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Estado de Minas ACOLHIMENTO

Viol�ncia de g�nero: saiba como e onde conseguir ajuda

Legisla��o brasileira sobre o tema � refer�ncia, mas ainda h� lacunas a serem preenchidas. Institui��es independentes refor�am a prote��o �s v�timas


18/07/2022 14:20 - atualizado 18/07/2022 15:38

Ilustração de um espelho oval quebrado com a silhueta feminina estampada
Em agosto, a maior norma em torno do assunto, a Lei Maria da Penha, completar� 16 anos (foto: Lucas Pac�fico/CB/D.A Press)

A viol�ncia de g�nero pode variar conforme o local, o contexto e a rela��o com o agressor, mas poucas s�o as mulheres que de fato conhecem seus direitos e protocolos quando s�o v�timas ou testemunhas de uma situa��o de agress�o. Em menor n�mero, ainda, s�o aquelas que levam uma den�ncia at� o fim. De acordo com a pesquisa Viol�ncia Dom�stica e Familiar Contra a Mulher — 2021, realizada pelo Instituto DataSenado com o Observat�rio da Mulher contra a Viol�ncia, 63% das entrevistadas percebem que os registros contra o agressor ocorrem na minoria das vezes.

O dado traz in�meros questionamentos: h� lacunas na rede de apoio, tanto p�blica quanto de organiza��es independentes? O preparo dos agentes p�blicos para o atendimento �s v�timas � suficiente? A legisla��o, hoje, abarca todas as nuances necess�rias? Em agosto, a maior norma em torno do assunto, a Lei Maria da Penha, completar� 16 anos. Para a psic�loga jur�dica e analista do Minist�rio P�blico do Distrito Federal e dos Territ�rios (MPDFT) Paola Luduvice, em rela��o � legisla��o, o Brasil encontra-se em um patamar satisfat�rio.

"A Lei Maria da Penha � super completa, e segue sendo atualizada. A gente teve uma lei recente, por exemplo, que tipifica a viol�ncia psicol�gica, que era um dos limbos. Apesar de ter v�rios comportamentos, inclusive conceituados na Lei Maria da Penha como viol�ncia psicol�gica, voc� normalmente tinha que usar artif�cios jur�dicos a� pra colocar como importuna��o. Muitas vezes, as pessoas acabam cometendo essa viol�ncia sem nem saber que isso � uma viol�ncia, e h� um apagamento na nossa sociedade da viol�ncia contra a mulher", explica Paola.

Segundo a psic�loga, a falta desse embasamento acarreta na falta de pol�ticas p�blicas para outros tipos de viol�ncia, para al�m da viol�ncia dom�stica, como situa��es de ass�dio e a viol�ncia obst�trica. "Se a gente ainda estiver debatendo se isso � ou n�o viol�ncia contra a mulher, a gente acaba, ent�o, permitindo que esse tipo de lacuna continue", frisa.

A fragilidade nos debates acarreta em inseguran�a para as mulheres na hora de denunciar. Para a vice-presidente do Instituto Maria da Penha (IMP), Regina C�lia Barbosa, o grande problema do fomento a pol�ticas p�blicas no Brasil � a subnotifica��o dos casos. "A mulher silencia, n�o busca apoio, n�o busca ajuda nem de uma pessoa da sua confian�a. E esse sil�ncio percorre o caminho at� o espa�o do sistema de justi�a. Porque voc� pode ter a subnotifica��o na avalia��o do m�dico legista, no agente de pol�cia. Tem v�rios pontos que podem promover a subnotifica��o. Por isso � importante o acompanhamento dos casos", explica.

As redes de apoio, como ONGs e institutos, entram em a��o paralelamente � atua��o do Estado, refor�ando mecanismos j� existentes. � o caso do Instituto Avon, que, para al�m de assinar um acordo de coopera��o com entes p�blicos, realiza constantemente uma aproxima��o com esses �rg�os. "O programa Acolhe pretende compor, unir esfor�os com o poder p�blico para ampliar o rol de apoios e assist�ncias que o servidor p�blico pode oferecer � mulher em situa��o de viol�ncia. Al�m disso, a gente mant�m espa�os de articula��o, de troca de experi�ncias que normalmente se faz por meio de webin�rios", detalha Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

Institui��es como essas est�o presentes em todo o Brasil, e s�o extremamente importantes para o acolhimento da mulher que sofreu viol�ncia e do enfrentamento a outros casos. Abaixo, voc� conhece algumas dessas, e quais s�o as suas portas de entrada.

Infográfico com informações de onde conseguir auxílio em casos de violência de gênero. Lê-se nele: Caminhos possíveis para enfrentamento da violência de gênero Entidades, organizações e iniciativas contribuem, lado a lado com o poder público, para acolher e amparar vítimas de crimes sexuais, assédio e outras formas de violência CASA DA MULHER BRASILEIRA: A Casa da Mulher Brasileira é um convênio entre o governo local e o governo federal. Presente em algumas capitais do país - dentre elas, Brasília. A iniciativa busca a implementação de políticas públicas pró-mulher. 'A gente tem que deixar claro que a Casa da Mulher Brasileira é para todas as mulheres, não só para aquela mulher em situação de violência. Ela é um equipamento de prevenção à violência. A mulher que tem dependência econômica, que não sabe o que fazer, pode buscar a CBM para se capacitar', explica Patricia Zapponi, Subsecretária de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do DF. Recentemente, foi inaugurado no DF o alojamento de passagem, onde as mulheres vítimas de violência podem ser acolhidas durante 48h. 'Elas fazem seis refeições, recebem um kit de higiene. Vai ter dignidade, muitas vezes mais do que na casa ou no meio em que vive. Essas 48h são vitais para o deferimento de uma medida protetiva, por exemplo', explica. ÓRGÃOS DE DENÚNCIA E PREVENÇÃO: Em casos em que a mulher esteja disposta a denunciar diretamente aos órgãos responsáveis a violência vivida, é possível fazê-lo por meio do Disque 180, canal de denúncias a nível federal, e que funciona 24h. Além disso, é possível comparecer pessoalmente a uma delegacia, onde a vítima será atendida por um profissional que a orientará sobre os procedimentos. Muitos estados brasileiros permitem, ainda, registrar boletim de ocorrência on-line para crimes de violência doméstica e familiar por meio do site da Polícia CiviL local, INSTITUTO MARIA DA PENHA (MP): O instituto Maria da Penha atua desde 2009 como um observatório da Lei Maria da Penha pela rede pública de atendimento à mulher em situação de violência, Para isso, uma das principais frentes do Instituto é a educacão. %u201CPara toda e qualquer faixa etária e também segmento profissional. É preciso compreender a jornada da mulher em situação de violência, desde a história do crime ao acesso à justiça. Esse acompanhamento é importante para que a gente possa identificar os pontos que, de uma certa maneira, levam a questão da subnotificação', explica a vice-presidente do Instituto Maria da Penha (IMP), Regina Célia. O Instituto funciona presencialmente no estado de Pernambuco, mas atende virtualmente mulheres de todo o país e do mundo, funcionando como uma ponte em relação aos canais de denúncia e justiça. INSTITUTO AVON: O Instituto Avon atua desde 2008 no enfrentamento da violência contra mulheres. Por meio da articulação com os entes públicos, conscientização e campanhas educativas, o Instituto busca levar até a mulher o conhecimento dos seus direitos. Além disso, atua com a gestão de casos, por meio da ngela. %u201CÉ uma ferramenta de inteligência artificial acessível pelo WhatsApp, em que a mulher responde algumas perguntas. A gente pensou nessa abordagem pois a mulher poderia estar sofrendo violência e confinada no mesmo espaço com o agressor', explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto. A bot atende pelo número (11) 94494-2415. O Instituto possui, ainda, o Programa Acolhe, que hospeda as vítimas. Hoje presente em 210 municípios brasileiros, a iniciativa atua junto ao poder público, fornecendo resguardo temporário em hotéis, capacitação profissional e orientação jurídica. ARTEMIS: A Artemis é uma organização civil, criada em 2013, com foco na erradicação da violência obstétrica - aquela vivida por gestantes quando procuram serviços de saúde, seja no parto, no nascimento ou no pós-parto. O trabalho ocorre em quatro frentes: pesquisa e políticas públicas, defesa de direitos, engajamento e formação de ativistas e mudanças sociais. A entidade busca tornar-se referência na implantação de políticas e serviços voltados para a melhoria da vida das mulheres, dando suporte ao setor público e privado neste percurso até a execução.
Viol�ncia de g�nero (foto: Valdo Virgo e Caio Gomez)
 

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podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

 


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