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Estado de Minas SEXISMO

Brasil: 84,5% das pessoas t�m preconceito contra mulheres, segundo a ONU

Relat�rio '�ndice de Normas Sociais de G�nero' tamb�m mostrou que cerca de 87% das mulheres e 90% dos homens apresentaram pelo menos um preconceito de g�nero


13/06/2023 15:16 - atualizado 13/06/2023 15:16
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Mulheres manifestando empunhando cartazes pelo direito ao próprio corpo
Apenas 15,5% da popula��o brasileira n�o tem nenhum tipo de preconceito contra mulheres, de acordo com o PNUD (foto: LEO COELHO/FRAME PHOTO/ESTAD�O CONTE�DO)
Uma pesquisa do Programa das Na��es Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgada na �ltima segunda-feira (12/6), apresentou dados que mostram que o sexismo – partindo tanto de homens quanto de mulheres – � "potencialmente prejudicial", podendo legitimar viol�ncias f�sicas e psicol�gicas.

Realizado em 80 pa�ses e abrangendo 85% da popula��o mundial, o levantamento revelou que quase 90% das pessoas possuem algum tipo de preconceito contra mulheres.

De acordo com o PNUD, apesar de campanhas globais pelos direitos das mulheres terem sido promovidas nos �ltimos anos – como #MeToo, #NiUnaMenos, #TimesUp e #UnVioladorEnTuCamino –, n�o houve melhora no n�vel de discrimina��o contra as mulheres na �ltima d�cada. Segundo Pedro Concei��o, chefe de Desenvolvimento Humano do Programa, isso pode levar ao atraso do avan�o social para a sociedade como um todo. Para ele, todos t�m a ganhar com "a garantia de liberdade para as mulheres".

"Desde 2019 que o nosso �ndice de desigualdade de g�nero n�o progride. E isso pode parecer um pouco contradit�rio, porque, ao mesmo tempo, tem havido objetivos progressistas em alguns aspetos da igualdade de g�nero. A raz�o disso tem a ver com normas sociais. O que � uma norma social? Uma expectativa relativa �quilo que a sociedade espera que seja o papel das mulheres em v�rios dom�nios da vida, seja no mercado de trabalho, seja no envolvimento com a pol�tica, seja em posi��es de lideran�a", explicou ele � ONU News.

O estudo analisou quatro dimens�es sobre preconceito de g�nero em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens e discrimina��o: integridade f�sica; educacional; pol�tica; e econ�mica.

Brasil

O levantamento do PNUD mostrou que 84,5% dos brasileiros t�m pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres, n�mero que diminuiu apenas cinco pontos percentuais na �ltima d�cada: em 2012, a porcentagem de pessoas que n�o tinham preconceito contra as mulheres era de 10,2%.

Os piores indicadores no pa�s s�o em rela��o � integridade f�sica, que levam em conta a viol�ncia �ntima e o direito � decis�o de querer ou n�o ter filhos: 75,56% dos homens e 75,79% das mulheres apresentam resist�ncia a essa ideia.

menor �ndice de preconceito est� na educa��o: apenas 9,59% dos entrevistados acreditam que a universidade � mais importante para os homens do que para as mulheres. No mercado de trabalho, no entanto, 31% dos brasileiros acreditam que os homens teriam mais direito ao trabalho do que as mulheres; ou que homens fazem melhores neg�cios do que as mulheres.

No cen�rio pol�tico, 39,91% das pessoas afirmam ter preconceito de g�nero e acreditam que mulheres n�o s�o t�o boas pol�ticas como os homens ao desempenharem a fun��o; al�m de acreditarem que as mulheres possuem menos direitos pol�ticos do que os homens – dados que, de fato, refletem na pol�tica brasileira, j� que dos 513 deputados federais atuantes em 2023, apenas 91 s�o mulheres.

De acordo com o relat�rio do PNUD, o Brasil apresentou resultados semelhantes a pa�ses como Guatemala, Bielor�ssia, Rom�nia, Eslov�quia, Trinidad e Tobago, M�xico e Chile.

Mundo

Segundo o estudo, cerca de 87% das mulheres e 90% dos homens de todo o mundo apresentaram pelo menos um preconceito de g�nero nas dimens�es analisadas – que, para os pesquisadores, s�o �reas consideradas fundamentais para a defesa dos direitos das mulheres e para a garantia da igualdade social e econ�mica entre os g�neros.

A pesquisa revelou que quase metade da popula��o mundial acredita que os homens s�o melhores l�deres pol�ticos do que as mulheres. Al�m disso, mais de duas em cada cinco pessoas concordam que os homens s�o melhores executivos de neg�cios do que as mulheres.

Em m�dia, a porcentagem de mulheres como chefes de Estado ou de governo tem permanecido em torno de 10% desde 1995. No mercado de trabalho as mulheres ocupam menos de um ter�o dos cargos de chefia.

O relat�rio tamb�m ressalta a falta de conex�o entre o progresso das mulheres na educa��o e o empoderamento econ�mico. Em 59 pa�ses, onde mais mulheres possuem forma��o do que os homens, a diferen�a m�dia de renda entre g�neros permanece em 39% a favor dos homens.

Para a an�lise do Pnud, esses preconceitos geram obst�culos para as mulheres e v�m reduzindo seus direitos em muitas partes do mundo. Com a for�a que movimentos contra a igualdade de g�nero t�m ganhado, tamb�m houveram diversas viola��es dos direitos humanos: mais de um quarto das pessoas tamb�m acredita que � justific�vel um homem bater em sua esposa.

Melhoria nos �ndices

Os autores da pesquisa avaliam que, para impulsionar a mudan�a em dire��o a uma maior igualdade de g�nero, o foco deve ser na expans�o do desenvolvimento humano por meio de investimentos, seguros e inova��o – o que inclui investir em leis e medidas pol�ticas que promovam a igualdade das mulheres na pol�tica, fortalecendo sistemas de prote��o e assist�ncia social e encorajando inova��es para desafiar normas sociais, atitudes patriarcais e estere�tipos de g�nero.

O relat�rio ressaltou, ainda, que os governos t�m papel crucial na mudan�a das normas sociais de g�nero. O texto afirma que medidas como a ado��o de pol�ticas de licen�a parental e reformas do mercado de trabalho impulsionam a mudan�a nas cren�as sobre as mulheres na for�a de trabalho – j� que em pa�ses com os n�veis mais altos de preconceito de g�nero, estima-se que as mulheres gastem seis vezes mais tempo do que os homens em trabalhos de cuidado n�o remunerados.

Pol�ticas de licen�a parental j� se mostraram eficazes na mudan�a de percep��es sobre as responsabilidades do trabalho de cuidado. Para a diretora da equipe de g�nero do PNUD, Raquel Lagunas, reconhecer o valor econ�mico do trabalho de cuidado n�o remunerado � um importante passo a ser dado a caminho de desafiar as normas de g�nero e sobre como o trabalho de cuidado � visto.

O combate ao discurso de �dio online e � desinforma��o de g�nero tamb�m pode ajudar a mudar as normas de g�nero e aumentar a aceita��o e a igualdade, de acordo com o estudo. Recomenda-se abordar diretamente as normas sociais por meio da educa��o para mudar as opini�es reconhecendo os direitos das mulheres em todas as esferas da vida e ampliando a representa��o delas na tomada de decis�es e nos processos pol�ticos.

�ndice de normas sociais de g�nero

O PNUD utiliza a base de dados do World Values Survey (WVS) para calcular os �ndices de normas sociais de g�nero, feito para captar cren�as sobre igualdade de g�nero em capacidades e direitos. No Brasil, 1.762 pessoas participaram da pesquisa – mesma m�dia de amostragem das pesquisas nacionais feitas por Datafolha e Ipec, por exemplo.

O World Values Survey � uma pesquisa realizada desde 1981, por estudiosos de todo o mundo, que tem como objetivo analisar como os pa�ses pensam sobre diferentes temas, como: qualidade de vida; meio ambiente; ci�ncia e tecnologia; pol�tica; economia; toler�ncia; trabalho; religi�o; dados demogr�ficos, entre outros assuntos.
 

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