Presidente da Vale quebra sil�ncio e comenta sa�da da empresa

O presidente da Vale, Roger Agnelli, quebrou o sil�ncio nesta sexta-feira. Ap�s dias seguidos do notici�rio sobre seu afastamento — na quinta-feira, o Correio mostrou que a decis�o j� estava tomada pelo Pal�cio do Planalto e o Bradesco desde janeiro —, o executivo divulgou uma nota para dizer n�o ter envolvimento com o epis�dio. A sa�da do comandante da segunda maior mineradora do mundo ser� sacramentada em 19 de abril, durante assembleia geral de acionistas da empresa. Foi a primeira vez, por�m, depois de uma longa fritura, que Agnelli se pronunciou sobre o tema.

“N�o tenho envolvimento com qualquer quest�o pol�tica relativa a esse assunto”, afirmou Agnelli. “A decis�o sobre a escolha do diretor-presidente da Vale compete exclusivamente aos acionistas controladores da empresa. O que tenho feito nos �ltimos dias � o mesmo que fiz ao longo de toda a minha carreira: trabalhar”, acrescentou, em tom previs�vel para executivos de seu porte.

Lista tr�plice

Se a escolha do nome do pr�ximo presidente da Vale vier mesmo do setor privado, segundo as apostas, o mais cotado para suced�-lo � Ant�nio Maciel Neto, do Grupo Suzano. Outros dois diretores da mineradora, Jos� Carlos Martins (Marketing, Vendas e Estrat�gia) e Tito Botelho Martins (Opera��es de Metais B�sicos), tamb�m s�o cotados.

A pr�pria Vale e a Previ, acionista do bloco de controle, n�o quiseram comentar sobre o pronunciamento de Agnelli, executivo que est� � frente da Vale desde 2001. O Minist�rio da Fazenda, que costurou o acordo com o Conselho de Administra��o do Bradesco, n�o confirmou nem negou a informa��o sobre a troca de comando na mineradora. Segundo uma fonte, o titular da pasta, Guido Mantega, participou ontem de uma reuni�o com o presidente do Conselho de Administra��o do Bradesco, L�zaro Brand�o, em S�o Paulo, para tratar da sucess�o na empresa.

Na estrutura da Vale, se os acionistas no bloco de controle decidirem por uma altera��o no comando, uma lista com tr�s nomes deve ser apresentada na reuni�o do Conselho de Administra��o da mineradora. O nome escolhido deve ter o consenso de pelo menos 75% dos acionistas controladores. Para o mercado, a melhor solu��o seria uma escolha t�cnica e interna.

O governo, por meio do BNDESPar, bra�o de participa��es do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES), n�o possui a maioria para executar a mudan�a, mesmo inclu�da a fatia detida pelo Previ, o fundo de pens�o do Banco do Brasil. Por isso, precisa de um acordo com os outros grandes acionistas: Bradesco e a trading Mitsui.

A inten��o � que a substitui��o ocorra antes mesmo da reuni�o de acionistas. O objetivo do governo � chegar a uma solu��o at� 9 de abril, quando a presidente Dilma Rousseff viajar� � China.