
H� quem critique o uso de celular pelos ind�genas como se eles n�o tivessem direito � tecnologia por serem os povos que primeiro habitaram as terras brasileiras. No entanto, eles n�o s� t�m o direito de fazer uso dessas ferramentas como as incorporaram � maneira como se manifestam.
A visibilidade mundial trazida pelas redes � no que aposta o artista Edivan Fulni-�, que usou o Tik Tok para refor�ar os protestos contra o Marco Temporal. A proposta de mudan�a no marco legal de reconhecimento das terras ind�genas teve o julgamento retomado no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (02/09).
A proposta, que estabelece o direito �s terras ind�genas para quem passou a ocup�-las somente depois da Constitui��o de 1988, entrou na pauta do Judici�rio depois da a��o de reintegra��o de posse apresentada pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, relacionada Terra Ind�gena (TI) Ibirama-Lakl�n�.
Nos versos da can��o que Edivan Fulni-� comp�s no Acampamento Lu pela vida, ele denuncia a explora��o das terras ind�genas desde a �poca da coloniza��o at� a atualidade com a monocultura de soja e a minera��o. O v�deo mostra Edivan em um passeio pelo acampamento e cumprimentando outros manifestantes.
Na era digital, os povos ind�genas ingressaram nas redes sociais para divulgar a cultura e interagir com a sociedade. A tecnologia se tornou essencial no processo de resist�ncia dos povos origin�rios. Muitos ind�genas t�m utilizado das redes sociais para divulgar os atos de resist�ncia contra o Marco Temporal e defender que a hist�ria teve in�cio muito antes de 1500, quando chegaram os colonizadores. Al�m do Tik Tok h� postagens no Instagram, YouTube e Twitter, com direito � convoca��o de "tuita�o" para mobiliza��o e visibilidade da causa.
A l�der ind�gena Sonia Guajajara, ex-candidata do PSOL � Vice-Presid�ncia da Rep�blica em 2018, mant�m contas no Twitter e Intagram muito ativas, mostrando o dia a dia da luta no planalto, informando o andamento do julgamento e valorizando sua cultura.
Al�m disso � Coordenadora-executiva da Articula��o dos Povos Ind�genas do Brasil (Apib) cuja p�gina no Instagram re�ne postagens pr�prias, divulga v�deos de pronunciamentos daqueles que n�o possuem conta pr�pria e reposta postagens de outras contas, dando voz � diversos povos exaltando a diversidade deles.
Exaltando a import�ncia dos povos ind�genas na cobertura dos acontecimentos no Planalto , o fot�grafo e cineasta ambiental Kamikia Kisedje, registrou imagens que viralizaram. "Vivemos tempos de muita luta e hoje ela � registrada por n�s, comunicadores ind�genas. Fizemos uma cobertura magn�fica, organizada e colaborativa. Conseguimos captar n�o s� imagem de protestos, mas a for�a de uma luta ancestral. Seguimos mais juntos e mais fortes".

Outras p�ginas que est�o realizando o registro e divulga��o das a��es contra a PL 490 em Bras�lia s�o a Deriva Jornalismo e Fotografia e a Casa Ninja Amazonia com foco na cobertura fotogr�fica dos acontecimentos.
Contas particulares tamb�m se juntam �s vozes das p�ginas mais conhecidas. A ativista e professora Ingrid Sater� Maw�, a comunicadora Lidia Guajajara e a ativista Samela Awia colocam as contas no Instagram para dar visibilidade �s lidean�as ind�genas. Tamb�m divulgam eventos e movimentos como o tuita�o, a Marcha das Mulheres Ind�genas e a campanha Luta pela Vida inclusive registros do acampamento de mesmo nome. Ka� Guajajara fez uma releitura da m�sica “Mulheres Negras” de Yzalu contanto a realidade e luta das mulheres ind�genas e publicou na plataforma Tik Tok.
@kaeguajajara Releitura da m�sica %u201CMulheres Negras%u201D de Yzalu. Realidade das mulheres ind�genas..
%u266C som original - Ka� Guajajara
Yaa Cruz, que esteve nas manifesta��es em Bras�lia, posta mensagens de for�a. "Povos ind�genas. Vivos , fortes, resistentes , presentes, …hoje e sempre!". E mais: "lutando, para que o resto do mundo continue respirando". Mesmo quando teve que deixar a capital postou um v�deo pedindo ajuda contra o estabelecimento do Marco Temporal.