa, que lembra a do oriental guioza, � recheada com p� de porco e servida com caldo caipira para beber, � base de galinha e p� de porco.
 
A experi�ncia n�o se resume � comida. Henrique enxerga que o balc�o provoca encantamento por permitir que se observe cada passo dos cozinheiros. “Para quem gosta de comer, nada mais interessante do que acompanhar o bal� da cozinha em opera��o. Vira uma cozinha show”, aponta. No fim, a pessoa que est� do outro lado se sente mais conectada com o que vai comer.
 
Henrique Gilberto
"Colocamos em primeiro lugar a qualidade da comida, e n�o uma cadeira confort�vel", diz Henrique Gilberto, do Cozinha Tupis (foto: Cozinha Tupis/Divulga��o)
 
Inicialmente, o restaurante s� tinha o balc�o em volta da cozinha. Mais tarde, ampliou o atendimento para a �rea da Distribuidora Goitacazes, que fica ao lado, mas mantendo a ideia do balc�o. Agora se prepara para oferecer um novo e exclusivo servi�o a quem se sentar de frente para os cozinheiros.
 
Henrique adianta que ser� um menu surpresa para celebrar o balc�o. O cliente n�o escolhe nada, quem decide o que ele vai comer � a cozinha.
 
“Acreditamos muito que parte da experi�ncia no restaurante est� na comunica��o entre o cozinheiro e quem est� comendo. Queremos que os clientes se envolvam no preparo dos pratos, que s�o muito perform�ticos nesse sentido”, comenta o chef, que n�o deixa de falar do desafio que � cozinhar “nu”, sem paredes, sem nada para se esconder.

Intera��o com os cozinheiros

O chef Crist�v�o Laru�a tem a mesma opini�o: faz parte da experi�ncia de sair para comer a intera��o com quem est� preparando a comida. No Turi, era essencial estimular essa troca e ele conseguiu o que queria com o balc�o. “Trabalhamos com cozinha de fogo, que � bastante diferente e muito c�nica, e queria que o cliente visse e participasse de tudo o acontece ali dentro”, explica.

D� para pedir de tudo no balc�o. A diferen�a � que os pr�prios cozinheiros atendem, servem e explicam o prato de forma mais particular e detalhada. “Eles ficam totalmente livres para interagir com os clientes. As pessoas costumam perguntar como que faz aquela receita, muitas vezes pedem dicas e sugest�es. Existe uma troca que vai al�m de um simples prato”, destaca.
 
sushi bar
Para estimular a conversa olho no olho, o sushi bar do Udon, cercado pelo balc�o, tem piso rebaixado (foto: Julie Melo/Divulga��o)
 
Crist�v�o compara o balc�o � mesa do chef, que fica dentro da cozinha em restaurantes (isso � mais comum fora do Brasil), sendo que no Turi ele consegue atender 14 pessoas ao mesmo tempo.
O servi�o acaba sendo muito pr�ximo e individualizado, o que permite ao cozinheiro oferecer alguns agrados aos clientes.
 
“Acontece de montarmos uma minipor��o para o cliente sentado no balc�o degustar ou fazer algum ajuste na hora a pedido dele.” Dependendo da situa��o, d� at� para preparar algum prato que n�o esteja no card�pio.
 
Como observa o chef, o balc�o tem sido cada vez mais disputado, principalmente por quem est� a fim de viver algo novo. Ele v� com mais frequ�ncia duas pessoas. “Da mesma forma que as pessoas saem para ir ao cinema ou teatro, optam por ser sentar no balc�o para ter uma experi�ncia diferente. Participam daquela cena toda e a refei��o acaba sendo um evento para al�m da comida.”

Olho no olho

O balc�o de sushi � uma tradi��o nos restaurantes japoneses. Pela cultura oriental, os peixes devem ficar expostos em uma vitrine para que o cliente veja o frescor do que ser� servido. Marcelo San, chef do Udon, mant�m essa tradi��o, mas de um jeito diferente. “Percebi, ao longo dos anos, que os mineiros preferem mais nos observar cortando os peixes do que ver os peixes na vitrine”, aponta.
 
 bartender Alexandre Loureiro
Quem se senta no balc�o do Cabernet Butiquim v� de perto o bartender Alexandre Loureiro preparar coquet�is (foto: Studio Tert�lia/Divulga��o)
 
Toda a movimenta��o do sushi bar ocorre na frente dos clientes. Cada sushiman tem a sua pra�a de opera��o, com os equipamentos e insumos de que vai precisar. Em vez da vitrine, o chef desenvolveu um sistema de gavetas para armazenar os peixes refrigerados ao alcance das m�os.
 
Segundo Marcelo, a cozinha funciona como uma linha de produ��o: um combinado, por exemplo, composto por sushis, sashimis e makis, passa por pelo menos tr�s pessoas.
 
O piso do sushi bar � mais baixo do que o do sal�o para que a vis�o dos clientes sentados no balc�o e dos cozinheiros se mantenha no mesmo n�vel. A ideia � estimular a conversa olho no olho. “Os clientes gostam de interagir. Perguntam informa��es sobre a comida, sobre a cultura japonesa e a conversa flui para todos os caminhos”, comenta.
 
O balc�o atrai desde quem est� sozinho at� grupos de quatro pessoas, que podem compartilhar a experi�ncia sentados na quina.

Estrela do sal�o

Quando imaginava um bar de vinhos, Pablo Teixeira logo enxergava um balc�o, muito pela hist�ria da sua fam�lia, que sempre teve mercearia. Mas, por falta de espa�o, no in�cio do Cabernet Butiquim s� deu para ter um balc�o para liberar os pedidos. Depois ele conseguiu expor os frios na vitrine, os vinhos na estante e oferecer tr�s lugares. At� que, na �ltima reforma, o balc�o cresceu (tem capacidade para 10 pessoas) e virou a estrela do sal�o.
 
Lonza com ricota
Lonza com ricota defumada e mel�o, do Turi: enquanto preparam os pratos, os cozinheiros interagem com os clientes (foto: Nereu Jr/Divulga��o)
 
Pablo conta que a cultura do balc�o demorou para pegar. O mais comum era us�-lo como fila de espera, um lugar para beber enquanto se espera liberar uma mesa. Hoje tem gente que escolhe ficar no balc�o a noite toda. Normalmente, quem est� sozinho ou em dupla.
 
“Muitas pessoas t�m resist�ncia por achar que � desconfort�vel, mas conseguimos desenhar um formato bem ergon�mico e investimos em banquetas acolchoadas. Ent�o, nem d� para sentir falta de ir para a mesa.”
 
Do outro lado da bancada est� o bartender Alexandre Loureiro. A grande vantagem para quem est� ali � v�-lo preparar os coquet�is. “Muitas vezes, rola uma performance. Ele usa o ma�arico, o desidratador de frutas e isso gera curiosidade e intera��o. Todo mundo gosta de ver o que est� sendo preparado.”
 
Mas o balc�o n�o tem s� bebida. Os clientes podem se sentar l� e comer de tudo, desde petiscos at� os pratos, em um clima ainda mais informal. 

Mexilh�o defumado com creme fermentado (Turi)

Ingredientes
1kg de mexilh�o fresco; 1 cebola grande; 2 dentes de alho; 3 tomates maduros; 1 lim�o; 100ml de vinho branco; 100ml creme de leite fresco; azeite, salsa, sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de fazer
Limpe os mexilh�es por fora com a ajuda de uma escovinha para tirar todas as impurezas. Coloque os mexilh�es escorridos em uma panela sem nenhum tipo de l�quido ou tempero. Leve ao fogo m�dio a alto com a panela tampada por 2 a 3 minutos, ou at� que as conchas dos mexilh�es se abram. A cada minuto, mexa os mexilh�es para que os de baixo passem para cima e possam se abrir com a mesma velocidade. Retire do fogo quando todos estiverem abertos. Reserve o l�quido do cozimento dos mexilh�es. Em outra panela, refogue com azeite a cebola cortada em tirinhas. Quando a cebola come�ar a ficar transparente, adicione o alho laminado e coloque os tomates cortados em tirinhas. Coloque um pouco de sal e pimenta-do-reino. Depois adicione vinho branco e deixe o �lcool evaporar. Entre com o creme de leite e deixe cozinhar por mais 3 minutos. Adicione o l�quido do cozimento dos mexilh�es no refogado. J� com o fogo desligado, adicione os mexilh�es e finalize com salsa e suco de lim�o espremido na hora. 

Servi�o

Cozinha Tupis
(31) 99803-3696

Turi
(31) 99339-9367

Udon
(31) 2116-1359

Cabernet Butiquim
(31) 98447-4102

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