Preocupado com os efeitos da guerra cambial sobre a economia, o Brasil vai propor aos demais pa�ses a ado��o de uma barreira para compensar as desvaloriza��es das moedas. O mecanismo � chamado provisoriamente de “antidumping cambial” e ser� apresentado na Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC).
Capitaneada pelo minist�rio do Desenvolvimento e pelo Itamaraty, a medida prop�e uma banda aceit�vel de flutua��o das moedas - que seria determinada por organismos como o Fundo Monet�rio Internacional (FMI). Se a banda for ultrapassada, os pa�ses seriam autorizados a adotar uma tarifa de importa��o extra para compensar o preju�zo provocado pelo c�mbio.
Na avalia��o do governo, os impostos de importa��o do Brasil, que podem atingir no m�ximo 35%, j� n�o s�o suficientes para compensar as varia��es cambiais no p�s-crise global de 2008. O entendimento � que os pa�ses se comprometeram com os atuais patamares de tarifas em 1994, �poca de c�mbio fixo.
O minist�rio refor�ou as medidas de defesa comercial, mas j� percebeu que as atuais regras para antidumping e salvaguardas resolvem apenas problemas pontuais de alguns setores. Se fossem adotados hoje todos os antidumpings demandados pelo setor privado, apenas 4% da pauta de importa��o seria atingida.
A iniciativa de propor um “antidumping cambial” ocorre num momento em que o real atingiu seu patamar mais desvalorizado em rela��o ao d�lar no ano. Para o Brasil, n�o se trata de uma discuss�o de curto prazo, mas, sim, estrat�gica. E � mais um exemplo da guinada da pol�tica comercial de Dilma, considerada mais protecionista que em administra��es anteriores.
Para tentar brecar o fortalecimento do real, o governo adotou uma pol�tica agressiva de compra de reservas e elevou o Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF). Na semana passada, optou por subir em 30 pontos porcentuais o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados ou com menos de 65% de pe�as brasileiras