
A a��o tamb�m integra a programa��o do M�s da Consci�ncia Negra, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cultura e Funda��o Municipal de Cultura, que integra o “Novembro Preto: BH sem Racismo”. Durante a cerim�nia de inaugura��o, ser�o realizadas apresenta��es das Guardas de Congado da capital Irmandade de Congo e Mo�ambique de Nossa Senhora do Ros�rio e S�o Benedito, da comunidade do Morro do Papagaio, e a Irmandade Os Carolinos, do bairro Aparecida.
A placa, que ter� dados hist�ricos com texto em portugu�s e em ingl�s e uma imagem antiga ilustrando o antigo Largo do Ros�rio antes da constru��o da cidade, ser� um marco referencial para que os mun�cipes e turistas saibam da exist�ncia e da hist�ria do local. O reconhecimento do lugar como patrim�nio cultural de Belo Horizonte faz parte de uma a��o de repara��o hist�rica dos movimentos afro-brasileiros na busca pelo resgate de sua mem�ria.
O Largo do Ros�rio
O Largo do Ros�rio era o nome dado ao espa�o compartilhado no Curral Del Rey entre um cemit�rio com 60 sepulturas, inaugurado em 1811, e uma igreja de mesmo nome, inaugurada em 1819. O espa�o foi constru�do pela Irmandade do Ros�rio dos Homens Pretos, um dos grupos criados pela comunidade negra como alternativa � exclus�o que sofriam das irmandades dos brancos, que j� constru�am suas pr�prias associa��es dedicadas aos santos de sua devo��o.
Durante a constru��o de Belo Horizonte, entretanto, o Largo do Ros�rio foi demolido juntamente de todas as outras constru��es que ficavam onde, hoje, � a Avenida do Contorno, para dar lugar a outras edifica��es que abrigariam funcion�rios p�blicos vindos de Ouro Preto. O projeto da cidade n�o previa abrigar as massas de trabalhadores, majoritariamente compostas por negros e imigrantes europeus, que acabaram se deslocaram para as periferias.
"O Largo do Ros�rio � um espa�o que j� foi ocupado pela popula��o negra e dentro do projeto de constru��o da nova capital colocava para fora a popula��o que habitava o antigo arraial que era de sua grande maioria de negros e negras. Essa popula��o � toda colocada para fora intencionalmente pelo projeto da construtora e pela administra��o dessa nova cidade que estava sendo constru�da", explica Padre Mauro.
Segundo a PBH, com a demoli��o das constru��es da regi�o e a proibi��o do sepultamento ao redor de igrejas, os corpos enterrados no Largo do Ros�rio permanecem l� at� hoje. Para a equipe do Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), o reconhecimento do local como patrim�nio cultural vai muito al�m da constru��o em si: "Debaixo do asfalto cinza da cidade de Belo Horizonte dos brancos, tem gente preta sepultada. Percebemos que muito j� se fez e muito ainda est� por fazer".
Com o registro do Largo do Ros�rio como patrim�nio cultural imaterial de Belo Horizonte, surgem novas expectativas para a comunidade negra da cidade. Para o Padre Mauro, a a��o representa a constru��o de uma nova rela��o com a capital.
"N�o t�nhamos o centro de Belo Horizonte como refer�ncia para a nossa cultura ou nossa religiosidade. (O registro) � uma refer�ncia de que n�s (negros) j� ocupamos o centro da cidade. N�s j� estivemos aqui, j� moramos aqui, mas fomos enviados para as periferias e favelas. Para mim, evidenciar essa hist�ria � a grande import�ncia de reconhecer o Largo do Ros�rio como patrim�nio cultural imaterial", comenta ele.
O Largo do Ros�rio tamb�m faz parte de outras iniciativas educativas da PBH, como cursos e visitas pedag�gicas ao local com grupos escolares, pesquisadores e pessoas interessadas na hist�ria da cidade. J� aconteceram duas edi��es do “Projeto Expedi��es do Patrim�nio” – uma virtual e outra presencial –, que convidaram o p�blico a um passeio hist�rico pela �rea com explica��es de pesquisadores e representantes do movimento negro.
Novembro Preto: BH sem Racismo
O “Novembro Preto: BH sem Racismo” � um projeto coordenado pela Diretoria de Pol�ticas de Repara��o e Promo��o de Igualdade Racial (DPIR) da Subsecretaria de Direitos de Cidadania, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e a Funda��o Municipal de Cultura, que realiza uma s�rie de a��es promovidas para marcar o dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consci�ncia Negra, com o objetivo de levantar a reflex�o sobre a import�ncia do povo negro e da cultura de matriz africana na cultura e na constru��o da capital mineira com impacto no desenvolvimento da identidade cultural brasileira.
A programa��o conta com exposi��es com visitas guiadas, rodas de conversa, mostra de cinema, apresenta��es art�sticas e oficinas distribu�das em 14 centros culturais descentralizados da cidade ao longo do m�s, al�m de integrar eventos como o Jornada CULTAA e o FIT BH 2022 (Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua de Belo Horizonte). A programa��o completa pode ser encontrada no Portal Belo Horizonte.
* Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Thiago Prata
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