
A Copa S�o Paulo J�nior, popularmente conhecida como ‘copinha’, � uma competi��o de futebol masculino, que � disputada pelas categorias de base de clubes de todo o Brasil. S�o 128 times divididos em 32 grupos, onde cada equipe pode inscrever at� 30 atletas. Entretanto, apesar do grande n�mero de jogadores, dificilmente vemos um jogador entrar em campo vestindo a camisa 24, por conta da comum associa��o entre o n�mero e a comunidade gay.
Em 2023, dos 128 times que disputaram o campeonato, apenas 34 tiveram um atleta em campo usando o n�mero 24.
De onde surgiu essa associa��o?
A rela��o do n�mero com a homossexualidade n�o teve in�cio com o futebol, mas em uma loteria ilegal. Criado em 1892, o Jogo do Bicho � um jogo de azar criado pelo bar�o Jo�o Batista Viana Drummond, fundador do Jardim Zool�gico do Rio de Janeiro. O jogo baseava-se em 25 animais, cada um com um n�mero correspondente. O n�mero 24 representava o veado, que no imagin�rio popular � um reflexo de fragilidade e delicadeza.
Em 2020, ao estrear no Corinthians, o jogador colombiano Cantillo foi orientado a n�o vestir a camisa 24 aqui no Brasil, apesar de ser conhecido pelo n�mero em seu pa�s. O diretor do ‘Tim�o’, Du�lio Monteiro Alves, chegou a fazer um coment�rio infeliz ao apresentar o atleta: “24 aqui, n�o!”.
A homofobia no futebol
Al�m da relut�ncia em usar a camisa 24, a homofobia sempre esteve enraizada nos gritos de ‘bicha’, ‘viado’ e em cantos homof�bicos, fazendo com que os atletas que se identificam como LGBTQIA+ tenham certo receio de ‘sair do arm�rio’.
Emerson Ferretti, ex-futebolista que iniciou sua carreira no Gr�mio e chegou a defender o Flamengo entre os anos de 1994 e 1995, alegou ter sentido a necessidade de esconder sua sexualidade, ficando sempre atento ao seu comportamento para que sua orienta��o sexual n�o ficasse ‘aparente’.
O preconceito no futebol vai al�m do Brasil: o jogador norte-americano Robbie Rogers assumiu sua sexualidade em 2013, e por medo do tratamento que receberia, anunciou sua aposentadoria logo depois.