O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, demonstrou pessimismo quanto � evolu��o dos indicadores de d�vida das principais economias globais. Em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado, ele exibiu proje��es do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) que revelam piora dos indicadores da d�vida de grandes pa�ses, como Estados Unidos, Jap�o e Espanha. "Vai haver uma baixa redu��o do endividamento dessas economias nos pr�ximos cinco anos", disse Tombini.
"E temos uma situa��o fiscal de estresse. Com baixo crescimento, a capacidade de dissolver o tamanho da d�vida � baixa. E isso toma tempo, por consequ�ncia". "E olhando as perspectivas, n�o s� o endividamento cresceu, mas tamb�m as proje��es de crescimento das economias", disse Tombini.
Apesar de defender o crescimento das economias, Tombini observa que mesmo com o uso "sem precedentes" da pol�tica econ�mica, "infelizmente, o crescimento sustent�vel n�o foi restabelecido". "Pelo contr�rio, a perspectiva segue muito fr�gil para essas economias", disse.
Contamina��o
O presidente do Banco Central tamb�m chamou aten��o para o risco potencial de contamina��o do sistema financeiro pela atual crise. Ele disse que pa�ses com elevada rela��o entre a d�vida e o PIB geram aumento do risco soberano, como observado em pa�ses europeus atualmente. Essa perda de confian�a nas economias gera um "circulo vicioso", disse.
Segundo ele, a contamina��o acontece pelo canal financeiro. "Aos olhos do mercado, as carteiras perdem valor em fun��o da elevada rela��o da d�vida e o PIB. Isso gera cont�gio potencial em rela��o ao sistema financeiro", explicou.
O risco financeiro, continuou, leva e consolida a perspectiva de menor crescimento econ�mico. "A gente j� viu em rela��o ao Brasil que uma das melhores estrat�gias para reduzir o peso da d�vida � crescer", disse, ao repetir a defesa do crescimento da atividade como instrumento para melhorar os indicadores macroecon�micos de um Pa�s.
Rea��o
Tombini defendeu uma "resposta r�pida" como rea��o � crise financeira. "A consequ�ncia da falta de uma solu��o r�pida n�s conhecemos muito bem aqui no Brasil. Temos de ter resposta r�pida. Quanto mais demorar, maior � o custo. O custo de resolu��o acaba por elevar-se", disse durante audi�ncia no Senado.
Segundo Tombini, h� pouco espa�o nas principais economias do mundo para aumento do gasto p�blico como maneira de reagir � piora da crise. "Na pol�tica fiscal, h� espa�o reduzido para ampliar gastos. Muitas economias, inclusive, ter�o de reduzir os d�ficits porque muitos agentes v�m questionando a capacidade dos governos de se financiarem. E para restabelecer a confian�a, precisa mostrar capacidade de pagamento", disse.
Al�m disso, Tombini observou que grande parte dos pa�ses desenvolvidos segue com pol�tica de juros com taxas negativas. "E os instrumentos n�o tradicionais de pol�tica, como a compra de ativos soberanos, t�m resultados amb�guos com a capacidade de restabelecer crescimento da economia com uma base mais s�lida".