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Estado de Minas HOMOFOBIA

'Cura gay' usava brecha da OMS e foi suspensa em 2019

Desde 1999, os psic�logos brasileiros s�o proibidos de realizarem terapias revers�o sexual


23/06/2023 15:21 - atualizado 23/06/2023 16:45
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Bandeira do orgulho
(foto: Pixabay/Reprodu��o)
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Discuss�es sobre a chamada "cura gay" voltaram � tona por causa de uma carta de Rose Miriam, m�e de tr�s filhos de Gugu Liberato, enviada h� alguns anos ao apresentador, morto em 2019.

 

"Anjo, eu sei que sua prefer�ncia sexual � diferente. Mas esse tipo de conduta sexual sua n�o vem do teu esp�rito, isso n�o � teu", escreveu Rose, propondo promover "essa mudan�a definitiva de Deus, orando e jejuando".

 

 

Voc� pode tirar, a seguir, algumas das suas d�vidas sobre o assunto.

 

O QUE � "CURA GAY"?

� o jarg�o mais conhecido para se referir a tratamentos cujo objetivo � converter pessoas LGBTQIA+ � heterossexualidade, oferecidos geralmente por psic�logos crist�os. Outros termos usados s�o "reorienta��o sexual", "revers�o sexual" e "convers�o sexual".

Algumas institui��es religiosas e grupos de apoio afirmam que t�m o direito de usar sua liberdade religiosa para ajudar as pessoas a mudarem sua orienta��o sexual.

 

A HOMOSSEXUALIDADE N�O � UMA DOEN�A

N�o. Em 17 de maio de 1990, a OMS (Organiza��o Mundial da Sa�de) retirou o "homossexualismo" (o sufixo "ismo" refere-se a doen�a na medicina) da lista oficial de dist�rbios mentais.

 

Antes da mudan�a, a homossexualidade (o sufixo "dade" significa comportamento) estava no mesmo patamar de transtornos como a pedofilia. Em 1973, a Associa��o Americana de Psiquiatria j� havia banido a homossexualidade de sua lista de dist�rbios.

 

No Brasil, a mesma medida foi tomada antes da chancela da OMS pelo Conselho Federal de Medicina em 1985, ap�s press�o do Grupo Gay da Bahia.

A "CURA GAY" � PERMITIDA NO BRASIL?

Desde 1999, os psic�logos brasileiros s�o obrigados a cumprir a resolu��o 001 do Conselho Federal da categoria, que pro�be terapias de revers�o sexual em pessoas LGBTQIA+. N�o � poss�vel curar uma doen�a que n�o existe, explica a entidade.

 

O servi�o chegou a ser fornecido legalmente no Brasil de setembro de 2017 a abril de 2019, at� que a ministra C�rmen L�cia, do STF, barrou a pr�tica por meio de uma liminar que atendeu a um pedido do Conselho Federal de Psicologia.

 
POR QUE A "CURA GAY" CHEGOU A SER PERMITIDA NO BRASIL DE 2017 A 2019?

Em 2017, a Justi�a Federal do Distrito Federal concedeu uma liminar que permitia a psic�logos tratar pessoas LGBTQIA+ como doentes e fazer terapias de "revers�o sexual", sem que sofressem censura ou san��es do Conselho Federal de Psicologia.

 

A decis�o atendia a um pedido de psic�logos crist�os, que aproveitaram-se de uma brecha deixada pela OMS. Mesmo depois de ter despatologizado a homossexualidade, em 1990, a entidade havia deixado em aberto a possibilidade de as pessoas que n�o se sentissem confort�veis com sua homossexualidade procurarem tratamento -para a OMS, essas pessoas tinham orienta��o sexual egodist�nica.

 

Em 2019, a OMS tirou da egodistonia o status de transtorno ps�quico na 11ª vers�o da CID (sigla em ingl�s para Classifica��o Estat�stica Internacional de Doen�as). Naquele mesmo ano, Carmen L�cia suspendeu a decis�o de 2017 da Justi�a Federal do Distrito Federal.

 
QUAIS M�TODOS COSTUMAM SER USADOS NESSES 'TRATAMENTOS'?

T�cnicas de condicionamento e repress�o, terapias de avers�o qu�mica e el�trica e at� exorcismo, entre outras pr�ticas pseudocient�ficas.

O m�dico brit�nico Christian Jessen testou seis desses m�todos no document�rio "A Verdade Sobre a Cura Gay", lan�ado em 2014. Ao final do experimento, refez um teste de orienta��o de sexual e constatou que continuava "100% gay".


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