O ministro da Ci�ncia e Tecnologia, Aloizio Mercadante, voltou a defender nesta segunda-feira o uso dos royalties do petr�leo da camada pr�-sal para financiar gastos p�blicos em educa��o, ci�ncia e tecnologia. Ele participou da confer�ncia de abertura da 63ª Reuni�o Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci�ncia (SBPC), em Goi�nia.
Em sua opini�o, os royalties servir�o para reposicionar o pa�s no cen�rio mundial. Para ele, n�o aproveitar os recursos dessa forma seria “o maior erro hist�rico” do Brasil. “N�o � poss�vel que a comunidade cient�fica n�o v� se posicionar”, cobrou dos participantes do evento.
Segundo Mercadante, o Brasil precisa das um “salto qu�ntico” na �rea de pesquisa, desenvolvimento e inova��o e se tornar uma economia mais competitiva em produtos de m�dia e alta complexidade. O ministro, que � economista, calcula que para cada tonelada de chip que o Brasil importe precise exportar 21 mil toneladas de min�rio de ferro ou 1,7 mil toneladas de soja.
A falta de uma ind�stria sofisticada em eletr�nica fez com que o pa�s tivesse no ano passado d�ficit comercial de US$ 19 bilh�es.
Segundo ele, 14 empresas j� pediram licen�a para fabricar tablet no Brasil, desde que o governo editou normas para isen��o fiscal aos fabricantes que produzissem o equipamento no Brasil com componentes nacionais. Mercadante promete estender o est�mulo � produ��o de telefones celulares e computadores.
O ministro reclamou da falta de iniciativa empresarial para inova��o. Segundo ele, a ind�stria padece de “uma cultura passiva” e precisa ser motivada a investir no desenvolvimento de novas tecnologias. “Quem compra pronto, n�o lidera”, assinalou, antes de dizer que nas principais economias � a iniciativa privada que lidera a inova��o. No Brasil, dois ter�os dos projetos de inova��o s�o de institui��es estatais.
Por causa do efeito da cultura passiva, o Brasil configura em 13º lugar na produ��o cient�fica e em 47º em inova��o. Al�m disso, o pa�s perde a chance de sofisticar sua produ��o. Mercadante exemplificou que os cientistas brasileiros produziram na �ltima d�cada 76 artigos sobre as propriedades da copa�ba, mas n�o registrou nenhuma das 35 patentes reconhecidas internacionalmente (17 americanas) de produtos extra�dos da �rvore abundante na Amaz�nia.
Mercadante reconheceu que h� burocracia para tramitar o pedido de patentes de produtos no Brasil. Alguns pedidos, acrecentou, chegam a esperar oito anos pela libera��o dos pedidos. O ministro prop�s a cria��o de uma rede de pareceristas nas universidades para acelerar a avalia��o de pedidos de patenteamento.