A partir de hoje, usu�rios de planos de sa�de que estiverem descontentes com o atendimento recebido ter�o � sua disposi��o um n�mero de telefone para denunciar a m� presta��o de servi�o. Lan�ado pela Associa��o Paulista de Medicina (APM) e a Associa��o Brasileira de Defesa do Consumidor (ProTeste), o SOS Paciente 0800 200 4200 atender� reclama��es de todo o Brasil e dar� orienta��o para a garantia dos direitos dos usu�rios.
O projeto � lan�ado ao mesmo tempo em que a APM divulga uma pesquisa sobre o descontentamento do usu�rio com os planos de sa�de. Segundo o levantamento, feita pelo Datafolha, que ouviu 804 pessoas, 77% disseram ter problemas com os planos de sa�de. Para o presidente da APM, Florisval Mein�o, esse dado � “surpreendente e inaceit�vel”. Segundo ele, “esse � um sistema em que a pessoa paga para ter o atendimento e tem esse alto �ndice de problemas”.
Os dados mostram que 96% utilizaram o plano nos �ltimos 24 meses e 64% tiveram algum problema. Entre os mais apontados est�o demora na marca��o de consultas (53%), m�dico descredenciado (30%), demora na autoriza��o da consulta (25%), falta de m�dicos nas especialidades (20%). “� preocupante porque � denunciado sistematicamente que os m�dicos encontram muitos problemas e muitas vezes decidem deixar os planos de sa�de pelas baixas remunera��es e press�es constantes”.
No caso dos exames, 84% precisaram utilizar e 40% tiveram problemas, como demora para marca��o (24%), poucas op��es de laborat�rio (24%), demora para autoriza��o do exame (15%) e plano que n�o cobriu algum exame (9%). “A demora atrasa muito a possibilidade de se firmar um diagn�stico e portanto dar andamento ao tratamento. Essa demora � inaceit�vel e uma queixa recorrente. Chama a aten��o tamb�m a n�o cobertura, porque a Ag�ncia Nacional de Sa�de (ANS) imp�e um rol de exames a serem cobertos”.
O atendimento nos pronto-socorros foi acessado por 58% dos usu�rios, sendo que 72% tiveram algum obst�culo. Os mais apontados foram local de espera lotado (67%), demora para atendimento (51%), demora para realiza��o de exames (12%), locais inadequados para medica��o (12%) e negativa de atendimento (5%). “Essa talvez seja a quest�o mais impactante de todas, pelo alto �ndice de problemas em um momento cr�tico, quando as pessoas est�o correndo risco em situa��es de emerg�ncia”.
Outro alvo de reclama��es, as interna��es hospitalares foram utilizadas por 20% dos entrevistados, dos quais 39% tiveram problemas, entre os quais poucas op��es de hospitais (30%), demora para autorizar interna��o (16%), falta de vaga para interna��o (9%). Entre os que utilizaram cirurgias (18%), 15% tiveram problemas como a demora para a autoriza��o do procedimento (11%), falta de cobertura do material utilizado e negativa de cobertura (ambas com 4%). A pesquisa mostra ainda que 15% das pessoas que procuraram atendimento precisaram recorrer ao Sistema �nico de Sa�de (SUS) e 9% pagaram para ter atendimento.
A pesquisa foi entregue ao Minist�rio P�blico do Estado de S�o Paulo. De acordo com o promotor de Justi�a, Carlos Cezar Barbosa, os dados foram recebidos com preocupa��o. “N�s temos leis, o que falta � a atua��o mais en�rgica da Ag�ncia Nacional de Sa�de. O MP pode contribuir � medida que receba demandas coletivas, mas a partir de um trabalho dessa grandeza poder� atuar para coibir a atua��o desses planos e at� mesmo fech�-los”.
De acordo com a coordenadora institucional da associa��o ProTeste, Maria In�s Dolci, o SOS Paciente mostrar� os dados sobre as irregularidades e infra��es aos direitos dos consumidores para apoiar os benefici�rios na cobran�a por qualidade de atendimento e rede adequada. “As preocupa��es incluem n�o s� a car�ncia de hospitais, mas a sobreposi��o dessa rede e a verticaliza��o dos planos. N�o podemos pensar em aumentar o n�mero de usu�rios sem aumentar a capacidade de atendimento”.