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Estado de Minas

Caixas s�o alternativa a proibi��o de sacolinhas, mas h� riscos � sa�de

Proibi��o da venda de sacolas compost�veis leva consumidores de BH a usar embalagens de papel�o como alternativa. Especialistas advertem para risco de doen�as e intoxica��o


postado em 04/08/2012 06:00 / atualizado em 04/08/2012 07:15

Desde que as vendas das sacolas compost�veis foram proibidas em Belo Horizonte pelo Procon estadual, as caixas de papel�o roubam a cena nos supermercados, em muitos casos sendo alvo de disputa. As embalagens de papel�o se tornaram alternativa sem custo adotada principalmente pelas redes do varejo que n�o oferecem sacolas retorn�veis ou ecol�gicas gratuitamente ao consumidor. O problema � que as caixas de papel�o est�o longe de ser a solu��o ideal ao transporte de alimentos. O produto pode esconder graves riscos � sa�de humana.


“Tenho visto consumidores utilizarem caixas para transportar alimentos. A medida usada como prote��o ambiental acaba expondo as pessoas a outros riscos. � evidente que embalagens que transportam material de limpeza n�o devem ser usadas para levar alimentos”, esclarece Carlos Starling, m�dico infectologista, membro da Sociedade Mineira de Infectologia. Segundo o especialista, conforme o local onde ficam armazenadas, as caixas est�o sujeitas a contamina��es por urina de rato, perigosa por armazenar a bact�ria leptospira, causadora da leptospirose, doen�a grave que pode causar infec��es e insufici�ncia renal.

Outra quest�o � que o consumidor desconhece as condi��es de higiene dos caminh�es em que as caixas s�o transportadas. Starling explica que h� risco de intoxica��o, j� que produtos de limpeza t�xicos a sa�de podem vazar no papel�o. “Caixas de material de limpeza n�o combinam com alimentos. Quando s�o transportados assim, os produtos devem ser bem lavados com especial cuidados para os alimentos in natura, que precisam ser mantidos de molho em solu��es que garantam a desinfec��o. As embalagens corretas s�o as sacolas retorn�veis”, aponta o infectologista.

 O uso das caixas de papel�o foi acirrado desde o dia 1º, quando as vendas de sacolas compost�veis foram proibidas pelo Minist�rio P�blico (MP) estadual. O MP investiga forma��o de cartel e fraudes envolvendo o produto. Concorridas, as caixas de papel�o de v�rios modelos, tamanhos e origens ficam � disposi��o dos clientes perto dos caixas, no ch�o ou em qualquer outro canto dos supermercados da capital. S�o disponibilizadas caixas de biscoitos, caf�, cremes de cabelo, frutas, �gua sanit�ria, sab�o em p�, detergentes. Segundo funcion�rios dos supermercados, a sa�da tem sido grande. “Basta colocar uma pilha de caixas e, em uma hora, n�o tem mais nada. Independentemente do que a caixa guardava antes, sai o que tiver dispon�vel”, diz um repositor.

Sem efici�ncia

"O que importa s�o os interesses econ�micos. O consumidor sempre se vira com o que tem e, neste caso, estamos nos virando com as caixas" - Paulo Nogueira, professor (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
O fato ainda n�o incomoda, mas j� preocupa o professor Paulo Nogueira, que diante da falta de oferta acaba escolhendo qualquer uma das caixas dispon�veis para carregar as compras e voltar para a casa. Paulo � favor�vel a retirada das sacolinhas pl�sticas do mercado como medida protetiva ao meio ambiente, mas avalia que as caixas n�o s�o eficazes. “O que importa s�o os interesses econ�micos. O consumidor sempre se vira com o que tem e, nesse caso, estamos nos virando com as caixas”, acrescenta. “Hoje ganhei uma sacola, mas ela n�o � suficiente para suprir a demanda de todos os consumidores. Precisamos de uma decis�o mais acertada para dar fim ao sufoco que � ir ao supermercado e depois equilibrar em caixas de papel�o”, critica.

Fiscal da Vigil�ncia Sanit�ria de Belo Horizonte, Leando Vasconcelos explica que as caixas de papel�o s�o embalagens secund�rias. Por isso, todos os produtos carregados ali devem ser muito bem embalados, especialmente alimentos como os hortifruti. Segundo ele, para evitar riscos � sa�de os produtos n�o devem ser carregados diretamente em contato com a caixa. � preciso haver uma primeira embalagem.

"Prefiro as caixas de papel�o a pagar de novo por uma sacola que j� tem o pre�o embutido nas mercadorias " - Andr�a Greg�rio, artista pl�stica (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Nos supermercados, os clientes t�m optado pelo uso das caixas de papel�o como alternativa para o transporte das compras. “Prefiro as caixas de papel�o a pagar de novo por uma sacola que j� tem o pre�o embutido nas mercadorias. Tamb�m n�o vou pagar por uma sacola retorn�vel”, afirma a artista pl�stica Andr�a Greg�rio. Para ela, os riscos apresentados pelas caixas de papel�o, que permanecem por longos per�odos em dep�sitos e est�o sujeitas a exposi��o de roedores e de outros fatores externos, s�o preocupantes. “Para pararmos de us�-las, os supermercados t�m de nos dar outras alternativas. O valor das embalagens j� est�o embutidos nos pre�os das mercadorias, que nunca caem e s� aumentam, mas n�s nunca desfrutamos deste benef�cio”, diz.

 

Solu��o nem sempre vi�vel

 

Faltam ainda as medidas esperadas pelo Minist�rio P�blico (MP) estadual: embalagens ecologicamente corretas e gratuitas, como alternativa para quem n�o tem ou n�o levou a sacola ecol�gica ao supermercado. Mas, diante  da insatisfa��o de consumidores, v�rias redes do varejo j� trazem algum tipo de proposta para incentivar o uso da embalagem retorn�vel . O supermercado Epa BH e lojas populares como Abadia est�o distribuindo gratuitamente as sacolas compost�veis do estoque. Outras redes como o Carrefour criaram sacolas de polietileno, um pouco mais resistentes que o pl�stico convencional, vendida por R$ 0,49. Entretanto, o pl�stico utilizado, de durabilidade aparente menor que os produtos recentemente ofertados no mercado, � alvo de cr�ticas por parte dos consumidores.

Segundo o gerente do supermercado Abadia, Jo�o Meira, a cada R$ 20, o cliente ganha uma sacola biodegrad�vel; de R$ 20 a R$ 50 s�o tr�s ou mais; e nas compras acima de R$ 50, oferece uma embalagem retorn�vel. A pr�tica se repete no Supermercados BH. O EPA tamb�m est� distribuindo o produto e o Super Nosso lan�ou campanha para as retorn�veis.

"Cheguei a pedir a sacolinha verde, mas n�o tinham para dar. Comprei as sacolas de R$ 0,49 pela necessidade de ter uma embalagem " - Oziel Bastita, padeiro (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
Com caracter�sticas muito semelhantes a de uma sacola pl�stica comum, as sacolas do Carrefour est�o sendo vendidas por um pre�o que chega a ser oito vezes menor que o de uma sacola retorn�vel simples, que � encontrada por at� R$ 4. Insatisfeito com a suspens�o da oferta das sacolas biodegrad�veis, o padeiro e cliente do supermercado, Oziel Bastita, diz que se viu obrigado a comprar a sacola. “Cheguei a pedir a sacolinha verde, mas n�o tinham para dar. Comprei a sacola de R$ 0,49 pela necessidade de ter uma embalagem para levar os produtos”, diz. “Essa ainda n�o � uma boa op��o porque a sacola  � de pl�stico e continua prejudicando o meio ambiente”, acrescentou.

Em nota, o Carrefour informou que para dar op��o aos seus clientes oferece uma sacola reutiliz�vel em suas lojas. “O que inclui a sacola de R$ 0,49, uma alternativa de baixo custo. Esta embalagem � confeccionada em polietileno de baixa densidade com capacidade para 8 quilos”, diz o texto. (MC/CM)


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