Apostando numa reviravolta no caso das sacolinhas, as principais redes de supermercado de S�o Paulo ignoraram a ordem judicial que determinava o in�cio do fornecimento gratuito de embalagens biodegrad�veis a partir de ontem, segunda-feira. A estrat�gia das redes � aguardar o julgamento, nesta ter�a-feira, na 27.ª C�mara de Direito Privado, de quatro recursos que tentam banir novamente a distribui��o das sacolas pl�sticas.
Com pedidos similares, os recursos foram solicitados pela Associa��o Paulista de Supermercados (Apas), Grupo P�o de A��car Grupo Sonda e Carrefour. Ontem, apenas as sacolas pl�sticas tradicionais estavam � disposi��o dos consumidores de forma gratuita. A reportagem percorreu cinco lojas e em quatro delas (Sonda, Walmart, Carrefour e O Dia) as sacolas biodegrad�veis eram cobradas.
No P�o de A��car, apenas as sacolas comuns estavam dispon�veis. Segundo a empresa, j� foi pedido ao fornecedor uma remessa de sacolas compost�veis, que n�o teria chegado ainda por causa do grande volume. N�o foi definido, por�m, se a sacola ser� cobrada ou n�o. “O Grupo P�o de A��car pauta suas a��es pela obedi�ncia �s leis e aguarda a decis�o do Tribunal de Justi�a a respeito do recurso da companhia sobre a liminar proferida em primeira inst�ncia”, manifestou-se a rede, que tem 434 supermercados espalhados pelo Estado.
Prazo
No fim de junho, as redes de supermercado da capital receberam a notifica��o do parecer da ju�za Cynthia Torres Crist�faro, da 1.ª Vara C�vel do Foro Central, que ordenava a volta imediata da distribui��o de sacolas pl�sticas. Al�m disso, as empresas teriam 30 dias para iniciar tamb�m o fornecimento de sacolas biodegrad�veis, geralmente produzidas a partir do amido de org�nicos como milho, batata mandioca e cana de a��car. O prazo terminou ontem.
A exce��o � a rede Walmart, que recebeu a notifica��o com atraso e, portanto, s� ser� obrigada a cumprir a determina��o judicial na semana que vem. A empresa promete cumprir a determina��o judicial, mas at� ontem fornecia apenas a sacola recicl�vel comum, feita de polietileno.
A Apas, que tem liderado as a��es jur�dicas dos supermercados paulistas, afirma que orienta seus associados a seguir as determina��es judiciais, mas contesta a discuss�o a respeito do uso de sacolas biodegrad�veis.
“O problema ambiental causado pelas sacolas descart�veis n�o est� relacionado exclusivamente ao material utilizado para sua fabrica��o, mas tamb�m ao enorme volume de sacolas descart�veis distribu�das e ao seu descarte inadequado, entupindo bueiros e gerando enchentes”, diz nota da entidade.