Com uma cor rosa chamativa, o picol� de pitaia com lim�o � um dos sabores sazonais (foto: Picol�/Divulga��o)
Tr�s publicit�rios se uniram para trazer de volta a Belo Horizonte a cultura do picol� artesanal. H� um ano e meio, eles abriram loja e f�brica em uma das esquinas mais movimentadas do segundo andar do Mercado Novo, no Centro. Al�m dos sabores inusitados, a marca Picol� atrai curiosos pela movimenta��o nos bastidores. Todos os dias, a equipe produz gelados no palito em uma cozinha com paredes de vidro.
“Como viemos da publicidade, gostamos de contar hist�rias, e � muito m�gico contar a hist�ria de um produto que fez parte da nossa inf�ncia e foi ficando para tr�s”, comenta Pablo Gomide, que j� era s�cio de Diogo Salom�o na galeria de arte Espa�o Corda, tamb�m no mercado.
Eduardo Pinheiro levou para o neg�cio toda a sua experi�ncia com sorvetes. � ele quem cria as receitas e coloca a m�o na massa.
Pelas paredes de vidro, voc� enxerga toda a f�brica, com os equipamentos e os ingredientes das receitas. Muitos visitantes, curiosos, param para acompanhar a produ��o, 100% artesanal.
Milho com canela: muitos clientes falam que parece curau e se lembram da inf�ncia (foto: Picol�/Divulga��o)
“Acho que o mais legal da hist�ria � voc� saber que os picol�s est�o sendo feitos ali e da fruta mesmo. Desmistificamos essa hist�ria de f�rmula secreta (isso � coisa de ind�stria) e transformamos a experi�ncia de quem vai comprar um picol�.”
Nada de gelato italiano ou paleta mexicana. Os s�cios deixam de lado os estrangeirismos para reafirmar que fazem picol� brasileiro, como antigamente. E do jeito mais simples poss�vel. Misturam fruta, �gua (ou leite), a��car (cada vez menos) e emulsificante (para n�o virar raspadinha) e congelam.
A surpresa fica por conta dos sabores, nada convencionais. Muitas combina��es s�o impens�veis e at� improv�veis, mas � o que eles querem: buscar o diferente.
S� de ler o letreiro j� d� para sentir a curiosidade agu�ada. Melancia com morango? Pois �, quem imaginaria que a combina��o dessas duas frutas vermelhas daria certo.
Mel�o com hortel�
Pode parecer estranho juntar mel�o com hortel�, mas o resultado, muito refrescante, surpreende. Pelo mesmo motivo, d� uma chance para o de uva “temperado” com manjeric�o, voc� n�o vai se arrepender. Manga com maracuj� e maracuj� com chocolate tamb�m est�o na lista.
O saudoso picol� de groselha, que andava sumido, surge com um toque de lim�o (foto: Picol�/Divulga��o)
Entre tantos sabores inesperados, o de lim�o capeta com rapadura � o mais amado. N�o tem erro mesmo a mistura gelada do doce com o azedinho.
Outro que atrai muita curiosidade � o de pipoca. Foi criado em uma �poca de festa junina, mas agradou tanto que n�o saiu mais do card�pio. “Esse tem um qu� ex�tico, d� um n� na cabe�a das pessoas. � doce, mas tem a base de pipoca salgada”, explica.
O saudoso picol� de groselha, que andava sumido, surge com um toque de lim�o. “Todo mundo do interior j� tomou picol� de groselha, s� que � super doce. N�s nos inspiramos no suco pink lemonade para fazer a base de lim�o e groselha, que faz muito sucesso”, conta.
Outro picol� que aciona mem�rias � o de milho polvilhado com canela. � comum ouvir dizer do balc�o lembra curau, logo remete � inf�ncia.
Quase todos os picol�s s�o � base de frutas. Pablo conta que eles v�o ao sacol�o diariamente e selecionam o que tem de melhor no dia. S� o lim�o capeta que vem da ro�a da sua fam�lia. Por isso, alguns sabores s�o sazonais, como mexerica e pitaia (esse tem na loja agora) e as cores e os sabores podem sofrer pequenas varia��es.
Do rosa ao laranja
“O picol� de laranja com acerola, por exemplo, fica rosado com a acerola est� madura e alaranjado quando ela est� mais verde. Fazemos quest�o de explicar isso para os clientes para que eles entendam que somos uma f�brica artesanal e as frutas s�o as nossas bases.”
A combina��o de uva e manjeric�o fica muito refrescante (foto: Picol�/Divulga��o)
Pablo brinca que picol� saindo da f�brica � igual a p�o: viu, achou bonito, sentiu o geladinho, a pessoa compra. E � exatamente isso que eles querem proporcionar aos clientes, a experi�ncia de comer um picol� “fresco”, antes mesmo de ir para o freezer da loja. O bom � que a primeira mordida j� vem cheia de sabor, sem nenhum cristal de gelo, e na consist�ncia perfeita.
Esse � um dos motivos do sucesso da marca, aponta o publicit�rio. Nesse tempo, j� deu para perceber que muitos clientes v�o ao mercado s� para comprar picol�.
“N�o imagin�vamos que ter�amos clientes fixos, ach�vamos que �amos vender s� para quem estivesse passando pela loja, tanto que tivemos resist�ncia de fazer entregas. Hoje 30% das vendas s�o no isopor”, destaca.
Felizes com a boa aceita��o dos picol�s artesanais, os s�cios planejam, para este ano, abrir uma loja de rua em outro ponto da cidade. Mantendo, claro, o conceito de unir loja e f�brica no mesmo lugar para aproximar o p�blico da fabrica��o. Pampulha e Savassi est�o no radar.
