O Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) vai discutir com empres�rios da pesca e aquicultura e entidades de pesca artesanal a cria��o de linhas de financiamento espec�ficas para o setor, al�m de um programa de est�mulo � inova��o tecnol�gica. O compromisso foi assumido hoje pelo presidente do banco, Luciano Coutinho.
“O Brasil tem um tremendo potencial competitivo, mas ainda requer a cria��o de uma base de empresas e o desenvolvimento da capacita��o tecnol�gica do setor de pesca e aquicultura”, disse Coutinho ao fim de um encontro com mais de 100 empres�rios do ramo, do qual tamb�m participou o ministro Marcelo Crivela.
“� vexat�rio que mesmo com as condi��es favor�veis de que disp�e, o Brasil ocupe uma posi��o t�o acanhada [em termos de produ��o de pescado]. Nas pr�ximas semanas n�s vamos trabalhar em conjunto com alguns representantes do setor para ajustar nossos instrumentos [de financiamento] da melhor forma poss�vel. J� temos diversos fundos gerais que podem atender ao setor, mas precisamos saber se temos ou n�o massa cr�tica para estruturar um fundo espec�fico para a pesca. E como tamb�m precisamos dar aten��o � inova��o tecnol�gica, talvez dev�ssemos pensar em um programa de desenvolvimento tecnol�gico apropriado”, disse Coutinho.
O presidente do banco de fomento reconheceu que, embora dispon�veis, algumas das linhas de financiamento j� oferecidas pelo BNDES n�o s�o adequadas � realidade do setor. Al�m de prometer estudar o aperfei�oamento dos mecanismos de acesso �s linhas de cr�dito, procurando eliminar entraves burocr�ticos, Coutinho admitiu a necessidade de ampliar o alcance do BNDES por meio de parcerias com outras institui��es banc�rias, como o Banco do Brasil (BB) e o Banco do Nordeste (BNB).
”Falta capilaridade ao BNDES. Precisamos rever nossas pol�ticas e tamb�m vamos ouvir o setor sobre isso”, disse Coutinho, respondendo a cr�ticas feitas por empres�rios como Tito Livio Capobianco Junior. “� preciso aumentar o valor dos financiamentos de custeio e de investimento, ampliar as linhas de financiamento e os prazos, al�m de adequar as regras do banco � realidade do setor”, reclamou Capobianco.
J� o produtor de mexilh�es Luiz Valle, disse que os aquicultores que solicitam financiamentos ao BNDES enfrentam dificuldades para atender �s exig�ncias do banco. “Os criadores de gado ou de aves t�m seu patrim�nio fixo [a terra], que serve de garantia na hora de solicitar empr�stimos. No caso da aq�icultura � diferente. Nossa fazenda, a �gua, pertence � Uni�o. Precisamos de um olhar especial e cabe ao BNDES estudar a real capacidade dos aquicultores de dar garantias reais para contratar financiamentos”, disse.
O presidente da Associa��o Brasileira de Criadores de Camar�o, Itamar Rocha, criticou a morosidade dos �rg�os ambientais na concess�o de licen�as. Para ele, o modelo mais adequado ao setor seria o das chamadas empresas-�ncoras – empresas de m�dio a grande porte com grande potencial comprador. “Devemos seguir o modelo asi�tico, com as empresas-�ncoras se encarregando de transferir tecnologia �s demais. Sem licen�a ambiental n�o h� dinheiro do BNDES e com a estrutura que os estados e o Minist�rio da Pesca disp�em, eles n�o v�o fazer assist�ncia tecnol�gica. Isso tem que ser feito pelo pr�prio setor produtivo, como j� � feito mundo afora”, alertou.