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Alunos de Salvador ficam sem int�rpretes de Libras nas escolas municipais

Os 37 profissionais que atendiam a rede municipal foram removidos e os 134 alunos com defici�ncia auditiva est�o sem tradutores


25/05/2023 08:33 - atualizado 25/05/2023 10:49
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Sala de aula cheia de crianças
Alunos da rede municipal de Salvador est�o sem int�rpretes de Libras (foto: Bruno Concha/SECOM)
 

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) - Os alunos surdos das escolas municipais de Salvador est�o h� pouco mais de um m�s sem int�rpretes de Libras (L�ngua Brasileira de Sinais) nas salas de aula. Os 37 profissionais que atendiam toda a rede municipal foram removidos, e os 134 alunos com defici�ncia auditiva matriculados nos ensinos infantil e fundamental est�o sem tradutores.

 

A remo��o dos int�rpretes, no dia 18 de abril, se deu com o fim do contrato da Secretaria Municipal de Educa��o com a empresa terceirizada respons�vel pelo servi�o.

 

Procurada, a pasta afirmou que a contrata��o tempor�ria de int�rpretes de Libras est� em tr�mite, mas n�o informou quando os profissionais estar�o de fato nas escolas.

 

Em resposta enviada na ter�a (23) a um of�cio da Defensoria P�blica, contudo, a secretaria diz que resolver� a quest�o em 15 dias. Segundo o �rg�o, se a reposi��o n�o for cumprida, a prefeitura poder� ser acionada na Justi�a. � Folha de S.Paulo a gest�o municipal j� havia informado que teria contratado novos int�rpretes at� o dia 9 de maio, o que n�o ocorreu.

 

"Foi repentino, tanto para as crian�as como para os int�rpretes. Nem a pr�pria escola foi comunicada. Ela soube porque foi avisada pelos int�rpretes de que o contrato tinha sido suspenso", conta a psicopedagoga Ticiana de Sousa Barbosa, 30, m�e de aluna surda. Ela descreve a frustra��o da filha, Thaysa Maria Barbosa de Souza, 9.

 

"Fala triste, chora porque sente falta, porque quer se comunicar e n�o a entendem", diz. Ela conta que precisou reduzir o tempo de perman�ncia da menina na escola ap�s a sa�da da int�rprete de Libras Regiandre Silva, 37, que acompanhava a filha.

 

Enquanto a situa��o n�o se normaliza, parte dos alunos surdos n�o est� indo � escola regularmente, diz Ticiana.

 

"Est� dividido. Algumas crian�as est�o indo, mas voltando mais cedo, outras s� v�o duas ou tr�s vezes na semana. E outras n�o est�o indo de jeito nenhum porque n�o conseguem se comunicar, ficam perdidas e acabam ficando agitadas na sala pois n�o conseguem entender e interagir."

 

Regiandre conta que ela e outros int�rpretes desligados foram informados pela secretaria de que migrariam automaticamente de um contrato para outro para que os alunos n�o ficassem sem os tradutores. "N�o foi o que aconteceu", diz ela.

 

No dia 24 de abril, data em que se comemora o Dia Nacional da L�ngua Brasileira de Sinais, uma semana ap�s a sa�da dos int�rpretes, Ticiana e outras m�es questionaram a prefeitura sobre o fim do contrato. Na ocasi�o, segundo Regiandre, a resposta recebida foi de que o processo de recontrata��o estava em andamento e seria conclu�do at� o in�cio de maio.

 

Sem solu��o, pais e respons�veis de alunos surdos fizeram uma campanha nas redes sociais para pressionar a prefeitura a resolver o problema, a fim de evitar que os estudantes ficassem sem int�rpretes.

 

Em 2016, a Prefeitura de Salvador foi alvo de decis�o judicial que obrigou o munic�pio a contratar int�rpretes de Libras para as escolas municipais. A a��o foi movida pela Defensoria P�blica ap�s reclama��o dos pais.

 

"Diversos s�o os direitos violados [nesta situa��o]", diz Cl�udia Ferraz, defensora p�blica � frente do caso. "Conven��es internacionais, direitos fundamentais trazidos pela Constitui��o Federal, o Estatuto da Crian�a e do Adolescente e a Lei Brasileira de Inclus�o."

 

Para a int�rprete Regiandr� Silva, al�m do preju�zo pedag�gico, as crian�as sofrem psicol�gica e emocionalmente.

 

"Havia uma rotina, contato com professores, colegas da mesma idade. Como essa pessoa ir� dizer ao professor, por exemplo 'n�o entendi, repete por favor?' Sem o tradutor, � imposs�vel."

 

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