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Estado de Minas VELHO CHICO

Expedi��o faz mapeamento gastron�mico e cultural ao longo do S�o Francisco

Grupo realiza uma viagem em roteiro 'overland' que passa por cinco estados brasileiros; a ideia � explorar a cultura local das comunidades ribeirinhas


15/03/2023 15:31 - atualizado 15/03/2023 19:07

Expedicionários sentados e conversando
Grupo vai percorrer cinco estados brasileiros at� o fim de mar�o, cozinhando e conhecendo a cultura das comunidades ribeirinhas (foto: Adriano Kirihara/Divulga��o)
Um grupo de expedicion�rios tem se aventurado pelas margens do Rio S�o Francisco com o intuito de fazer um mapeamento gastron�mico e cultural das comunidades ribeirinhas. A viagem teve in�cio na �ltima quinta-feira (9/3) saindo da nascente do rio em Piumhi, na Serra da Canastra, Minas Gerais, e deve durar at� o fim de mar�o, quando encerra o percurso de cerca de 3 mil km na foz do curso d’�gua, em Alagoas.

O grupo conta com seis participantes fixos que em dois ve�culos 4x4 seguem o percurso do S�o Francisco explorando a regi�o em um roteiro overland, que faz uso misto de estradas e trilhas em percursos pouco percorridos e que possibilitam uma imers�o com as comunidades locais. Para o idealizador da expedi��o e chefe do restaurante Xapuri, especialista em comida mineira, Fl�vio Trombino, a ideia � fazer um turismo al�m do convencional.

“� uma experi�ncia em que o turista interage mais com a cultura local. Ele n�o simplesmente se hospeda em hot�is e come em restaurantes. O turista compra os ingredientes, faz a comida dele, acampa, vai em mercados, conhece artes�os locais. � um turismo mais profundo”, afirma Fl�vio.

A expedi��o foi batizada de “Opar�”, em refer�ncia a denomina��o que os primeiros habitantes da regi�o deram ao Velho Chico e que significa “rio-mar”. Atualmente o grupo j� passou por 8 munic�pios e est� pela regi�o de Janu�ria, no Norte de Minas, prevendo passar por pelo menos outras 26 cidades de cinco estados Brasileiros: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
O roteiro overland foi criado pelo especialista neste tipo de expedi��o, Silvio Vezalli, idealizador do projeto Canastra Overland, que destacou a oportunidade que a experi�ncia d� de expandir os conhecimentos sobre a regi�o. 

“� um grande desafio nosso unir no roteiro um ponto de vista muito mais gastron�mico, cultural, afetivo. Essa incurs�o permite que a gente pesquise, navegue e replique e que tenha todo tipo de intera��o com as regi�es e suas adversidades”, explica Silvio.

Bal�o, comida e amigos

Apesar de grande parte do percurso da Opar� ser explorado pela terra, a expedi��o foi iniciada pelos ares mineiros com sobrevoos de bal�o comandado pelo piloto Jonathan Padulla, do projeto Via A�rea Balonismo. 

O trajeto a�reo “embaralhou” a contagem da quilometragem percorrida pelos expedicion�rios. “No c�lculo da rota come�ou a dar quilometragem negativa e s� depois percebemos que ‘p� n�s estamos andando de bal�o tamb�m’, ent�o ficou uma coisa meio surreal”, comenta Vezalli.

 frango preguento com macarrão e queijo canastra feito pelos chefes
Frango preguento com macarr�o e queijo canastra (foto: Adriano Kirihara/Divulga��o)
Para dar conta da opera��o os ve�culos 4x4 s�o equipados com uma cozinha e uma queijaria m�vel, que segundo Fl�vio Trombino s� de panela tem transportado quase 200kg. A experi�ncia tem rendido belos e saborosos pratos como o frango preguento com macarr�o e queijo canastra, criado ainda quando o grupo passava pela regi�o da Serra da Canastra. 

“�s vezes at� vamos nos restaurantes para conhecer a gastronomia local, mas intercalamos com refei��es que a gente mesmo produz. A gente traz esses ingredientes e vamos cozinhando ao longo do rio”, contou o chef Fl�vio Trombino

Ao longo da rota o grupo tamb�m ter� participa��es pontuais de amigos, como os produtores de queijo da regi�o da Serra da Canastra, Guilherme Ferreira - do Capim Canastra - e Diego Martins, que ir�o auxiliar na cria��o de pratos exclusivos que buscam narrativas de cada cidade ou regi�o em que os viajantes passarem. 

O S�o Francisco

Durante muitos anos o maior rio do Brasil foi uma importante rota comercial que ligava o sudeste e o nordeste, sendo estrategicamente utilizado durante a coloniza��o devido seu des�gue no Oceano Atl�ntico, onde hoje � a divisa entre Alagoas e Sergipe. Em 1675, por exemplo, jazidas de ouro s�o encontradas em afluentes do Velho Chico e amplamente exploradas por bandeirantes que o navegavam.

Silvio Vezalli mora ao lado do rio na Serra da Canastra e relata que o corpo d’�gua incorpora a dignidade, cultura e a hist�ria das comunidades ribeirinhas. “Ele movimenta uma outra economia que a gente nem imagina. Um dos objetivos da expedi��o � detalhar ao m�ximo a rota, a gente entra de cabe�a e v� a valoriza��o do rio nas pessoas e comunidades”, comenta.

J� o chefe Fl�vio ressalta que esta n�o � sua primeira expedi��o gastron�mica. Aficionado por viagem e Minas Gerais, o cozinheiro j� passou por quase todos os munic�pios do estado e, tamb�m, fez rotas at� o Rio Xingu, passando por Goi�s e Mato Grosso. Suas experi�ncias s�o registradas no projeto “Minas de Cabo a Rabo” que tra�a um mapa da gastronomia, hist�ria e cultura mineira.

Para o aventureiro, o especial dessa viagem pelo S�o Francisco est� na oportunidade de percorrer o rio em uma viagem s�, conversando com as pessoas e conhecendo a regi�o por meio de cada territ�rio. “A cada quil�metro que a gente passa a temperatura muda, a vegeta��o muda, e muda junto o aspecto social”, completou Fl�vio.

Document�rio

Toda experi�ncia da Expedi��o Opar� tem sido registrada em fotos e v�deos pelo fot�grafo Adriano Kirihara e o diretor de cinema Gilmar Jr. No final o material ser� transformado em um document�rio e um livro gastron�mico e sociocultural, que recebem o mesmo nome da viagem. A aventura pode ser acompanhada de perto pelas redes sociais dos expedicion�rios.


*Estagi�rio sob supervis�o do subeditor Diogo Finelli

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