Para o economista Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e atual chefe da Divis�o Econ�mica da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), n�o h� no pa�s bolha de cr�dito ou endividamento “brutal” das fam�lias. Isso porque, segundo ele, as taxas de juros reais (descontada a infla��o) s�o muito altas e os bancos est�o pouco alavancados (uso de recursos de terceiros).
“Os bancos ganham muito com o spread [diferen�a entre taxa de capta��o e a cobrada dos clientes em opera��es de financiamento] e n�o precisam se alavancar”, disse Freitas em audi�ncia p�blica na Comiss�o de Assuntos Econ�micos (CAE) do Senado sobre endividamento das fam�lias. “Basta [ao banco] emprestar um pouquinho que ganha uma fortuna, porque as taxas de juros s�o muito elevadas”, acrescentou.
O economista falou tamb�m sobre os riscos de aumento da inadimpl�ncia. Um desses riscos � a possibilidade de redu��o do volume de cr�dito externo por causa da crise econ�mica mundial e, consequentemente, dos recursos para financiamento no pa�s. Um cen�rio que, para Freitas, tem poucas possibilidades de se confirmar no curto prazo.
Outro risco � o cr�dito das fam�lias crescer mais que a renda. “O crescimento [econ�mico] est� diminuindo, mas temos certo percentual de crescimento que permite honrar as d�vidas”, disse Freitas. Al�m disso, ele explica que uma alta da infla��o tamb�m aumenta a inadimpl�ncia, porque reduz a renda.
Para ele, � preciso aten��o com o alongamento dos prazos para pagamento de d�vidas. “N�o temos � vista nenhum problema de bolha de cr�dito, mas [o setor] tem que ser olhado com lupa constantemente porque, se estourar, � um problema muito grave. Hoje h� uma propens�o maior para se endividar”, disse ele.