Emergentes est�o capacitados para dirigir o FMI, diz Cartens

O candidato mexicano � dire��o do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Agust�n Cartens, disse nesta quarta-feira em Bras�lia que os pa�ses emergentes est�o capacitados para ajudar a solucionar a crise na Europa e pediu "mente aberta" aos membros do organismo multilateral para eleger a um mexicano.

Diretor do Banco do M�xico, Carstens iniciou no Brasil uma s�rie de viagens internacionais que far� para pedir apoio aos pa�ses emergentes a sua candidatura, seguindo para Argentina, China e �ndia. O mexicano compete pelo apoio dos pa�ses emergentes com a candidata francesa Christine Lagarde, que, apoiada em peso pela Europa, tamb�m iniciou no Brasil uma s�rie de visitas � grandes na��es em desenvolvimento.

"Os latino-americanos, os emergentes, t�m a capacidade, o conhecimento e a experi�ncia para contribuir para a resolu��o da crise da Europa e para os problemas t�o importantes que enfrentam algumas regi�es como o norte da �frica e o Oriente M�dio", afirmou Cartens em uma coletiva de imprensa junto ao ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.

Cartens fez tamb�m uma ampla defesa do aumento da cota de participa��o dos pa�ses emergentes no Fundo Monet�rio, que � a principal reivindica��o dos BRICS, que agrupam Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul. O grupo, no entanto, ainda n�o possui uma candidatura un�nime.

O mexicano tamb�m defendeu pol�ticas econ�micas mais flex�veis do Fundo, que sejam adequadas �s necessidades econ�micas atuais.

"O FMI deve ter uma atitude flex�vel quanto ao julgamento das pol�ticas econ�micas dos diferentes pa�ses", disse Cartens, que elogiou o fato de o Fundo ter reconhecido recentemente "a validade do direito de imp�r controles de capitais e a possibilidade de acumular reservas".

"A candidatura de Cartens � importante porque ele se colocaria como um representante dos pa�ses emergentes", disse o ministro brasileiro, dois dias depois de receber a francesa Lagarde na mesma sala de imprensa. Mantega, contudo, disse que o Brasil n�o anunciar� a qual candidato apoia at� que se encerre o prazo de apresenta��o dos candidatos, no dia 10 de junho, e afirmou que a decis�o se basear� nos m�ritos dos candidatos e em seu compromisso, primeiro em aumentar a participa��o dos pa�ses emergentes e segundo por sua postura aberta "ante os problemas econ�micas".

"O FMI pode voltar a ser o que era antes: um representante do G7 ou G8 que tamb�m acolhe aos pa�ses emergentes e em desenvolvimento do G20", disse Mantega. Lagarde, ministra de Finan�as da Fran�a, se comprometeu na segunda-feira no Brasil a "aprofundar" as reformas no FMI para dar mais peso aos pa�ses emergentes.

Lagarde e Cartens aspiram ocupar o lugar de Dominique Strauss Kahn, que abriu m�o da diretoria do Fundo no dia 19 de maio ap�s acusa��es de tentativa de estupro. O presidente do M�xico, Felipe Calder�n, por sua vez, pediu na ter�a-feira o apoio da presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Lagarde, no entanto, continua sendo a prov�vel sucessora de Strauss Kahn por ter apoio europeu, dizem especialistas.

A Espanha anunciou na ter�a-feira apoio ao M�xico pois, apesar de preferir a francesa, compartilha uma cadeira executiva no Fundo com o M�xico, Venezuela e pa�ses centro-americanos que os compromete ao voto comum. O Uruguai tamb�m anunciou apoio ao mexicano.