Martin Luther King recebeu o Pr�mio Nobel da Paz em 1964 por combater a desigualdade racial atrav�s da n�o viol�ncia (foto: YouTube/Reprodu��o)
Em 14 de outubro de 1964, Martin Luther King recebia o telefonema, na cama de um hospital, informando que havia ganhado o Pr�mio Nobel da Paz por combater a desigualdade racial por meio de pol�ticas de n�o viol�ncia.
Al�m de doar todo o valor do pr�mio ao movimento negro dos Estados Unidos, o pacifista compartilhou o m�rito do pr�mio com “milh�es de valorosos cidad�os negros e brancos de boa vontade, que escolheram o caminho da n�o-viol�ncia para chegar ao reino da justi�a e do amor em nosso pr�prio pa�s”.
Em seu discurso em Oslo, durante a premia��o em 10 de dezembro daquele ano, Luther King relembrou a��es violentas ocorridas nos Estados Unidos no dia anterior e declarou que se questionou sobre o pr�mio estar sendo concedido a um movimento que estava sendo sitiado e que ainda n�o havia conquistado a pr�pria paz.
O pacifista declarou logo em seguida: “Ap�s contempla��o, concluo que este pr�mio que recebo em nome desse movimento � um profundo reconhecimento de que a n�o viol�ncia � a resposta � quest�o pol�tica e moral crucial de nosso tempo - a necessidade de o homem superar a opress�o e a viol�ncia sem recorrer � viol�ncia e opress�o.”
Black Lives Matter
Protestos pela morte de George Floyd aconteceram em diversas partes do mundo denunciando a viol�ncia policial contra pessoas negras (foto: AFP)
65 anos ap�s a primeira manifesta��o organizada por Martin Luther King, os Estados Unidos tiveram uma nova grande onda de protestos antirracistas com a utiliza��o massiva da hashtag #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam).
O Black Lives Matter � um movimento criado por Alicia Garza, Patrisse Cullors e Opal Tometi em 2013 e se tornou popular em v�rios pa�ses, inclusive no Brasil. Em 2020, com o assassinato de George Floyd, o movimento chegou ao seu �pice, com manifesta��es por todo o mundo.
O tempo que sofreu a agress�o e a frase “I can’t breathe” (N�o consigo respirar em ingl�s) fizeram parte das manifesta��es que correram o mundo, como forma de mostrar a indigna��o contra o abuso de poder por parte dos policiais e o descaso com vidas negras. Os quatro policiais envolvidos na abordagem foram processados e presos.
A repercuss�o dos dois casos levou o sistema policial americano a rever suas pol�ticas de abordagem e � proibi��o do uso da t�cnica de estrangulamento. Al�m disso levantou a discuss�o em outros pa�ses, inclusive no Brasil, onde a viol�ncia policial contra corpos negros ainda acontece de forma intensa.
Seu primeiro ato pol�tico foi o boicote aos �nibus de Montgomery, em 1955, motivado pela pris�o de Rosa Parks por n�o ter cedido seu acento a um homem branco. A a��o durou 385 dias, durante os quais a casa de King foi alvo de ataques e ele mesmo acabou sendo preso. O boicote teve fim com a decis�o da Suprema Corte Americana proibindo a discrimina��o racial em transportes p�blicos.
Martin Luther King lutava pelos direitos civis da popula��o negra dos Estados Unidos (foto: AFP/Getty Images)
Nos anos seguintes Luther King lutou pelo fim da segrega��o racial para al�m do transporte p�blico, realizando marchas contra a segrega��o no trabalho e pelo direito ao voto. Em 1963, nos degraus do Lincoln Memorial, realizou o discurso que entrou para a hist�ria, marcado pela frase “Eu tenho um sonho” (“I have a dream”).
No discurso, King cita a pr�pria constitui��o americana: “Eu tenho um sonho que um dia esta na��o se levantar� e viver� o verdadeiro significado de seu credo: ‘Consideramos essas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens s�o criados iguais’".
No final de 1963, Martin Luther King foi eleito pela revista Time como “O homem do Ano”. No ano seguinte, foi aprovado pelo congresso o Ato de Direitos Civis e em 1965 Ato de Direitos do Voto. O ativista foi assassinado em 4 de abril de 1968, quando se preparava para mais uma marcha em Memphis no Tennessee.