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Estado de Minas ATIVIDADE ILEGAL

Garimpo na terra Yanomami aumentou quase 200% desde 2020, mostra PF

De acordo com monitoramento da PF, o garimpo ocupava 14 km� do territ�rio em 2020 e passou para 41,83 km� em 2022


20/06/2023 11:28 - atualizado 20/06/2023 13:47
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Vista aérea de garimpo em terra Yanomami, em Roraima
De acordo com monitoramento da PF, o garimpo ocupava 14 km� do territ�rio em 2020 e passou para 41,83 km� em 2022 (foto: Alan Chaves/AFP)

O garimpo ilegal na Terra Ind�gena Yanomami quase triplicou em 2022 na compara��o com 2020 – quando teve in�cio o monitoramento feito pela Pol�cia Federal na regi�o.

Segundo esses dados, o garimpo ocupava 14 km² do territ�rio em 2020, passou para 23,73 km² em 2021 e para 41,83 km² em 2022, um crescimento de 76% em um ano e de 198% desde o in�cio do monitoramento.

Em fevereiro de 2023, o governo Luiz In�cio Lula da Silv (PT) come�ou uma opera��o para expulsar a atividade ilegal do territ�rio ind�gena. Agora, pela primeira vez o monitoramento da pol�cia chegou a mais de 30 dias seguidos sem identificar nenhum alerta para novo garimpo.

O �ltimo aviso das imagens de sat�lite veio em 6 de maio. At� 8 de junho, data da �ltima consolida��o de dados feita pela for�a, n�o houve mais nenhum.

"Isso significa que o garimpo acabou? N�o, mas parou de avan�ar, houve uma interrup��o pelo estrangulamento da log�stica. As vias fluvial e a�rea foram inviabilizadas, suprimentos n�o est�o chegando como antigamente e o escoamento est� dif�cil", diz o delegado Thiago Le�o, do departamento de Repress�o a Crimes Ambientais em Roraima.

"Ainda h� garimpeiros resistentes. Nosso objetivo � fazer a pris�o deles", afirma.

A explos�o do garimpo na Terra Ind�gena Yanomami aconteceu durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Sua gest�o ficou marcada por defender a atividade e tentar avan�ar projetos que regulamentam a explora��o do mineral dentro dos territ�rios, o que atualmente � proibido.

Em janeiro deste ano, o governo Lula declarou estado de emerg�ncia em sa�de p�blica no territ�rio, diante da explos�o de casos de mal�ria, desnutri��o grave e doen�as associadas � fome, como infec��es respirat�rias.

J� a queda da expans�o garimpeira acontece ap�s a opera��o do governo federal que envolveu PF, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis), Funai (Funda��o dos Povos Ind�genas), For�a Nacional, PRF (Pol�cia Rodovi�ria Federal) e militares.

Segundo a PF, o fim do avan�o do garimpo simboliza a transi��o da primeira fase da opera��o, focada no estrangulamento log�stico, para a segunda, que visa impedir que a atividade retorne ao local.

A inten��o agora �, junto com outros �rg�os que atuam na �rea, ocupar o territ�rio Yanomami com novas bases e com equipes passando dias na floresta.

Atualmente, h� duas equipes da PF atuando no territ�rio, mas, por motivos de seguran�a, a institui��o n�o divulga o n�mero de agentes.

N�o h� dado oficial, mas a estimativa � que cerca de 10% do garimpo ilegal ainda resista dentro do territ�rio.

Pessoas envolvidas nas a��es afirmam, sob anonimato, que o perfil de atua��o dos garimpeiros se adaptou, com trabalho noturno, acampamentos dentro da mata e at� com equipamentos sendo enterrados durante o dia para dificultar a fiscaliza��o.

Segundo essas pessoas, os garimpeiros se entocaram em pontos que ficam at� 5 quil�metros dentro da mata e tamb�m est�o nas regi�es mais pr�ximas da fronteira com a Venezuela.

As a��es de repress�o ao garimpo levaram, na virada de abril para maio, ao ponto alto de tens�o na opera��o, quando houve uma s�rie de conflitos.

No dia 29 de maio, um ind�gena foi morto e dois foram baleados por garimpeiros na regi�o de Uxi�.

No domingo (30), em outro ponto do territ�rio, equipes da PRF e do Ibama foram recebidas a tiros quando chegavam a um garimpo para uma a��o de repress�o ao crime organizado. Quatro garimpeiros foram mortos pelos agentes de seguran�a e foi encontrada grande quantidade de armamento no local.

Na segunda (1º), mais oito corpos foram encontrados na regi�o do Uxi�, desta vez de n�o ind�genas, e a PF enviou grupos de elite para o local.

Depois, o corpo de uma mulher foi encontrado na mesma regi�o, com sinais de viol�ncia sexual. A PF diz que h� ind�cios de que ela foi morta por enforcamento.

N�o houve mais registro de conflitos desde ent�o, ou de mortes. Pessoas envolvidas na opera��o afirmam, sob reserva, que o clima nas �reas de garimpo, no entanto, ainda � hostil e que os acampamentos cont�m armas usadas para defesa.

A parada do avan�o, no entanto, � uma boa not�cia para os agentes.

O delegado da PF explica que � a primeira vez, desde 2020 – quando o sistema de monitoramento por sat�lite foi criado – que isso acontece.

"Existe uma leitura inteligente por parte desse sistema que emite alertas de garimpo. Ele identifica desmatamentos t�picos de garimpo, como desmatamento de aluvi�o �s margens do rio. Aluvi�o � um barranco, feito na terra mesmo, para procurar o min�rio", diz ele.

N�o h� previs�o de quanto tempo essa nova fase pode durar, nem expectativa de quando a opera��o no territ�rio Yanomami pode terminar.
 

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