Os indicadores relativos ao mercado de trabalho e renda devem continuar apresentando resultados positivos ao longo do ano, avaliou nesta quinta-feira o Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea). De acordo com boletim Mercado de Trabalho: Conjuntura e An�lise, divulgado hoje, a taxa de desemprego m�dia nas regi�es metropolitanas ficou em 5,8% no primeiro trimestre de 2012, 0,5 ponto porcentual abaixo do verificado em igual per�odo de 2011.
"Com a queda do desemprego em abril, temos como perspectiva a continuidade desses resultados favor�veis", disse a t�cnica de planejamento e pesquisa do Ipea, Ana Luiza Barbosa. Para a institui��o, a trajet�ria de alta da massa salarial no primeiro trimestre destoa do observado em anos anteriores, o que pode indicar um aquecimento do consumo das fam�lias e da economia. Entre os primeiros trimestres de 2011 e de 2012 a varia��o da m�dia da massa salarial foi de 6,1%.
Num sentido inverso, por�m, o Ipea apontou no boletim que a alta do desemprego em mar�o apontava tend�ncia inversa, de desaquecimento pelo lado da demanda nos pr�ximos meses. No entanto, a queda apresentada na taxa de desemprego fez o Ipea rever esse progn�stico, consolidando uma avalia��o positiva para o mercado de trabalho nos pr�ximos meses.
Est�mulos ao consumo
O t�cnico de planejamento e pesquisa do Ipea, Carlos Henrique Corseuil, disse que o cumprimento dos compromissos macroecon�micos assumidos pelo Pa�s, como as metas de super�vit prim�rio e de infla��o, imp�em o limite � atua��o do governo para estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) via incentivos ao consumo.
"O limite est� a�, nos compromissos que a gente assumiu na esfera macroecon�mica. Enquanto o governo tiver or�amento para bancar esses est�mulos, eles ser�o bem vindos para o mercado de trabalho", declarou Corseuil. Na avalia��o do Ipea, os dados de mercado de trabalho vieram positivos no primeiro trimestre e devem seguir essa trajet�ria, baseada basicamente no consumo interno.
Sobre a crise internacional, Corseuil avalia que, se a situa��o n�o se agravar muito, os efeitos dela sobre o mercado de trabalho brasileiro n�o ser�o significativos. Ele ressalva, no entanto, que se o cen�rio externo piorar ser� preciso reavaliar os poss�veis reflexos no Brasil.
"Eventualmente podemos ter um rebatimento da crise internacional mas com efeitos bem reduzidos no mercado de trabalho. Vemos que a produ��o industrial sente mais, mas o mercado de trabalho, talvez por estar muito calcado no consumo interno e no setor de servi�os, tem se segurado, apesar das turbul�ncias que o mundo tem enfrentado desde 2009", avaliou.